Capítulo Dezenove

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Durante todo esse tempo que passei longe da Cloe, todos os dias eu imaginava como estaria, o que fazia naquele exato momento, me perguntava se pensava em mim, com a mesma frequência que pensava nela, se me amava tanto quanto a amo.
Imaginava se voltaria a vê -la novamente, e como seria esse encontro.
Mas nunca, nem nos meus piores pesadelos, imaginei que seria assim.

A mulher que amo tanto, que me fez perder o sono tantas e tantas noites, está namorando o meu amigo.
E aqui está ela, na minha frente, mais linda que nunca.
Adoro esses cachos negros, parece mais ousada, mais confiante, mas aquele olhar inocente ainda está intacto.
Parece tão segura, como se a minha presença não a tivesse afetado.

- Cloe, esse é o meu melhor amigo de infância, Calleb. Essa é minha namorada Cloe.

Não sei o que fazer, ela me olha como se não significasse nada, como se não me conhecesse, está fria.
Estende a mão, e eu correspondo, ambos em silêncio, olho no olho.
Louise me encara e sei que a reconheceu, mas como era de se esperar, age como se nada soubesse.

- Cloe, bem vinda a família!
Elas se abraçam, e meu estômago revira.

- Obrigada!

Frank coloca a mão em sua cintura e a guia até a mesa, estamos frente à frente.
Enquanto estou tentando controlar o suor das minhas mãos, e as borboletas na barriga, ela age naturalmente, com uma frieza de assustar.
Claro que me esqueceu, claro que está apaixonada pelo seu namorado, ele é um cara legal, oferece a relação segura que eu fui incapaz de dar.

- E então Cloe, como se conheceram?
Louise pergunta, e direciona o olhar para mim.
- Nos conhecemos na faculdade.
Ela responde brevemente, e Sam começa a falar sobre os planos para a ceia.
Depois de terminar meu jantar em silêncio, me retiro e vou até o jardim.

Eu a perdi, ela está feliz com o Frank, e definitivamente não sente mais nada por mim.

- Calleb!
Não consigo evitar a vontade de contar tudo, de falar para o meu amigo que a sua namorada é a mulher por quem chorei durante meses, a mulher que ficou com a minha vontade de viver.
Por quem tantas vezes me incentivou a lutar.
Não sei o que fazer.

- Estou aqui Frank!
Seu sorriso está radiante, ele a ama.
- E aí meu amigo, sou um cara de sorte não é mesmo?
Com o braço em meus ombros, ele continua.
- Ela é tudo que um cara precisa.

Sim, ela é.
Meu ciúme me faz por um segundo, sentir vontade de socar a cara dele.
Mas não tenho esse direito, eu a deixei.

- Parabéns Frank, que bom que está feliz.

Sento na grama, e ele faz o mesmo.

- Como estão as coisas entre você e a Louise?
- Na mesma.
- Calleb, você não a ama, nunca serão felizes, sabe disso, não sabe?
- Eu devo isso a ela, já te expliquei, por minha culpa ela...
- Para! Você não teve culpa de nada.
Vê-lo me defendendo assim, me deixa péssimo.
- Não vamos mais falar sobre isso ok.

Louise se junta a nós.
- E aí amor, o que achou da minha cunhadinha?
Ela sorri com sarcasmo.
- Acho que seu irmão não poderia ter escolhido melhor.
Me levanto e volto para dentro da casa na esperança de encontrar Cloe sozinha.
Sam está passando café, então subo as escadas sem que perceba.
Deve estar no antigo quarto da Louise, sei que é arriscado, mas preciso falar com ela, paro em frente ao quarto e entro sem bater.
Quando me vê, sua máscara cai, aquela mulher tão segura de alguns minutos atrás, dá lugar a Cloe que perde a fala perto de mim.
- Algumas coisas nunca mudam né?
- Desculpe, se eu batesse, não me deixaria entrar.
Ela vem até mim e me empurra em direção à porta.
- Por favor saia!
Fecho a porta e giro a chave.
- Do que tem medo? Que o seu namorado saiba que na verdade já nos conhecemos muito bem?
Suas bochechas ficam rosas, e é como uma injeção de vida ver ela bravinha.
- Não tenho medo de nada, não mais.
Eu me aproximo, e consigo sentir seu cheiro.
- É mesmo? não está com medo agora?
Estamos tão próximos que posso jurar estar ouvindo seu coração.
- O que você quer?
Não dá mais para controlar tanto tempo de sede, de saudade. Sua pele é como imã.
Antes que eu possa raciocinar, aperto meus lábios contra os seus, minhas mãos agarram sua cintura com força suficiente para encostá - la na parede, ela tenta me afastar, mas é inútil.
Minha língua percorre cada centímetro de sua boca, ela é como uma droga , para um viciado em recuperação.
Sei que está lutando para não ceder, para não se deixar levar.
Ali tive a certeza de que ainda é tão minha, quanto no dia em que a deixei.

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⏰ Última atualização: Aug 31, 2016 ⏰

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