Capítulo Onze

125 10 0
                                    

CLOE

Já anoiteceu e estou exausta, consegui organizar o meu novo quarto com as minhas coisas.
Marquei com a Jane no cinema hoje, estou atrasada como sempre.
Tomo um banho, seco e faço uns cachos nos cabelos, enquanto arrumava meu armário percebi que preciso comprar algumas roupas, nunca liguei muito para essas coisas, mas acho que preciso de uma repaginada.
Por fim coloco uma saia jeans e uma blusinha cinza com uma jaqueta escura, aplico um pouco de rímel e pó.
Jane mandou uma mensagem avisando que também se atrasaria.
Vamos ver um romance com seu ator preferido Daniel Sharman, Jane sempre diz que ama o Jake, mas Daniel é seu prometido.
Nos encontramos no estacionamento.
Minha amiga sempre foi muito bonita, mas desde que começou seu namoro com Jake, seu estilo mudou um pouco.
Seus cabelos ganharam um tom mais claro, usa roupas que valorizam mais suas curvas.
Apesar de termos a mesma idade, eu a vejo como minha irmã caçula, já que eu sempre fui a racional e ela a mais intensa.
- A sua mania de atrasos está começando a me contagiar.
- O que aconteceu com a senhorita pontual hoje?
- Só vou te contar depois do filme, por nada nesse mundo eu perco essa sessão.
Ela me puxa pelo braço, e fico feliz por não ter colocado um salto.
- Jane, eu comprei as entradas antecipadas lembra? Ainda faltam 15 minutos.
- É verdade! Desculpe amiga, mas eu já te falei que o ator Principal é...
- Daniel Sharman! Sim, já falou mil vezes!
Ela me encara, e caímos na gargalhada.
Compramos pipoca e suco, preciso me curar do vício de refrigerante.
Duas horas e meia depois, estamos saindo da sala de cinema, Jane não para de falar as cenas que mais gostou, adoro sair com ela, mas não posso negar que minha cabeça estava em outro lugar enquanto encarava o telão.
Calleb não tentou falar comigo hoje, por um lado fico mais tranquila, mas por outro, sei que está com ela, com a mãe do seu filho, deve ter entendido de uma vez por todas que não faz sentido me procurar.
- Cloe, Terra chamando!
Nem percebi que já estávamos na praça de alimentação, Jane abana as mãos em frente ao meu rosto para chamar minha atenção.
- Desculpe!
- Comida japonesa?
- Como sempre.
Assim que nos sentamos sinto um toque em meu ombro.
- Cloe!
Eu me viro e sinto um grande alívio.
- Frank Oi!
Desde o baile eu não falei mais com o Frank, ele ficou de me ligar para saírmos novamente, mas não sei o que aconteceu.
Esta muito bonito, com uma camisa branca com as mangas dobradas. Ele me dá um beijo no rosto, e sorri.
- Você está linda!
- Obrigada, já conhece a Jane né?
- Sim, como vai?
Ele a cumprimenta da mesma forma.
- Bem, obrigada.
- E então, está fazendo o que aqui no shopping sozinho?
- Vim comprar um presente para a minha irmã, ela está na cidade, faz um tempinho que não nos vemos.
- Não sabia que tinha uma irmã.
- Pois é, ela é mais nova, entra para faculdade ano que vem.
- Que legal!
- Cloe, desde aquele dia, eu estou me esforçando para fazer o que me pediu.
Ele puxa uma cadeira e se junta a nós, Jane diz que precisa ir ao banheiro, mas sei que só quer nos deixar sozinhos.
- O que eu pedi? Não sei do que está falando Frank.
- Da sua mensagem, não lembra?
- Que mensagem? Você disse que ia me ligar, e não ligou. Eu não estou te entendendo.
- Cloe á uns dois meses atrás, era noite, não conseguia dormir pensando no nosso encontro, então resolvi te ligar , mas você não atendeu, só me mandou uma mensagem falando que estava com alguém, que estavam namorando e que eu não te procurasse novamente.

Dois meses atrás, Calleb, claro que foi ele, ele estava com o meu celular, até falou com a minha mãe.
Ele não tinha direito de fazer isso.

- Me desculpe Frank, foi um mal entendido.
- Você está mesmo com alguém?
- É uma longa história, mas não estou namorando.
- Entendo, posso te fazer um convite de amigo?
Eu gosto dele, da forma como me trata, mas não quero iludi-lo.
- Amigos?
- Amigos, até que você queira mudar o status
Jane volta, e nos pega rindo da situação.
- Jane, que tal me ajudar mais uma vez a convercer a nossa amiga aqui aceitar um convite.
- Ela aceita.
- Jane!
Olho feio para ela, que me mostra a lingua.
- Como eu disse minha irmã está na cidade com o namorado e vamos ver um filme, o que acha de vir conosco?

Normalmente eu adoro cinema, mas eu não estou no meu modo normal.

- Cinema? Hum...
- Vamos lá, será neste fim de semana.
- Ok.
- Sério?
Ele está sorrindo de orelha a orelha.
- Sim, mas não precisa me buscar, nos encontramos aqui.
- Como queira.
- Me manda uma mensagem sobre o horário.
- Tá, agora vou indo, foi um prazer ver vocês, até mais.

- Nossa amiga, ele está caidinho.
- Eu disse amigos, acho que ele entendeu.
- Ele é um gato.
- Sim, ele é, mas não quero mais dor de cabeça.
- Você já tem uma dor de cabeça de olhos verdes né.
Ela me chuta por baixo da mesa, e rimos alto.
- Ele foi em casa hoje, por isso me atrasei.
Quase engasgo.
- O que ele foi fazer na sua casa?
- Eu também não sei, ele só disse que queria conversar, parecia abatido.
- Queria tanto vê-lo, saber como está.
- Por quê não liga?
- Eu não posso, tenho que esquecer o que aconteceu. Foi maravilhoso mas acabou.
Jane se levanta e me encara com olhos furiosos.
- Cloe Jackson, o que aconteceu entre vocês que não me contou?
Eu não tive coragem de contar que me entreguei, na verdade acho que tive vergonha, afinal foi uma vez e nunca mais.
- Senta aí, e fala baixo.
- vocês...aí meu Deus!
- Sim amiga, foi incrível! Juro que te conto tudo depois, agora quero saber o que aconteceu na sua casa.
- Quero detalhes heim.
- Tudo bem, mas agora fala.
- Ficamos conversando, rindo, comemos a lasanha que o Jake fez, mas depois a minha mãe chegou e deu um show.
- Nossa!
- Disse que já bastava ter que te aguentar.
- Um dia eu descubro o que a sua mãe tem contra a minha família.
- Daí ele foi embora. Mas é claro que ele queria seu endereço novo né.
- Não dê, por favor, eu não quero ter que falar com ele, não vai terminar bem.
- Eu acho um absurdo você sacrifícar a felicidade de vocês por causa dessa louca.
- Essa louca está grávida Jane.
- É eu sei, as vezes eu me esqueço disso.
- Dorme lá em casa hoje, deixa seu carro na vaga do Tom.
- Claro, afinal você tem que me contar detalhes da sua grande noite, vou ligar para a minha mãe.
Enquanto ela liga, meu celular vibra com uma nova mensagem, imagino ser o Frank falando sobre o horário.
Mas não é.

MINHA FELICIDADE DUROU POUCO, MAS POR AQUELA NOITE, MINHA VIDA JÁ VALEU A PENA.




SEM CONTROLE Onde histórias criam vida. Descubra agora