45º Capitulo

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Se eu me sentia nervosa quando tinha acordado de manhã, então já não havia nenhum adjetivo para descrever o que eu sentia neste exato momento. Caminhando por entre as pessoas enquanto esperava encontrar a qualquer momento o rapaz de olhos verdes e cabelos rebeldes.

Deitava um olhar demorado a toda gente por quem passávamos e sentia sempre o meu coração a apertar quando me apercebia que nenhuma destas pessoas era o Harry ou o Ryan e que nenhum deles estava por perto.

Cada passo que dava sentia os meus pés a queixarem-se, bastava-me olhar para o Louis para saber que ele também estava cansado. Agora, já depois de andarmos horas de quarteirão em quarteirão a perguntar em cafés, pequenos supermercados e a pessoas locais se tinham visto o Harry ou o Ryan, já ambos nos sentíamos estafados e o facto de que todas as vezes em que perguntar-mos se alguém os reconhecia termos recebido um não como resposta não ajudava em nada.

Sabia que ainda não estava em Boston à um dia, sabia que ainda só tinham passado umas horas desde que eu e o Louis tínhamos começado a nossa procura, mas era impossível não sentir o meu coração a apertar todas as vezes em que recebíamos um não como resposta depois de mostrar-mos uma fotografia do Harry e do Ryan.

"Tem calma Rosie, só estamos nisto à umas cinco horas" diz o Louis depois de lhe revelar os meus pensamentos enquanto caminhávamos pelas ruas.

"Eu sei Louis, mas sinto que estamos nisto à demasiado tempo" digo e olhando para o Louis que me finta com um ar cansado.

"Talvez seja boa ideia descansarmos um pouco" ele diz e mantemos o silêncio enquanto continuamos a andar em frente.

Uma coisa que aprendi a passar tanto tempo ultimamente com o Louis, é que o silêncio normalmente entre nós nunca é desconfortável, por vezes até sabe bastante bem.

O Louis toca-me no braço e diz-me para entrar-mos num pequeno café que está praticamente vazio. Sentamos-nos os dois numa mesa redonda e sinto os meus pés a agradecerem por ter-me finalmente sentado.

"O que vão querer?" A voz do empregado aparece de repente atrás de mim e se não tivesse tão cansado provavelmente teria dado um salto na cadeira.

"Uma cerveja" diz o Louis e depois o olhar do empregado carrancudo cai em mim.

"Um ice tea de manga" digo e antes do empregado que parece que está mal com a vida ter tempo de se ir embora falo.

"Desculpe, mas por acaso não reconhece este rapaz?" Pergunto pela milésima vez neste dia enquanto mostro uma fotografia do Harry no meu telemóvel.

O homem franze as sobrancelhas enquanto olha para a fotografia e segundos depois finta os seus olhos escuros nos meus enquanto abana com a cabeça.

"Não, nunca o vi" ele diz indo-se logo embora rastejando com os pés pelo chão de madeira sem me dar tempo de dizer mais nada.

"Valeu a pena tentar" digo ao Louis e olha para mim com um ar pensativo.

"Cada vez que ouves um não ficas mais desanimada Rosie" diz o Louis fintando-me com os seus olhos azuis.

"Não consigo evitar" respondo-lhe num tom baixo fintando a mesa castanha.

"Ambos sabíamos que isto não ia ser fácil Rosie, mas por vezes temos de ter esperança. Não podes estar tão desanimada ainda não estás aqui à um dia" a voz do Louis soa preenchendo o café silencioso.

"Eu sei..." digo e depois o empregado volta para deixar uma cerveja e um ice tea em cima da mesa, voltando para trás do balcão sem dizer nada.

"Posso perguntar-te uma coisa, que prometes não levar a mal?" Questiona o Louis depois de levar a cerveja aos lábios.

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