VIII

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- Não, não. Me soltem! Eu não quero ir. - eu gritava enquanto encarava os dois homens altos e fortes parado na frente da porta.

Os dois homens se aproximaram de mim, eles seguraram cada um dos meus braços e passaram a me arrastar pelos corredores. Eu gritava desesperadamente e nenhuma das tantas pessoas naquele lugar se movia para me ajudar.

Depois de alguns minutos sendo arrastada pelo chão, eu fui bruscamente colocada em cima de uma maca, onde amarram meus pulsos e tornozelos. Colocaram uma espécie de capacete com fios ao redor de minha cabeça. Um homem ligou a máquina e apertou um grande botão vermelho em um controle remoto com o fio ligado no capacete. Em seguida a tortura começou. Ondas de eletricidade percorreram o meu corpo, fazendo o mesmo tremer. Os meus gritos ecoavam pela sala.

- Não! Por favor, não. - eu choramingava me debatendo contra as amarras.

Ninguém me deu ouvidos. Os choques duraram até que eu desmaiei. Minha cabeça doía, meus olhos se abriram lentamente. Eu estava naquele quarto imundo de novo, acorrentada à parede. Minha barriga roncava de fome e a única coisa que eu conseguia fazer era chorar baixinho. Não me dariam comida tão cedo. Ordens do papai e da mamãe. Não posso engordar. Então para isso só posso me alimentar quando eles tiverem de bom humor. O que é raro.

Abaixei a cabeça e tentei descansar um pouco, o que foi difícil. Já que as correntes apertam muito. Depois de quarenta minutos tentando achar uma posição confortável eu finalmente consegui pegar no sono. Mas fui despertada com o estrondo da porta ao abrir-se. Meus olhos foram irritados por conta da forte luz do lado de fora. Pisquei algumas vezes e olhei com os olhos semicerrados em direção à porta. Havia um homem alto e forte parado em frente a mesma. Mas o que é que eles queriam agora? A sessão tortura já havia acabado fazia um tempinho.

Depois de alguns minutos o homem se aproximou de mim, ficou me olhando durante um tempo. Parecia que estava me analisando ou coisa do tipo. Ele riu maldosamente e cuspiu em meu rosto. Balancei a cabeça incontrolavelmente tentando me limpar, mas era inútil. Ele riu do meu comportamento patético e deu um chute certeiro na lateral direita das minhas costelas. Eu caí para o lado oposto choramingando de dor. Antes que eu conseguisse me recuperar, outro chute atingiu minhas costelas. Eu gritaria se pudesse, mas estava doendo tanto que eu não conseguia nem sequer emitir um som.

- Não. - acabei cuspindo sangue no chão. - Por favor... Não.

~ X ~

- Não, não, não. - Violet gritava, enquanto batia em si mesma.

Dylan entrou correndo no quarto da garota e segurou suas mãos para evitar que se machucasse. Ele a abraçou, afagando seus cabelos. Ela chorava compulsivamente, tremendo assustada. O rapaz disse que iria fazer um chá e disse para Violet esperar por ele no quarto. Mas, a garota levantou-se da cama, vestiu um vestido branco cumprido e colocou um casaco xadrez. Após trocar de roupa, Violet saiu de casa sem que Dylan a visse. Ela tentou ir o mais longe que conseguisse em quinze minutos. Foi parar em uma praça, a mesma estava vazia, talvez estivesse daquele jeito por ser duas horas da manhã.

Violet não deveria estar ali, mas ela precisava respirar um pouco de ar puro. Ela sentou-se em um banco e ficou balançando os pés enquanto olhava o céu estrelado. Violet estava tão assustada. E se aquilo acontecesse novamente? Como iria se defender? Ela não passava de uma garotinha frágil. Ela deitou-se no banco e ficou olhando para o céu estrelado.

Estava escuro e fazia muito frio. Violet abraçava a si mesma enquanto tremia de frio. Ela virou-se para o lado e fechou os olhos. Pelo menos ali, o piar das corujas lhe distrairiam de seus pesadelos. A garota se encolheu mais ainda por conta do frio, ficou balançando os pés até que pegasse no sono.

~ X ~

Dylan voltou par o quarto de Violet com a xícara de chá em mãos, mas a garota não estava lá, talvez estivesse no banheiro. Ele sentou-se na beirada da cama e ficou esperando que ela voltasse. Um pouco mais de trinta minutos havia se passado, o rapaz resolveu ir ver se havia acontecido algo, então ele se levantou da cama e foi até o banheiro que ficava no final do corredor. Mas, ao abrir a porta do banheiro, ele notou que a garota também não estava lá.

- Violet! - ele saiu pela casa chamando por ela, mas não havia nenhum sinal dela. - Ai meu Deus! Ela não pode ter sumido.

Dylan pegou um casaco que estava pendurado no mancebo ao lado da porta e o vestiu por cima do pijama. Ele saiu de casa e foi atrás de Violet. Provavelmente ela não havia ido muito longe. Ele caminhou pelas ruas frias de Londres até uma praça que não era muito longe dali. Assim que chegou à praça, passou a olhar ao redor a procura de Violet até que percebeu que havia alguém deitado em um dos bancos de madeira. Ele se aproximou do banco, era uma mulher. Dyalan a virou com cuidado para não assustá-la. Seus olhos arregalaram-se ao ver quem era.

- Violet. - ele sussurrou.

Dylan a pegou no colo com cuidado para não acorda-la e a levou para casa. Assim que chegarão em casa, o rapaz levou Violet para o quarto e a deitou na cama. Ele ficou admirando a beleza da garota por um tempo e deu um leve selar em seus lábios. Violet resmungou algo ininteligível e virou-se para o lado. Dylan riu baixo, tirou os sapatos e deitou-se ao lado dela a abraçando pela cintura. Ele afundou o rosto na curvatura de seu pescoço aspirando o seu perfume.

Estava tudo tão calmo, até que de repente, Violet começou a gritar e se debater. No desespero, a mão direita de Violet acabou batendo no rosto de Dylan. O rapaz balançou a cabeça de um lado para o outro e voltou a abraça-la pela cintura, puxando-a mais para perto de si.

- Shh... Sou eu, meu amor. Fica calma. - ele sussurrou no ouvido dela tentando acalma-la.

- Eles querem me pegar. - ela dizia choramingando.

- Eles quem?

- Eles. Os homens de branco. - ela soluçava e tremia de medo.

Dylan sugeriu que fosse apenas um pesadelo, então o rapaz a abraçou com mais força e lhe deu um beijo no rosto.

- Calma. Eles não vão lhe pegar. Eu estou aqui.

- Promete que não irá deixar que eles me levem?

- Prometo meu amor. Agora se acalme. Seus batimentos estão muito acelerados.

- Estou com medo. - ela disse o abraçando com força e afundando o rosto em seu peito.

- Medo do que meu amor? - ele enquanto acariciava os cabelos da menina.

- Não quero que me tranquem novamente naquele quarto. - ela choramingou.

- Não vão. - ele deu um beijo em seus lábios. - Descanse um pouco. Está muito agitada, irá fazer mal a você.

- Fica aqui comigo? - ela disse fungando enquanto limpava as lágrimas com as costas das mãos.

- Claro que fico. - ele deu um beijo em sua bochecha. - Agora descanse um pouquinho, por favor. - ele a fez se deitar novamente na cama.

Violet se aconchegou nos braços de Dylan, afundando o rosto em seu peito. O rapaz a abraçou mais forte e acariciou seus cabelos emaranhados.

- Boa noite, meu amor. - ele sussurrou no ouvido da garota.

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