Lost || L.S

2.Quem é você?

8:00 a.m

-Merda. -Gritei ao perceber que estava atrasado.

Levantei da cama correndo, indo em direção ao armário.

Peguei uma blusa qualquer, vestindo-a e correndo para a cozinha.

Peguei uma maçã e fui para a garagem.

O dia estava nublado e chuvoso.

Bati os dentes por conta do frio.

Liguei o aquecedor, pois o frio de Holmes Chapel estava me aterrorizando.

Alguns minutos depois, chego no escritório e me deparo com minha secretária chorando.

-O que houve? -Perguntei preocupado.

-Louis Tomlinson desapareceu. -Dinah disse em meio lágrimas.

Bufei e segui para minha sala.

Eu não dava a miníma para esse tal de Louis Tomlinson.

Droga, já é a milésima vez que escuto esse nome hoje.

Sento em minha cadeira e suspiro forte.

-Vamos lá. -Disse como incentivo a mim mesmo.

O dia estava perfeito, do jeito que eu gostava.

Chuva, neblina e frio.

Tudo o que eu preciso para ter o dia perfeito.

Mal posso esperar para chegar em casa e assitir minha série policial favorita.

Continuei com o trabalho, pois eu não me sustentaria apenas assistindo séries.

O dia passou e a Lua já brilhava intensamente lá fora.

-Estou indo. -Disse a secretária. -Espero que você melhore. -Disse ao perceber que ela ainda chorava pelo tal de Louis.

Nisso que dá contratar secretárias de 19 anos que ainda sofrem por garotinhos de capa de revistas.

Tive que correr para não me molhar. A chuva estava forte.

Entrei no carro e liguei o aquecedor, logo relaxando ao sentir o ar quente em meu rosto.

Dei partida e fui para casa.

Alguns raios brilhavam no céu, deixando a noite ainda mais perfeita.

Até que quando chego em casa e me deparo com uma pessoa parada em frente ao portão da garagem.

Abri o vidro e coloquei a cabeça para fora do carro.

-Ei? -Tentei chama-lo, mas ele não me olhou. -Ei cara, você está atrapalhando a passagem. -Gritei, molhando todo meu rosto por conta da chuva.

-Merda. -Sussurrei.

Abri a porta do carro e desci, indo até a pessoa parada em frente minha garagem.

-Ei cara, você está atrapalhando a passagem. -Disse ainda distante do individuo. -Você está ouvindo? -Perguntei aproximando-me de seu rosto.

Seu olhar foi direcionado a mim, e por um momento, me perdi em seus belos olhos azuis, que refletiam a luz da lua.

Estava chovendo muito. O frio fazia meus dentes baterem um no outro.

-Quem é você? -Perguntei para o garoto, que tremia por conta do frio e da chuva.

-Eu não sei. -Disse baixo, me olhando com um par de olhos azuis.

Suspirei fundo e olhei ao meu redor.

A rua estava vazia, não havia uma pessoa para pedir ajuda.

-Você não tem celular? -Perguntei. -Ou o número de algum conhecido que possa vir te buscar?

-Eu acho que perdi meu celular. -Ele disse baixo.

Mordi o lábio, tentando pensar em algo.

-Ok, vamos entrar por que está frio. -Disse encaminhando o garoto até a porta de casa.

Coloquei meu carro na garagem e entramos em casa.

Tirei meu blazer, que estava encharcado.

Fiz um chocolate quente e entreguei uma toalha para o garoto.

-Você sabe seu endereço? -Perguntei, colocando minha xícara de chocolate em cima da mesa.

O garoto apenas balançou a cabeça negativamente.

-Não sabe o não sabe o número de ninguém?

Negou novamente.

-Não tem carteira de motorista, RG ou carteira de trabalho? -Perguntei tentando descobrir pelo menos o nome dele.

Ele negou.

Seus olhos marejavam, e eu não sabia o que fazer.

Olhei atentente, e vi um pequeno corte em sua bochecha.

Suas roupas estavam desgastadas e seu cabelo completamente molhado.

-Você sabe pelo menos seu nome? -Perguntei baixo.

Mais uma vez, ele negou.

Passei a mão pelo rosto, suspirando fundo.

Eu não podia simplesmente deixar ele passar noite aqui.

Ele não sabia o próprio nome, não tinha carteira de identidade e ainda estava machucado.

Pessoas podem estar atrás dele, preocupadas com ele.

-Olha, eu não faço a miníma ideia do que fazer. -Disse perdido. -Não sei se ligo para polícia, não sei se deixo você aqui essa noite. -Disse pensando no que iria fazer.

Ele tremia, com o corpo envolvido na toalha.

Meu cerébro dizia para ligar a polícia e resolver tudo isso logo.

Mas meu coração dizia para acolher o garoto.

Eu estava tão cansado, então decidi escutar o coração e deixar o garoto aqui essa noite.

-Ok, vou deixar você dormir aqui essa noite. -Disse levantando do sofá. -Pegue essa toalha, e vá tomar um banho quente. -Disse entregando uma toalha seca ao garoto.

Guiei o garoto até o banheiro e esperei ele entrar no box, para poder vasculhar suas roupas e achar algum documento.

Peguei suas roupas molhadas e fui para a lavanderia.

Mexi nos bolsos e a única coisa que achei foi um bilhete amassado escrito "te amo Louis".

Dei de ombros e continuei vasculhando.

Uma nota de 10 dólares, uma camisinha e um bilhete amassado.

Mas nada que pudesse identificar o garoto.

Ouvi o chuveiro sendo desligado e guardei o bilhete amassado em meu bolso.

-Coloquei roupas limpas em cima da cama. -Disse a ele.

Ele foi até o quarto e quando saiu, minha blusa tinha ficado igual um vestido no corpo do garoto.

-Você vai dormir aqui ok? -Disse arrumando as cobertas na cama. -Qualquer coisa, pode me chamar no quarto ao lado. -Disse indo para a porta.

-Obrigado. -Disse baixo, se encolhendo em baixo das cobertas.

Assenti com a cabeça e fechei a porta.

Encostei a cabeça na parede e respirei fundo.

O que eu vou fazer?