Capítulo 19

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      Thiago se encontraria com alguns amigos hoje e até me chamou para ir com ele e por mais que eu quisesse que ele fosse só meu, disse que seria melhor ele se sentir mais a vontade com os meninos e que mais tarde a gente poderia sair.

        "Ótimo, porque preparei algo bem legal para gente. Esteja pronta às 6 da tarde" ele disse na mensagem que mandou.

      Após o café, mamãe já ligou para avisar para minha avó que iríamos mais cedo, na quarta-feira ao invés de sexta-feira.

      Segundo mamãe, minha avó adorou a notícia e disse que já começaria arrumar a casa ainda hoje.

      Ficaríamos lá até o dia 15 e, dia 18, minhas amigas viriam me visitar. Finalmente me reencontrar com elas me animava e me deixava muito ansiosa, como uma criança um dia antes de seu aniversário.


      Entrei no chat para conversar com minhas amigas.

      Ellen: não vejo a hora de conhecer o Thiago

      Paty: também to louca para saber quem é

      Duda: é bom eu gostar dele, senão...

      Lara: e ele tem que ser lindo como você disse hein, Isa

      Eu: meninas, ele é maravilhoso, mas eu não contei para vocês porque ele só me disse ontem

      Paty: contou o quê?

      Lara: desembucha menina

      Eu: gente, o Thiago vai fazer intercâmbio, vai passar esse ano na Austrália.

      Elas ficaram chocadas e disseram que estavam indignadas em não conhecê-lo, mas mais do que isso, ficaram tristes por mim.

      A tarde custou em passar, mas não consegui dormir e aproveitei para escolher uma roupa para sair com Thiago.

      Tomei um banho rápido uma hora antes dele chegar e então deu tempo para que eu pudesse me arrumar.

      Esperava na sala de estar com Grace quando ele tocou a campainha.

      Cheiroso como sempre e com o cabelo perfeitamente arrumado, Thiago usava uma camiseta clara e jeans escuros. Me lancei em seus braços antes de sairmos.

      Ele estava com o carro do pai, entramos e fomos ao cinema.

      — Não me falou sobre a sua host family — comentei no caminho.

      — Parecem ser legais. Um pai, uma mãe e um irmão caçula.

      — Nenhuma irmã mais velha? — perguntei.

       Ele sorriu.

      — Não me lembro deles terem mencionado alguma. Ciúmes?

      — Eu, ciumenta? — falei sarcasticamente e ele riu.

      No cinema, escolhemos uma comédia, mas acabamos por não ver quase nada.

      Logo que o filme terminou, não saímos até que todos saíssem e pudéssemos ficar na sala mais um pouco.

      Entre beijos, alguém pediu que saíssemos e avisou que a sessão já havia terminado.

      — Poderíamos fazer alguma coisa — opinei no saguão do cinema.

      — Você tem muita sorte por namorar comigo.

      — Ah é? 

      Ele sorriu seu sorriso torto e fez que sim com a cabeça de forma convencida.

      — E por que eu tenho sorte?

      — Bom... porque agora eu tenho uma pequena surpresa para você. Mas só se você quiser — ele me olhou de lado com aquele sorriso sarcástico.

      — Quero — falei enfim.

       Voltamos para o carro e seguimos o caminho de volta.

      — Para onde estamos indo? — questionei, curiosa.

      — Para minha casa. Não queria ser estraga prazeres, mas você que perguntou. E talvez agora você pergunte o que tem de especial por lá e eu vou responder que há um jantar a luz de velas e uma casa inteira só para gente.

      — O quê? — sorri. — Você contou tudo... 

      Dei um tapa no ombro dele.

      — Realmente, tenho muita sorte. Mas não fica convencido não.

      Ele sorriu e disse:

      — Não sou.

      Ele estacionou o carro e andamos de mãos dadas até a entrada.

      — E seus pais?

      — Eles saíram na parte da tarde com alguns amigos e não vão voltar cedo, quem sabe até durmam por lá....

       As luzes estavam apagadas e ele acendeu uma luz baixa na sala de jantar. 

      Uma mesa para dois e velas.

      — Surpresa!

      Sorri e fiz cara de surpresa antes de beijá-lo. Ficamos aos beijos até que ele disse que tinha uma outra surpresa para mim.

      O esperei olhando a decoração daquele ambiente romântico. Ninguém havia feito algo assim para mim antes e eu não podia acreditar que tudo aquilo estava mesmo acontecendo, principalmente depois de tudo que passei. De certo modo, esse garoto do interior conseguiu me provar que existe um sentimento forte e bonito que eu nunca senti da forma que estou sentindo.

      Thiago retornou com as mãos para trás, parou em minha frente e mostrou o que escondia. Um buquê de gerberas rosa.

      — Minha garota, minha princesa — ele disse enquanto eu ainda estava chocada e com um sorriso radiante em meu rosto.

      Peguei o buquê e dei um forte abraço em Thiago, que me levantou do chão. Rimos e depois demos um longo beijo.

      Ele me levou até a sala de jantar e puxou uma cadeira para mim, pediu para que eu esperasse um pouco. 

      Thiago trouxe um risoto de camarão e eu amo esse prato.

       — Você que preparou?

      — Com ajuda de minha mãe, que me passou a receita.

       — Parece estar delicioso.

       Para beber, Thiago trouxe vinho tinto.

      — Algum problema em tomar vinho? — ele me perguntou antes de servir.

      — Nenhum — comentei e sorri. Havia bebido vinho poucas vezes e só na presença dos meus pais em comemorações familiares ou em alguns casamentos.

      A comida estava deliciosa. Posso até dizer que foi o melhor risoto de camarão que já comi.

      — Imaginou que terminaríamos aqui, juntos? — questionei.

      — Não, nunca. Mas fico feliz que estejamos e que você não seja mais aquela garota insuportável que era antes — ele provocou.

      — Eu não era insuportável coisa nenhuma, você que me enchia a paciência com seu jeito convencido.

     Rimos.

      Conversamos mais um pouco antes dele se levantar e levar as coisas para a cozinha, ajudei-o. E coloquei minhas flores no centro da mesa.

      Eu havia acabado de guardar o vinho quando Thiago, encostado no balcão, me puxou para perto e me beijou. Os beijos de lentos ficaram mais apaixonados.

      Thiago me puxou pela mão.

      — Vem por aqui.

      Subimos até seu quarto.



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