Capítulo 7

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Após me limpar, tento acordar Renata mais uma vez, dessa vez ela me recebe amigavelmente, Levanto-a e explico-a, da maneira mais sucinta possível, a tragédia que aconteceu em casa e a destruição que acontecerá quando minha mãe chegar e ver a casa desse jeito.


- Vamos Renata! Acorda! Minha mãe está vindo aí e se não limparmos a casa ela vai nos matar. E eu não estou brincando. - Falo, balançando o braço dela.


- Tá, tá. - Ela puxa o braço com tudo.



Nos encaminhamos pra cozinha, com muita dificuldade devido ao álcool que ainda age, e pegamos algumas coisas pra limpeza. Vassoura, panos, baldes, alvejantes e outros apetrechos fazem parte do nosso deck de limpeza. Algumas pessoas que se encontram jogadas pelo meio da cozinha e em cima da mesa são acordados por mim com um berro.



-Seus imprestáveis, acordem! - Jogo água neles.



Todos acordam em um único pulo, resmungando e xingando. Não me importo com as ofensas. Quero que a casa esteja limpa antes que meus pais cheguem. O primeiro local que vamos é a área da festa. Temos que arrumar as mesas, pois o pessoal do aluguel vem buscá-las em poucos minutos, temos que limpar os panos que estavam em cima das mesas e os que estiverem com alguma mancha, lavar e pôr pra secar, urgentemente. Precisamos limpar a piscina: pior parte. Temos que tirar todas as camisinhas e os pacotes da mesma que estão jogadas nela: os copos, os corpos que estranhamente boiam em um sono profundo, pedaços de comida, arranjos da festa e muitas outras coisas. Temos que lavar o chão do salão principal, onde Derulo ficou e estranhamente outras pessoas usaram para urinar e vomitar. Temos que limpar o jardim que está com cacos de vidros de garrafas e outras coisas mais. Agora se inicia a "operação Clean". Estamos em 18 pessoas, então são divididos aleatoriamente 6 grupos de 3 pessoas e as mesmas são lançadas na missão. A minha tarefa agora é limpar a piscina, devido ao meu pai, me preocupo muito com ela. Então desesperadamente ela é meu alvo. Estão comigo: a hippie que Renata pegou na festa, Julia, e um cara de estatura média, moreno, fortinho, olhos castanhos e um cabelo preto com um topete. Dou umas olhadas nele e percebo sua tatuagem na altura do cós do short, dois olhos em um 3d que me prende. Julia se esbarra em mim, então acordo daquele mundo de perdição e volto ao trabalho. Após 25 minutos, a única tarefa que está incompleta é a limpeza do salão. Por sorte, o resto está completamente limpo. Vamos para a parte de dentro da casa. Dentro de casa a sujeira é o que há de mais abundante. Copos, cacos de vidro e vômito se destacam na tapeçaria e no assoalho polido. A organização continua a mesma da área do fundo. Vou com a minha dupla para a sala onde eu acordei. Os restos de vômito de Renata ainda estão vivos. Quando vejo todo aquele amontoado de estrogonofe triturado no chão, me sinto mal e sento no chão.



- Você está bem? - O cara da tatto pega no meu ombro.


- Estou sim, obrigada. Só um pouco enjoada. - Falo me esquivando dele.


- Tudo bem. Eu limpo pra você. - Ele abre um sorriso.



Eu sorrio de volta e percebo que o plano dentário dele é ótimo. Mas não é isso que me intriga, por algum motivo, sinto que conheço-o, mas não sei de onde. Tenho vergonha de perguntar então aproveito a saída dele pra pegar outro pano e pergunto pra Julia, mesmo não tendo intimidade com ela.



- Julia? - Me levanto.


- Oi. - Ela responde fria.


- Você conhece esse cara?


- Não.


- Hum, está bem. Sabe com quem ele veio? - Pergunto curiosa demais.


- Não. - Ela conserta o óculos e volta a limpar o chão.

Rosa De SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora