Venatores - Ignis(Romance Gay)

XIV

O Allan está fazendo cafune em mim enquanto tomamos banho juntos. Faz duas semanas desde que acordei depois da batalha com o Kaziel e descobri que tinha um tio, que é irmão gêmeo do meu pai. Quando eu acordei depois da batalha com o Kaziel eu não tinha certeza, mas algo me dizia que não havia sido meu pai que tinha matado meus avós. Talvez pelo motivo óbvio da aparência do Marvin ou pela frieza como ele matou os próprios pais. O papai me contou que o Marvin nasceu sem nenhuma habilidade. Humano. E para todos foi uma surpresa porque é muito raro isso acontecer e principalmente vindo de dois venatores puros. Mas o papai contou que o Marvin nunca sofreu com isso e que ele até recebia um pouco mais de atenção por não poder se defender, mas para o Marvin era algo extremamente ruim, pois todos da família podiam se defender e ele não, então com quatorze anos o Marvin começou a aprender a lutar e a estudar sobre a história dos venatores, e aos dezesseis anos ele lutava tão bem quanto um garou adulto, mesmo sendo humano. Então quando a vovó e o vovô levaram o papai para passar pelo treino da floresta, o Marvin também foi. Meu pai disse que durante todo o treinamento, o Marvin foi exemplar e eles sempre formaram uma ótima equipe, mas depois do final do treinamento, o Marvin decidiu que deveria aprender sobre as forças das trevas e da luz. Então quando o eles completaram dezoito anos o Marvin resolveu que não queria mais ser apenas um humano e invocou um duque do inferno para lhe dar poderes e o duque o fez, mas por o Marvin ser humano, o poder era muito obscuro para ele poder manter a personalidade dele e meu pai disse que depois do pacto com o duque o Marvin ficou cada vez mais perverso, não por está usando poder demoníaco, mas por não ser capaz de aguentar todo o poder que o duque lhe deu.

Diferente do que se é ensinado aos humanos nem todo demônio quer destruir a terra e domina-la. Os sete reis do inferno fizeram um acordo com os deuses, onde os demônios e os deuses poderiam andar sobre a terra, mas na forma humana e nenhum dos dois lados poderiam reivindicar a terra para si. E então graças a isso temos paz hoje.

Allan roça o nariz na minha nuca e morde minha orelha. Estamos na banheira. Desde que acordei o Allan não voltou para seu apartamento. Ele vai para a SCD e quando larga, volta para meu apartamento. O Calebe não quase não me deixou sozinho desde que acordei, ele sempre está ao meu lado como se esperasse que algo fosse acontecer. O pai e a mulher do Calebe, chegaram na manhã seguinte a minha batalha com Kaziel, e estão acomodados nos quartos de hospedes. Steve e Calebe invocaram dois cães infernais para ficarem de guarda na porta do meu apartamento. Steve e Tyler fazem quase a mesma coisa que o Allan, vão trabalhar e quando chegam vêm para meu apartamento.

Depois da batalha com o Kaziel percebi que já nem ligo mais para quantas pessoas estão no meu apartamento. Essa batalha me fez perceber que a qualquer momento eu posso morrer e continuar com minhas manias pode acabar me privando de viver a vida da melhor forma possível.

– Está confortável? – pergunta Allan afagando meu cabelo.

Balança a cabeça sutilmente, confirmando. A água está quente e o Allan está com as pernas entrelaçadas com as minhas. Apesar de eu ter liberado o Allan do trabalho e quase implorado para ele ficar comigo, ele disse que não ficaria porque alguém teria que criar os projetos que mantem a SCD como uma das maiores empresas de tecnologia das américas.

– Allan...

– Não adianta. Eu não vou ficar com você em casa, nem hoje, nem amanhã e nem depois – ele diz calmamente.

– Eu já disse que você não precisa trabalhar, e que eu te liberei das suas tarefas – tento argumentar.

– Primeiro, eu já disse que não vou faltar. Segundo, você tem um anjo guardião, um Tenebrae Dimidia e um Mage, no seu apartamento... Fora os cães infernais na porta do seu apartamento. Então você está muito bem acompanhado e protegido... E o que eu poderia fazer para proteger você...? Eu sou apenas um humano!