Capítulo Dezesseis

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                             CLOE

Nada como uma boa amiga para fazer a gente esquecer um pouco dos problemas. Passamos horas conversando e fazendo as unhas.
Chorei um pouco, contei como estava me sentindo, mas a maior parte do tempo rimos muito.
Depois que a minha mãe se casou de novo é um pouco difícil vê-la, apesar de ainda morármos na mesma casa, agora ela tem que dividir seu tempo entre a filha e o marido, eu entendo, e ainda bem que tenho a Jane.
- Sabe Cloe, eu acho que você e o Frank, são perfeitos juntos.
- Ele é só um amigo Jane, não começa.
- Você sabe que ele não está atrás da sua amizade né.
- Eu já deixei claro que somos apenas amigos, acho que ele entendeu, agora eu preciso ir, estou ansiosa para o primeiro dia no trabalho.

Quando chego em casa, a sensação de vazio me invade de novo, amanhã Calleb vai embora, e tudo ficará para trás.
Eu sabia que isso ia acontecer, só não imaginei que me deixaria tão fraca.

DOIS ANOS DEPOIS...

- Cloe, anda logo, vamos chegar atrasados!
Frank odeia quando o deixo esperando, mas hoje é o casamento da minha melhor amiga, e não posso fazer feio.
Esses saltos estão acabando com meus pés antes mesmo de chegar à festa.
- Desculpa, só estou nervosa, esse penteado não saiu como eu queria.
- Amor, você está linda, a noiva vai sentir inveja.
Desde que começamos a namorar, á um ano mais ou menos, Frank tem se mostrado uma ótima companhia, ele se tornou uma pessoa muito importante na minha vida.
Foram dias difíceis.
E agora, dois anos depois, acho que minhas feridas se fecharam, é nisso que eu tento acreditar, dia após dia.

Jane vai morar em Belmont após o casamento, estou feliz por ela, mas não sei como vou sobreviver.

Ela está linda, e eu não parei de chorar nem um segundo, durante a cerimônia.
- Foi tudo perfeito amiga, você é a noiva mais linda do mundo!
Ela me abraça e só eu sei o quanto
vou sentir falta desse Abraço
- Obrigada por estar comigo no dia mais importante da minha vida, agora para de chorar, e vamos curtir a festa.

Depois de dançar com o noivo, procuro uma cadeira imediatamente, meus pés já estão com bolhas.
- Frank, vamos indo.
- Vamos, o nosso vôo é logo cedo.
Faltam três dias para o natal, e Frank vai me levar para conhecer sua família, no início a idéia me deixou um pouco nervosa. Mas não existe a possibilidade de encontrar ele em Boston, eu espero.
Dou um beijo na minha amiga, e ela me promete que vamos nos ver antes da sua mudança.

- Frank estou com muito medo.
Ele não para de rir, provavelmente do meu desespero.
- Calma amor, minha mãe não é tão ruim assim.
Dou um tapa em seu braço.
- Estou com medo de voar, aí meu Deus, e se esse negócio cair?
Suas gargalhadas ficam mais altas, e eu volto a lhe bater.
- Frank para, não tem graça!
- Desculpe Cloe, mas eu não estou acostumado a te ver agir assim, tão indefesa.
Encosto a cabeça na poltrona, respiro fundo. Percebendo que eu estou realmente nervosa ele apóia minha cabeça no seu peito.
- Não se preocupe, já estamos chegando.

Um rapaz alto, moreno com um enorme sorriso no rosto acena para Frank.
- Nossa cara, você continua tão feio quanto antes.
Eles fazem uma dancinha esquisita, depois se abraçam.
- Bom te ver também Noah! Essa é minha namorada, Cloe, amor esse é meu melhor amigo Noah.
O rapaz simpático beija minha mão.
- Muito prazer, por acaso veio em busca de um psiquiatra? Por quê o único motivo do Frank ter uma namorada tão linda assim, é se ela tiver algum parafuso faltando.

Eles trocam socos, e depois se abraçam novamente.
- Vamos, a sua mãe nem dormiu de ansiedade, preparou um verdadeiro banquete.
- Imagino, ela vai adorar a Cloe.
Me distraio olhando pela janela do carro. Boston realmente é uma cidade muito bonita.

Não sei se estou nervosa para conhecer a mãe do Frank, ele sempre falou muito bem dela, tirando o fato de ter cortado relações com a irmã  desde a sua última visita á casa dela, acho que será um natal divertido.

Quando paramos em frente a casa, percebo que se trata da mais bonita da rua, com um belo jardim na entrada, e algumas flores do campo ao lado de um grande vaso no topo da escada.
- Mãe, chegamos!
Uma mulher magra de cabelos loiros com cachos e olhos claros, aparece na sala ainda de avental, caminha em nossa direção e abre os braços.
- Querido, que saudade!
Ela o abraça durante alguns minutos, então olha para mim.
- Você deve ser a Cloe!
Então é a minha vez de ganhar um abraço de urso.
- Olá Dona Samantha, é um prazer finalmente conhecer a senhora.
Ela segura meu rosto, e passa as mãos no meu cabelo.
- Pode me chamar de Sam, e nada de senhora. Você é ainda mais bonita que na foto.
- Obrigada, a sua casa é linda.
Noah pega minha mala, e segue Frank até o andar de cima. Sam segura minha mão e me leva até o quarto ao lado do de Frank.
- Esse era o quarto da minha filha, agora ela está casada, espero que fique confortável.
Sinto que seu sorriso desaparece quando fala da filha.
- Amor, vou tomar um banho, a gente se vê daqui a pouco.
Frank entra no seu quarto.
- Eu preciso voltar para cozinha, espero vocês lá em baixo para o almoço, devem estar com fome. Fique a vontade querida.
- Obrigada, Senho... Sam.
- Cloe eu também já vou indo, mais tarde eu apareço, foi um prazer conhecê -la.
- Obrigada pela carona Noah.

Estou exausta, não consegui dormir, pensando no vôo, tenho verdadeiro pavor de avião.  Preciso avisar a minha mãe que já cheguei, pego o  carregador do meu celular na mala, e procuro uma tomada, mas o que encontro, me faz perder o fôlego.
Em cima do criado mudo, uma fotografia me faz tremer. Isso não pode estar acontecendo. A vida não pode estar brincando comigo dessa maneira.
Louise.
a irmã do meu namorado é Louise, a garota que apareceu nada e mudou o rumo da minha vida, á dois anos atrás.

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