Capítulo Cinco

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A grande maioria das garotas sonham encontrar seu príncipe encantado, como nos contos de fada, que assistimos quando criança.
Me apaixonar, nunca foi um objetivo, na verdade, eu sempre tive um pouco de receio só de pensar na hipótese, agora consigo entender.
Desde que Calleb apareceu na minha casa, algo em mim mudou, como se todos os meus planos e objetivos tivessem perdido o sentido.
Seu olhar, seu sorriso, seu cheiro, isso me faz bem.
Eu estou perdidamente apaixonada por ele.
Cada parte de mim precisa dele.
Acordar em seus braços me fez perceber que aconteça o que acontecer, ele nunca sairá de mim.
- Bom dia princesa.
Esses olhos verdes, esse sorriso, esse cheiro, é disso que eu estou falando.
- Meu Deus minha mãe deve estar louca atrás de mim.
- Ela sabe que está aqui.
- O quê? Como?
- Ela te ligou ontem, e como já estava dormindo, eu atendi para não preocupá-la.
- O que disse ?
- Que eu precisava conversar com alguém, e pedi que ficasse.
- Deus! Ela deve estar pensando que...
- Que estamos apaixonados e passamos a noite juntos.
- Por quê ela pensaria isso?
- Por quê é a verdade.
- Não passamos a noite juntos, não como insinuou.
- Foi a melhor noite da minha vida até hoje.
Me sento na cama, ele se aproxima e se senta ao meu lado.
- Cloe preciso que me ouça.
Ele toca o meu queixo para que eu me vire .
- A minha vida está um inferno, eu não sei de onde vim, não sei se um dia vou saber, e agora, tem um bebê a caminho.
- Eu...
- Me deixa falar por favor.
Ele pega o seu celular e me mostra a foto .
- Essa é Louise, estudamos no mesmo colégio, éramos do mesmo grupo de amigos. Sempre soube o que ela sentia por mim, mas nunca dei importância, ela nunca dispertou o meu interesse.
Até que fui convidado para sua festa de aniversário, e ao cumprimentá- la me fez um pedido.
A foto de Louise, parecia capa de uma revista, ela estava realmente linda.
Cabelo curto, loiro, olhos castanhos, e um belo sorriso.
- Não precisa terminar, eu não quero ouvir.
- Ela me pediu que dormisse com ela, e eu não tinha motivos para dizer não.
- Eu disse que não quero ouvir, eu já entendi tá legal?
Me levanto e calço meus sapatos, ele vai até a porta do quarto e a tranca.
- Eu preciso que entenda tudo Cloe, prometo que te entrego a chave assim que eu terminar.
Continuo sentada, mas agora, mantenho o olhar para a janela.
Ele volta e dessa vez se deita na cama com os braços em baixo da cabeça.
- Eu não fazia idéia de que me arrependeria tanto depois daquela noite. Ela passou a me seguir, ligava toda hora, me esperava na frente de casa.
Eu nunca quis tratá-la mal, mas não tinha outra opção.
Quando descobri a verdade, decidi que precisava vir, para buscar respostas, então quando soube que viria, tentou me impedir.
Parece que essa mulher é uma maluca, mas isso não muda o fato de que serão ligados para sempre, por um filho.
- Ela pediu que eu fosse até a sua casa para que pudesse se desculpar e se despedir. Mas não era verdade, ao me oferecer um uísque, ela colocou alguma droga, que me fez dormir e perder o vôo.
Então por isso ele não veio junto com a Tia Elle.
- Mas e a sua mãe? Por que não te procurou?
- Eu avisei que iria na casa da Louise, ela pensou que eu havia desistido de vir, e como torcia por isso, não deu muita atenção.
- E o que pretende fazer? Afinal você vai ser pai.
- Eu não sei, a única certeza que eu tenho, é de que em meio a toda essa confusão que está acontecendo, eu encontrei a garota que me deixa sem o controle dos meus próprios desejos.
Eu sei que estou sendo egoísta, mas eu preciso de você ao meu lado.

Ele se levanta e envolve minha cintura.
- Calleb, você vai ter um filho!
- Eu não vou fugir das minhas responsabilidades, mas não vou me prender a alguém que não amo.
- Eu não quero ser o motivo pelo qual uma criança cresceu sem pai.
- Cloe, eu estava decidido a te esquecer, a desistir de tentar te ter por perto.
Mas depois que te senti em meus braços, depois que senti seu corpo tão perto, depois de ver o quanto me faz bem, eu não vou deixar que ninguém acabe com isso.
Ele enxuga uma lágrima em meu rosto, e me abraça.
Isso não é justo, um sentimento tão forte, tão bonito e ao mesmo tempo, tão cruel.

- Eu não posso fazer isso. Eu não quero carregar esse peso. Eu te quero com todas as minhas forças, mas tudo que aconteceu entre a gente acaba aqui.
- Cloe, não faz isso.
Nada se compara com a dor que estou sentindo. Olhar em seus olhos carregados de lágrimas, saber que não posso acalmá-lo e dizer que vai ficar tudo bem, por que não vai.
Pego a chave em cima da cama e vou embora.

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