XI

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O cara que está sem nenhuma arma tira o capuz e o moletom. Ele é careca e têm músculos muito bem definidos, vasos dilatados e os olhos dele, diferente dos outros dois garotos, parecem arder em fúria ou algo que não consigo identificar. Dois espinhos parecidos com chifres saem dos cotovelos dele, a íris do olho direito dele se torna um cinza opaco, a escamas aparecem no peito dele e os pé dele crescem e rasgam o tênis dele.

- Mas o que merda é você? - pergunto ficando de quatro.

Ele olha para o Allan e da um passo na direção dele. Rosno.

- Qual foi está com medo, por isso quer enfrentar um humano armado de um taco de basebol? - provoco-o.

Parece que a provocação deu certo, porque ele para olha para mim e começa a correr na minha direção. Preparo-me para seja lá o que ele vai fazer. Fico sobre as patas traseiras.

Ele coloca os braços na frente do corpo e acelera. Uma aura negra o acompanha, como se alguma coisa realmente obscura o tivesse influenciando. Ele grita e quase bate em mim. Consigo me esquivar dele com facilidade. Allan esquiva das flechas do garoto com uma facilidade surpreendente e bate com o taco de basebol nas pernas e nos braços do garoto. Não sei se ele está evitando machucar o garoto ou se está apenas fazendo isso para cansa-lo e acabar com ele depois.

- Você não vai conseguir - ele grita o cara careca e ajoelha-se.

Mas o que porra ele está fazendo?

Ele levanta-se e vira-se pra mim, ele levanta o rosto e seus olhos agora estão azuis e calmos.

- Petter, você precisa me matar - ele fala contorcendo-se, como se sentisse muita dor.

Volto à forma humana e caminho da direção dele. Fico de pé em frente ao cara careca que olha direto nos meus olhos e vejo nos olhos dele desespero e medo.

- Qual seu nome? - pergunto para poder iniciar o ritual.

- Calebe - ele diz e cai no chão, fica em posição fetal e deita-se no asfalto e começa a voltar a forma humana.

Crio um pentagrama em torno de onde estamos, usando magia, e começo o ritual de quebra de vinculo.

- Calebe, et Petter libero eum et omne debitum nullo tu fecisti. Debitum Sit mecum Release et link - recito as palavras do ritual e faço um novo contrato de lealdade.

Calebe para de se contorce e olha para mim. Ele está diferente de quando tirou o capuz, ele tem olhos cinza e cabelo espetados, tem alguns músculos, mas nada demais, ele é tão branco que diria que ele não se sente bem.

- Obrigado por me ajudar - ele diz com a voz rouca.

- Não temos tempo de agradecer ainda - transformo minha mão e faço um corte na palma da minha mão e da dele - Aqui - ponho minha mão cortada na boca dele fazendo-o beber meu sangue e aperto a mão dele acima da minha boca fazendo o sangue dele pingar na minha boca.

- O contrato está selado Joe. O que eu faço com o outro? - falo com o ar deixando o Calebe confuso.

Não tenho resposta alguma, então terei de matá-lo.

Caminho até o Allan que já tinha dominado o garoto, e seguro o garoto pela cabeça e olho nos olhos dele para certificar-me de que não há esperanças para ele. O garoto se debate quando o levanto no ar, diferente do outro ele não tem força ou nenhuma habilidade especial ele apenas está possuído.

- Me desculpe garoto - digo e quebro o pescoço dele e largo-o no chão.

E como se nada tivesse acontecido, estou de volta ao meu carro com Allan sentado no banco do carona e o semáforo a nossa frente, fechado.

Venatores - Ignis(Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora