IX

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Subimos e tomamos banho juntos. Depois de alguns minutos descemos e a tia Rose já preparou o café da manhã. Apesar de já serem onze e cinquenta e sete da manhã, decidimos por tomar café da manhã, até porque nossa noite foi um pouco animada. A tia Rose preparou ovos, torradas, suco de laranja, um cappuccino e um achocolatado. Eu e Allan sentamos na bancada e comemos tudo em alguns minutos.

– Nossa! Vocês estavam com fome mesmo!

– Nossa noite foi um pouco... Agitada, ontem à noite!

A tia Rose ri e olha para o Allan que enrubesce instantaneamente.

– Não precisa ter vergonha meu anjo. Todo mundo faz sexo!

Allan fica estarrecido com a naturalidade que tia Rose lida com o assunto... Na verdade, toda minha família lida muito bem com minha vida sexual e amorosa.

– Não precisa sentir vergonha Allan. Ela é sexóloga, então ela nunca vai sentir vergonha de falar de sexo!

Allan fica boquiaberto e sorri.

– A cada parente seu que conheço, eu gosto ainda mais da sua família – ele fala e me da um selinho.

A tia Rose esta sentada em um banco do outro lado da bancada com o rosto apoiado nas mãos.

– Mas eu não vi você na festa ontem – diz o Allan intrigado.

– Eu estava viajando. Cheguei hoje de madrugada!

Meu celular vibra no meu bolso e o pego. Têm cinco chamadas não atendidas da mamãe, sete do papai, três da Katty, mais três do Simon e doze do Noah. Alguma coisa aconteceu!

Levanto-me do banquinho e caminho até a janela da sala, encosto a cabeça no vidro e ligo para a mamãe. Toca duas vezes e ela atende!

– Oi mãe. Aconteceu alguma coisa? – pergunto

– Meu filho você está bem? – ela pergunta com a voz embargada.

– Sim mãe, mas o que aconteceu?

Ouço a respiração do outro lado da linha e a mamãe começa a chorar.

– Alô Petter – diz o Noah.

– Oi Noah... O que está acontecendo? – pergunto, ficando nervoso.

O Allan e a tia Rose param de conversar. Viro-me e eles estão olhando para mim. O Noah respira fundo do outro lado da linha.

– Está tudo bem por ai? Está tudo bem com você e o Allan? – ele pergunta meio nervoso.

– Está. Mas o que está acontecendo? – pergunto um pouco alterado.

– A vovó e o vovô... – ele hesita.

– Noah, fala logo de uma vez – grito.

Sinto que já sei o que é, mas eu preciso ouvir da boca de alguém para ter certeza.

– Eles foram assassinados hoje de madrugada... Enquanto chegavam em casa – diz o Noah com a voz embargada.

Não pode ser. Isso não pode ter acontecido. A vovó é uma das garou mais forte que eu conheço e o vovô também, eles não podem ter sido assassinados tão facilmente. Sinto minhas pernas virarem duas gelatinas e caio de joelhos no chão. O Allan corre até onde estou e se ajoelha ao meu lado.

– O que foi que aconteceu Petter? – ele pergunta.

– Noah, mas como isso aconteceu? – pergunto, ignorando a pergunta do Allan e sentindo as primeiras lagrimas escorrerem pelo meu rosto.

Venatores - Ignis(Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora