50º Capitulo

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O Louis estava esticado sobre a cama enquanto fintava o teto branco do quarto, o silêncio já se tinha instalado à muito sobre nós mas não me incomodava nem um pouco, até me fazia sentir bem.

A minha mente continua pressa ao dia anterior, depois do Harry ter passado a direito por mim e pelo Louis não tinha tido qualquer noticia dele, o que sinceramente esta a deixar-me para lá de preocupada, não que estivesse à espera de um telefone ou de uma simples mensagem.

Dentro de quatro horas tínhamos um voo de volta para a Inglaterra. O hospital ia tratar de enviar o corpo do Ryan para a Inglaterra para depois o funeral poder decorrer.

Ainda é estranho para mim pensar no que aconteceu com o Ryan, um sentimento frio habita dentro do meu corpo desde que recebi a noticia da sua morte, mas ao mesmo tempo é como se estivesse habituada ao facto do Ryan estar morto. O que é estranhíssimo de se pensar mas se averiguarmos bem o contexto do que se passou anteriormente não é assim tão bizarro.

"Este silêncio está a matar-me" a voz suave do Louis preenche o quarto. Os seus olhos azuis cruzam-se com os meus e por uns momentos só sinto vontade de o abraçar o chorar novamente. Mas já chega de lágrimas e de soluços.

"Achas que ele está bem?" Deixo que a pergunta fuga dos meus lábios, é a primeira vez que refiro o Harry em voz alta desde que ele abandonou o hospital ontem à tarde.

"Fisicamente? Claro. Psicologicamente? Acredito que não" as suas palavras apesar de não me transmitirem nenhum novidade e de terem um calmo, fazem-me sentir como se me rasgassem por dentro em pedacinhos bem pequeninos.

"Ele pareceu-me tão diferente sabes, não parecia o Harry que eu conhecia" digo-lhe e ele senta-se sobre a cama virando-se de frente para mim.

"Aquele era o Harry. Apenas um Harry que tu nunca tinhas conhecidos" franzo o sobreolho confusa assim que ouço as suas palavras.

"Já conheço o Harry há alguns anos, e o Harry que viste ontem é o mesmo rapaz que eu conheci à bastante tempo, na altura em que ele o Zayn eram amigos. Naquela altura ele andava desamparado e era distante, e o que eu vou dizer a seguir pode parecer parolo mas Rosie, tu conheceste o Harry que se apaixonou por ti, tu deste-lhe amor era como se ele tivesse encontrado uma espécie de equilíbrio na sua vida" assim que o Louis acaba de falar um silêncio estende-se pelo quarto de hotel enquanto eu processo todas as palavras que ele me disse.

"Louis..." digo o seu nome num tom baixo e no exato momento em que os seus olhos azuis encontram os meus sinto a minha garganta a apertar de um forma dolorosa. "Havia momentos que eu pensei que já não o amava... mas isso é mentira" a minha voz treme e é fraca e só o facto de dizer estas palavras em voz alta sinto uma lágrima desliza pela minha bochecha mas e apresso-me a limpa-la.

"Anda cá" ele abre os braços e não êxito em deixar-me cair entre eles.

As suas mãos fazem círculos nas minhas costas e a magoa que tentei combater durante estes quatro meses começa a crescer brutalmente dentro de mim.

Nunca pensei que pudesse criar uma amizade tão forte com o Louis, mas depois de semanas a preparar-mos uma viagem de salvamento e de passarmos mais duas semanas inteiras na companhia um do outro enquanto percorríamos as ruas de Boston é como se tivéssemos criado um elo entre nós. O Louis é uma amizade que toda gente desejaria ter, e mesmo com o azar que eu tenho, fui suficiente sortuda para a ganhar para mim.


***


O aeroporto está abarrotar de pessoas, umas apressadas para apanharem os seus voos e outras que andavam calmamente arrastando grande malas de viagem atrás delas. Eu e o Louis sentamo-nos junto de uma enorme família de Japoneses que não paravam de tirar fotografias uns aos outros, e que já me tinham pedido duas vezes para lhes tirar uma fotografia de família.

Always 2 |H.S|Onde histórias criam vida. Descubra agora