Capítulo Treze

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CLOE

A entrevista foi melhor que imaginei, o homem que será meu chefe chama - se Pitter.
Começo na próxima segunda, estou muito feliz por ter conseguido esse emprego, era tudo que eu queria.
Não paro de pensar na mensagem do Calleb, a Jane me garantiu que não passou lhe passou o endereço, deve ter sido a tia Elle.
Quando chego em casa minha mãe já está. Depois de ver as inúmeras fotos da viagem, aproveito que estamos sozinhas no meu quarto para contar as novidades.
- A entrevista foi ótima, começo na segunda.
- Querida que bom, mas não vai te atrapalhar com os estudos?
- Mãe, eu tranquei a faculdade.
Ela fica de pé na minha frente, sem dizer nada.
- Eu não quero fazer administração mãe, você sempre soube disso.
- Filha, então por quê começou o curso, se não era o que queria?
- Voçe sempre deixou claro que eu seguisse seus passos, e eu tentei, mas não vou continuar .
Ela se senta ao meu lado, e me abraça.
- Me desculpe Cloe, eu nunca quis te influênciar, só achei que você também gostava da idéia.
- Eu sei, eu nunca te disse como me sentia sobre isso.
- Mas então, o que vai fazer?
- Sempre me interessei pela área da saúde e adoro crianças, então pensei em pediatria.
- Nossa! É uma bela escolha, mas exige muita determinação.
- Pois é, vou pesquisar um pouco mais à respeito.
- Estou feliz que tenha tomado a decisão certa .
- Que bom, sua opinião é muito importante.
- Vou tomar um banho, nos vemos no jantar.

Tomo banho e refaço a trança lateral, pego meu caderno que a Jane insiste em chamar de diário, e vou tomar um ar na varanda enquanto minha mãe tenta fazer o jantar, seguindo um livro de receitas.
Gosto de escrever meus pensamentos, me faz relaxar.
Quando ouço a campanhia, lembro novamente da mensagem.
Ele veio, não sei o que fazer.
Ouço sua voz na sala, e tento me preparar.
Ele fica parado na entrada da varanda, e eu continuo escrevendo como se não tivesse notado a sua presença.
- Não tem mais idade para escrever em um diário.
Ele está com as mãos nos bolsos, e aquele sorriso torto que eu adoro.
- Não é um diário.
Fecho o caderno e mantenho o olhar para o jardim.
- Perdeu o cadeado?
- Não é um diário!
Ele puxa uma cadeira e senta ao meu lado, ficamos em silêncio por alguns minutos, apenas ouvindo o barulho dos insetos no jardim. Ele abaixa a cabeça e passa as mãos no rosto.
- Como você consegue fazer isso?
- Isso o que?
Ele me encara, e meu estômago já está doendo de ansiedade.
- Eu ensaiei dias, pensei em tudo que ia te falar quando te encontrasse, mas agora que estou na sua frente, só consigo lembrar meu nome .

Tento ser fria, não mostrar que estou louca para me jogar nos braços dele.
- Não precisa dizer nada, não me deve explicação.
- Eu queria que fosse diferente.
- Nem tudo que queremos é possível.
Ele vira minha cadeira para ele.
- Me sinto um lixo por ter...
- A escolha foi minha, não se preocupe, já disse que não me deve nada.
Ele empurra a cadeira que está sentado e começa a andar de um lado para o outro. De repente se abaixa e coloca as mãos em meu colo, seus olhos estão vermelhos, tristes.
- Eu te fiz mulher, você me entregou a sua inocência, e eu estou completamente apaixonado por você, de uma forma, que pensei que só existia em filmes e livros de romance.
- Para! Não quero que me explique nada, nem se sinta culpado pelo que aconteceu.
- Cloe preciso que saiba que eu te amo, que eu daria tudo para mudar o rumo disso tudo. Mas não posso te pedir para passar por isso, nem deixar a história se repetir.
Ele deixa uma lágrima cair e se levanta.
Fica de costas olhando para o escuro, então eu perco o controle.
Ele se vira e eu desabo em seus braços, seu coração acelerado em meu ouvido me faz lembrar da noite em que adormeci em seu peito.
Eu amo esse homem, mesmo sabendo que essa será a última vez que sinto seu corpo junto ao meu.
- Eu amo você, espero que possa me perdoar um dia.
Ele sussurra.

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