Capítulo 1

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AIDEN

Minhas botas afundam na neve, fazendo aquele barulho de como se eu estivesse mastigando sucrilhos.

Caminho até a caminhonete que peguei emprestada com nosso vizinho, acho que deveria comprar uma, mas conhecendo Gwen como conheço, ela vai dizer que não é necessário, que meu velho e bom Mustang dá conta do recado.

Bom, com certeza não posso trazer um pinheiro enorme em um Mustang, não é querida?

Mas quem sou eu para discutir com minha esposa? Se ela acha que uma caminhonete não é nossa prioridade no momento e que esse dinheiro seria melhor investido montando nossa casa, não sou eu que vou dizer o contrário.

Escondo-me na segurança quentinha da caminhonete 4x4, aumento a potencia do aquecedor e esfrego minhas mãos. Meus dedos doendo com o frio cortante e pequenas nuvens de fumaça saindo de minha boca quando respiro.

Não sei por que Gwen ama o inverno, se ao menos não fosse tão frio. Deveria ter aceitado o convite de Jordan e ter ido passar o Natal com ele e a sua família, mas seu primeiro garotão acabou de nascer e Gwen e eu não queríamos atrapalhar esse momento de família.

Meu amigo deve estar tão feliz, depois de duas meninas lindas, finalmente ele tem um menino. Alguém a quem ele poderá ensinar como jogar futebol, beisebol, alguém para rolar no chão e brincar de lutinha, alguém para ensinar como tratar as garotas, alguém que é um mini você misturado com a mulher da sua vida.

Quando me dou conta, já estou com um sorriso bobo nos lábios, eu gostaria muito disso, de ter essa sensação de criar um outro ser humano pequenininho que fosse uma prova do amor entre Gwen e eu. Alguém para ensinar todos os conhecimentos que eu obtive ao longo da minha vida, alguém para cuidar, proteger e amar.

Gwen e eu já conversamos sobre filhos, várias vezes, ela também quer ter uns dois ou três algum dia.

Espero que esse dia seja logo.

Quarenta minutos depois, estou estacionando na pequena fazenda de pinheiros onde todo mundo da cidade que quer uma árvore de verdade para o seu feriado, e não uma artificial e sem graça, vem para compra-la, tem de todos os tamanhos e preços.

Depois de escolher uma árvore com o tamanho ideal para a sala de casa, e a ver sendo cortada, amarro-a com algumas cordas na parte detrás da caminhonete e sigo o caminho que me leva de volta para os braços da minha mulher.

Tiro minhas botas molhadas e as deixo na entrada, meu nariz sente um aroma delicioso e minha barriga ronca.

— Amor, é você? — Gwen aparece vinda da cozinha, seus cabelos estão presos em um coque no alto da cabeça, ela usa uma calça de moletom minha e uma camisa velha, um avental com desenhos de cupcakes está amarrado em sua cintura e em uma das mãos está uma luva de forno de bolinhas.

Paro de respirar no segundo em que meus olhos pousam nela, fico imóvel, apenas observando-a.

Deus, como é possível que eu a ame cada dia mais?

Nós estamos casados há um tempo agora, e eu ainda me surpreendo com a intensidade dos meus sentimentos por ela. Parece que a cada novo dia, quando abro meus olhos e a primeira coisa que eu vejo é ela, eu me apaixono de novo, e cada vez é mais forte, um sentimento de uma grandiosidade sem tamanho, impossível de se medir, de se comparar, de se deter.

— Aiden? — Sua voz me tira do meu estado de transe de homem perdidamente apaixonado.

— Sim?

— Aconteceu alguma coisa? Você está com uma cara estranha.

— Ah não, não é nada.

— Conseguiu a árvore? — Ela pergunta com um sorriso lindo, o Natal é sempre especial para Gwen, ela ama tudo que envolve essa data.

Contos da série da PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora