35º Capitulo

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Um mês depois; Agosto

"Não sei como é que consegues Rosie" diz a Claire enfiando a mão dentro da taça de pipocas levando-a de seguida até à sua boca.

"Não é assim tão mau, às vezes sinto-me um pouco sozinha mas não é mau" explico-lhe e depois ela suspira e olha em volta da minha sala.

"Tu sabes que podes chamar-me para te fazer companhia sempre que quiseres. Custa-me imenso saber que estas sempre aqui sozinha nesta casa enorme" ela volta a encher as mãos de pipocas e em vez das comer fixa o olhar nelas.

"Ainda por cima nem se quer consegues fazer uma refeição como deve de ser, tu comes o quê? Take-Away todos os dias?" Ela franze o sobreolho e fica à espera de uma resposta.

"Oh vá-la Claire já não sou assim tão horrível a cozinhar!" Ela dá um riso histérico e dou por mim a rir-me também.

"Está bem então conta-me o quê que comeste ontem ao jantar" ela olha para mim com um sorriso matreiro como se tivesse à espera do segundo exato para começar novamente às gargalhadas.

"Bem, ontem à noite comi sopa" digo-lhe e relembro-me exatamente de ir até ao supermercado  comprar uma sopa de cenoura pré-feita. "Não fui eu que a fiz" acrescento baixinho e ela suspira enquanto olha para mim como se eu fosse um caso perdido.

"Okay então diz-me quando foi a ultima vez que usaste aquele fogão?" Ela aponta para a cozinha que fica na outra ponta da sala.

"Hm bem, conta se for o meu pai a tê-lo usado?" Pergunto e ela ri-se novamente batendo com a mão na testa.

"Vês é por isto que algumas pessoas não deviam de morar sozinhas" ela passa-me a taça com as pipocas e começo a come-las.

"Eu até gosto de morar sozinha, tenho bastante sossego" ela suspira como se já não fosse a pena argumentar.

A Claire não foi a única a dizer-me que era parvoíce estar aqui a morar sozinha numa casa tão grande e sem sequer saber cozinhar, a minha mãe quase se pôs de joelhos dizendo que eu devia de vender a casa e que devia de voltar para a casa dela e do meu pai. O pai foi mais razoável a aceitar a minha decisão de voltar, tirando a parte que passa quase sempre aqui quando sai à noite do restaurante.

"Podias arranjar alguém para viver aqui contigo" diz a Claire e eu franzo automaticamente a cara.

"Não me agrada a ideia de espetar um estranho aqui" respondo voltando a encher depois a boca de pipocas. "Porém tenho pensado em ter um cão"

"Um cão? Hm, finalmente concordamos em algo" ela dá um sorriso e depois fixa os olhos na televisão.

"Vou à casa de banho" a Claire diz alevantando-se do sofá encaminhando-se em direção às escadas.

Agarro no comando da televisão e começo a passar os canais e mais uma vez em mais de trezentos canais não está a dar nada de jeito na televisão. Irritada apago-a e vou até à cozinha beber um copo de água.

"Rosie?" Ouço a voz da Claire a chamar.

"Aqui" respondo e em poucos segundos ela aparece à minha frente remexendo no seu cabelo ruivo e depois reparo que ela já tem os seus  sapatos calçados e a sua mala presa no seu ombro.

"Até me ia esquecendo, está na hora do workshop"

"Quando acabares esse workshop quero um jantar só de sushi" digo e ela sorri. A Claire anda a fazer um workshop durante os sábados sobre comida Japonesa, não tem falado noutra coisa.

"Prometido" ela ergue o dedo mindinho e depois de acompanha-la até à porta e quando ela sai volto a ser sugada pelo silêncio que preenche a casa.

Respiro fundo e dou por mim sem saber o que fazer. O sábado é sempre o pior.


Por vezes sentia que estava fechada dentro de uma bolha, uma bolha que se isolava do resto do mundo. Talvez porque me sentia demasiado sozinha, a ultima vez que me tinha sentido assim foi depois da Zoe morrer. Talvez esse seja o meu problema eu apego-me de mais às pessoas e depois quando fico sem elas sinto-me como se estivesse desamparada. Sim, a culpa é minha.

Depois de ter passado o resto da tarde a limpar a casa tomei uma decisão, esta noite não ia ficar fechada em casa a pensar como seriam as coisas se ele ainda cá estivesse. Hoje queria sair de casa mesmo que fosse sozinha.

Tomei um banho e arranjei-me e quando estava pronta meti uma pequena mala ao ombro com os bens essenciais e sai de casa o ar fresco da rua fez-me ficar bastante contente por ter optado por um par de calças de ganga e não pelos calções. Não sabia muito bem para onde ia, estava simplesmente a descer a pé a rua onde morava, cada vez via mais pessoas a andarem de um lado para o outro e de alguma maneira o barulho e a confusão das ruas não me deixam sentir tão só.

Andei durante quase uma hora até chegar a um parque onde estava a haver uma pequena feira. As ruas estavam cada vez mais apinhadas e à medida que me aproximava da feira começava a ouvir uma musica. Via várias pessoas da minha idade, grandes e pequenos grupos de amigos, casais que andavam de mão dada que me faziam desviar automaticamente o olhar também via vários adultos que andavam de mãos dadas com olhos filhos que riam e falavam alto.

Todas as pessoas aqui pareciam animadas e lá no fundo não consiga não sentir inveja delas, eu podia divertir-me quando estava com a Claire ou quando estava com os meus pais, mas era só isso a Claire e os meus pais e quando não estava com eles sentia-me completamente sozinha.

Sem ter mão nos meus pensamentos comecei a imaginar um cenário em que a Zoe ainda estivesse viva, ela e a Claire iriam dar-se bem e o Liam ainda não teria ido para Londres . Ia-mos ser os quatro amigos e  iria  ser bastante divertido. Nunca teria existido qualquer problema com o Oliver ou com o Zayn e um dia iria conhecer o Harry e ai ele não iria ter a necessidade de me proteger de nada por isso não teria a necessidade de me mentir. Iria ser tudo perfeito.

Afasto todos os meus pensamentos quando começo a sentir um nó a formar-se na minha garganta e vejo com atenção uma barraquinha com várias peças de artesanato.

Continuo a ver as barracas até que ao longe duas pessoas captam a minha atenção. Os cabelos loiros com ondas perfeitas da rapariga são quase impossíveis de distinguir e eu nunca tinha-lhe visto um sorriso tão enorme no seu rosto bonito. Ao lado de Freya está um rapaz mais alto de cabelos escuros e também sorri, reparo nos dedos do Zayn entrelaçados com os da Freya e dou por mim a pensar que estou a alucinar até que a cabeça do Zayn vira-se na minha direção e segundos depois a Freya também repara na minha presença. O Zayn olha à minha volta como se estivesse à procura de alguém e depois apresenta-me o seu sorriso típico cínico quando percebe que estou sozinha, a Freya não me dá tanta atenção limitando-se a olhar para mim com um certo desprezo.

Rodo os calcanhares andando no sentindo oposto ao deles começando a fazer o meu caminho de volta. A minha cabeça parece que vai explodir quando relembro da primeira vez que vi a Freya, ela estava com medo do Zayn. Talvez nunca tenham parado de gostar um do outro.

A minha memória vai até ao dia em que o Zayn estava do outro lado da estrada pronto para me contar tudo sobre o Harry. E desde esse dia sinto-me como se mais nada fizesse sentido.

Sinto um aperto no meu coração devido às memórias. A imagem da Zayn voltasse a formar na minha mente e penso que se ele nunca tivesse aparecido as coisas seriam muito diferentes agora.

Ele não estaria num continente diferente do meu.


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Olá!

É tão estranho para mim escrever a vida da Rose sem o Harry, já sinto imensa falta dele haha. Mas não se preocupem porque a história ainda só está no capitulo 35 e eu tenciono que ela vá até aos 100 por isso muito coisa ainda vai acontecer, por isso não percam a esperança que a vida agora monótona da Rosie ainda vai ganhar agitação!

Contem-me se têm algum palpite sobre a história, adorooo saber as vossas teorias.

Love You!!

Always 2 |H.S|Onde histórias criam vida. Descubra agora