Capítulo 1

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— Tem certeza que não quer que eu fique?

— E como exatamente você faria isso?

— Eu posso fingir uma lesão. — Digo com um sorriso safado.

— Vince, eu vou ficar bem. Nós dois vamos. — Ella diz passando a mão em seu estômago inchado. — Vá e acabe com eles, tudo bem?

— Eu sempre acabo com eles, pequena. — Digo e a puxo para meus braços, seguro seu queixo e a beijo de leve nos lábios.

— Papai! — A voz de Chris chega até nossos ouvidos e um menininho loiro de 4 anos entra correndo no quarto.

— O que foi, campeão? — Pergunto, me abaixando para que nossos olhos fiquem na mesma altura.

— Você tava quase esquecendo. Tô. — Ele diz, me entregando a sua manta e eu sorrio.

Quando Chris tinha um pouco mais de dois anos ele ficou muito doente. Começou com uma gripe, mas depois de alguns dias ficou pior.

Ella e eu o levamos ao médico, que receitou alguns remédios e disse que podíamos voltar para casa. Ele deveria melhorar em poucos dias.

Mas ele não melhorou.

Parecia que ele pegava uma gripe atrás da outra, e era sempre pior. Ele tinha febre, inflamação na garganta e dificuldade para respirar.

Levamos ao médico de novo e ele nos mandou imediatamente para o hospital. Ficamos muito assustados.

Chris ficou mais de um mês internado. Mesmo depois de vários exames ninguém sabia nos dizer o que ele tinha. A cada dia ele piorava e mais sintomas assustadores ele tinha.

Até que um vírus no seu pulmão quase o levou para longe nós.

Foi horrível. Ella e eu ficamos arrasados, desesperados. Tínhamos muito medo que algo de muito ruim acontecesse.

Chris não sabia o que estava acontecendo, mas ele também estava com muito medo, então para tentar acalma-lo, um dia eu lhe disse:

"Não precisa ter medo, campeão, e sabe o porquê? Porque eu te trouxe essa manta mágica, ela faz milagres e se você a segurar bem pertinho de você, coisas boas vão acontecer."

Não acredito muito no sobrenatural, mas coincidência ou não, Chris começou a melhorar depois daquele dia. E sempre que ele tem medo ou fica doente de novo, Chris segura a manta com suas mãozinhas perto do peito.

Um ano atrás mais ou menos foi a minha vez de precisar da manta mágica.

Eu estava em um jogo contra o Seahawks e me machuquei. Não foi muito sério, mas tive que ficar alguns dias no hospital e dois meses em repouso.

É claro que para Chris aquilo foi tudo muito mais assustador do que realmente era.

Quando eu estava no hospital, e também em casa me recuperando, ele me emprestou a sua manta, para eu ficar melhor logo. Desde então, sempre que eu tenho algum jogo, ele me empresta de novo.

"Não quero que você fique doente de novo, papai." É o que ele diz.

Seguro o tecido fino nas mãos e puxo Chris para um abraço.

— Obrigado, filho.

Levanto-me com Chris em meu colo e vejo que Ella está nos observando com um sorriso no rosto enquanto acaricia sua barriga.

— Eu amo muito vocês dois, sabiam?

— E nós amamos você, pequena. Não é, Chris? Você ama a mamãe, não é?

Contos da série da PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora