Esmeraude

fools

Cabello's point of view.

Tudo seguia perfeito e isso me fazia feliz. Notei alguns olhares curiosos da minha obstetra e fiquei levemente incomodada com isso. Havíamos jantando em meio a piadas e risos altos, recebemos alguns olhares dos outros clientes já que isso não é normal de acontecer aqui.

— Eu queria pedir um minutinho da atenção de vocês. – Dinah começou e o nervosismo da minha melhor amiga era palpável. – Hoje é um dia muito especial pra mim e queria aproveitar a oportunidade e dizer algumas coisas importantes e que podem parecer loucura... Bom, faz pouco tempo desde que nos conhecemos, mas com você aprendi que o tempo pode ser extremamente relativo. Você me conquistou de maneira que ninguém nunca o fez e pode ser que eu esteja apressando um pouco as coisas, mas o pensamento de passar outro dia sem te pertencer está me deixando louca. Eu sou muito grata por poder estar com você nesse dia tão especial e espero poder estar nos próximos cem que virão. Desejo-te tudo de melhor e muita felicidade... Ao meu lado. Normani Kordei, você aceita ser minha namorada?

Estive encarando minha amiga e nem percebi o tempo que passava sem uma resposta. A mesa permanecia em silêncio e franzi a testa sem entender nada, olhei para a morena sentada à minha frente e só então percebi que o silêncio era devido às lágrimas que rolavam silenciosamente enquanto ela tentava recompor-se. Sorri esperançosamente e olhei para a Doutora Jauregui que me olhava intrigada, completamente alheia ao que acontecia na mesa. Normani pigarreou e automaticamente levei minha atenção à morena.

— Estou realmente surpresa... Nunca recebi algo tão lindo de alguém e isso me deixa completamente sem saber como agir. Porém, serei breve. O tempo, se tratando de você, é realmente relativo. Sinto como se minha alma já a conhecesse e confio plenamente em você a ponto de nos permitir. Então, Dinah Jane, estou aqui, na presença das pessoas mais importantes da minha vida, entregando meu coração nas tuas mãos. Eu aceito, meu amor.

Um corinho de "awn" foi ouvido e só então reparei que alguns clientes prestavam atenção à cena também. Minha amiga puxou a sua, agora, namorada e a beijou recebendo algumas palmas.

"Clichê", pensei.

Continuamos mais algum tempo na mesa, tomando vinho e jogando risada fora até que comecei a passar mal. Minha gravidez está um pouco recente. Ou não. Apesar de ter tomado duas taças de vinho, parece que acabei exagerando. Preciso parar com isso.

— Bom, meninas, a noite foi ótima, mas eu realmente preciso ir agora. - Comecei já me levantando.

— Tudo bem, Chan? - Dinah às vezes se comportava como uma mãe, sua expressão deixava claro que estava preocupada e já começava a se levantar quando a interrompi.

— Sim, Chee, acho que exagerei um pouco no vinho. - Ri fraco para tranquilizá-la. - E de qualquer forma, meu dia foi cheio hoje, preciso descansar.

— Eu não quero que você vá para casa sozinha, então irei te deixar e volto pra fechar o restaurante.

— Você não vai dormir em casa?

— Você está bem mesmo? Ia pra casa da Mani, mas se você for precisar de mim, fico em casa.

— Não Chee, estou bem. Não precisa desmarcar seu encontro. - Sorri maliciosamente pra ela e a vi corar. - Não precisa se envergonhar, Dinah Jane, puritana é a última coisa que você é. - As meninas riram da minha provocação. - Enfim, estou indo. Aproveitem o fim de noite! Foi um prazer conhecê-las. - Disse ao casal Vercy, como haviam sido chamadas mais cedo. - Atá a próxima consulta, Doutora Jauregui.

— O prazer foi meu, Mila. - Vero disse. - Se cuide, sim?

— Pode deixar Vero, faça o mesmo.