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Minha visão está meio turva, olho para trás repetidas vezes para procurar de onde veio o tiro, mas não paro de correr até porque ele ou eles podem está me seguindo. Vejo um Kia Soul branco estacionado próximo a um poste e me escondo atrás dele. Levanto minha camisa e vejo o buraco da bala.

Eu preciso tirar essa merda dai ou eu vou morrer.

Minha única opção é usar as garras já que o veneno não as afeta. Transformo minha mão direita e mesmo sabendo que vai doer, enfio as garras na ferida e removo a bala. Para minha surpresa não é uma bala comum, é uma bala sanguinária. Elas são semelhante a um dardo tranquilizante, elas perfuram o tecido e os músculos, e liberam veneno dentro do seu corpo. Mesmo eu tendo retirado a bala, eu preciso queimar a ferida para fazer o veneno evaporar.

Não estou perto de casa, o que eu faço?

E como um flash a imagem do rosto do Allan vem a minha mente - Estou na Brodway bridge. A casa dele é na Ironside terrace, vou para lá - balbucio. Levanto-me e corro em direção ao apartamento do Allan. Uma vantagem de se morar em Portland é que o clima é bem frio durante o inverno e faz com que o veneno demore à se espalhar. Ainda verificando se não estou sendo seguido aumento a velocidade, mas ninguém me seguiu. Viro o quarteirão do apartamento do Allan e continuo correndo ao chegar na porta do prédio abro-a e tento subir pelas escadas, fico tonto e quase caio.

É melhor subir pelo elevador, para não correr o risco de morrer antes de chegar lá.

Aperto o botão do elevador e as portas se abrem, entro no elevador e aperto o botão do quarto andar e as portas do elevador se fecham. Levanto o moletom que está ensanguentado, e à ferida da bala está com as veias ao redor dela dilatadas e doendo muito. As portas do elevador voltam a se abrir, fico meio tonto novamente e me seguro na lateral do elevador para não cair, me apoiando na parede do corredor, caminho até o apartamento do Allan e toco a campainha. Ouço a tranca abrindo e em seguida a porta se abre, e vejo Allan sem camisa exibindo seu abdômen bem definido e coberto de pelos, e usando apenas uma calça de moletom cinza. Minha visão escurece e perco total equilíbrio e despenco para frente e ele me segura com seus braços também definidos.

- Petter você está bem? O que foi isso no seu abdômen? Ele está sangrando!

- Eu fui baleado - falo quase sussurrando.

- Você precisa ir à um hospital, quem atirou em você?

Allan coloca meu braço no pescoço dele e me coloca no sofá.

- Não posso ir ao hospital - sussurro.

- Claro que pode, e é para lá que eu vou te levar agora - diz procurando alguma coisa.

- Não Allan, por favor... eu não posso ir... ou eu vou... morrer... - minha voz falha.

- Morrer?! Você vai morrer se ficar aqui.

- Por favor, Allan - sinto um gosto metálico na boca e tusso sangue.

O Allan se assusta com o sangue e resolve me obedecer.

- Tá bom, eu vou pegar o kit medico - diz Allan correndo em direção ao banheiro.

Allan volta com uma caixa vermelha e dela retira gaze, uma pinça, uma agulha e linha, ele pega a pinça e enfia no buraco procurando a bala - eu já tirei a bala - sussurro. Em seguida ele pega a gaze e molha com álcool, na intenção de limpar a ferida. Seguro seu braço.

Venatores - Ignis(Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora