Capítulo 17 - O medalhão é a chave

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- PAULO! - Nathan gritou em meu ouvido me fazendo pular na cama.

- Ai, porra, para de gritar! - tampei os ouvidos.

- Levanta, vem tomar café. As meninas querem saber se você achou alguma coisa no diário dela. - se sentou na cama e eu esfreguei os olhos.

- Ainda não, mas vou achar. - disse confiante e me levantei da cama.

- Vou voltar para a mesa. - se levantou e saiu do quarto.

E então eu me dei conta de uma coisa: eu preciso ser os últimos textos e não os antigos. Preciso entender o que ela estava pensando e tentar descobrir aonde ela está. Tomei um banho rápido, me vesti, fiz minhas higienes e fui para a mesa.
Durante o café, eu parei para ler os últimos textos de Nathália.

" Está decidido. Paris é o lugar certo, lá eu vou poder pensar e esquecer tudo o que o Arthur me fez e até mesmo essa história do Paulo. Eu não posso ter nada com o Paulo e também não posso iludir ele. Eu ainda não sei bem como fazer isso, mas aqui eu não posso mais ficar."

- Gente, olha aqui. - chamei a atenção de todos e logo todos os olhares estavam sobre mim. - Ela está em Paris, é o lugar onde ela queria ir. Ela deve estar lá.

Larissa e Beatriz se entreolharam e correram para o quarto onde elas guardavam as caixas que ainda não haviam sido esvaziadas. Olhei para os meninos e nós as seguimos, encontrando lá elas vasculhando as caixas.

- O que vocês estão procurando? - Caique perguntou.

- Um medalhão. - Bea abriu uma caixinha amarela. - Droga!

- O que tem nesse medalhão? - dessa vez foi Nathan.

- Uma chave, pequena, é um fundo falso. Meu pai nos deu um apartamento em Paris e a chave está naquele medalhão. Cada uma tem um. - Lari explicou.

- Eu vi um medalhão. - eles se viraram para mim. - Em forma de coração e a foto de vocês.

- E como ela entrou sem o medalhão? - Bea questionou.

- Espera. - Lari passou por nós feito um furacão.

Ela caminhou até o outro quarto rapidamente e abriu uma mochila começando a procurar por algo. Ela é mais misteriosa do que eu imaginei. Será que ela realmente foi embora?

- Meu medalhão sumiu. - se virou para nós e cruzou os braços.

- Então ela levou o seu? - Nathan franziu o cenho.

- Isso. - suspirou.

- Isso é muito estranho, parece até filme de suspense! - Caique riu fraco.

- Quando o assunto é Nathália Alonso, tudo é um suspense. - Bea cruzou os braços.

. . .

Ótimo. Ela está em Paris. Do que adianta saber onde ela está sem ter como ir? Eu não posso simplesmente largar tudo e ir atrás dela, sem nem mesmo ter certeza absoluta que ela está lá. E se eu for e ela não estiver realmente lá? E se eu não for e ela estiver lá? E se ela voltar e eu estiver lá? E se eu ficar e ela voltar? Mas e se ela estiver lá e eu a encontrar?

São tantas perguntas retóricas que eu não sei como lidar com isso.

Mas pensar tanto sobre isso pode acabar queimando meus neurônios ou então atrapalhando todos os meus sentimentos por Nathália. Eu não quero que isso aconteça. Por mais que seja difícil, eu gosto de gostar dela.

- E o que nós fazemos agora? - Nathan perguntou esfregando uma mão na outra, sentado no sofá.

- Primeiro, a Larissa vai parar de andar de um lado para o outro. - Caique disse e ela lhe mostrou o dedo médio e se sentou. - E segundo, vamos ajudar elas a arrumar as malas e irem para Paris.

- Sozinhas? - Bea perguntou, incrédula.

- E você acha o quê? Que nós vamos com vocês? - arqueou uma sobrancelha.

- Sim! - as duas disseram juntas.

- É o que um cavalheiro faria. - Lari fez bico.

- Ela tem razão, somos quase amigos, vocês têm que ir com a gente! - Bea fez o mesmo.

- Quanta fofura, meu Deus! - Nathan apertou as bochechas de Bea e ela riu. - Eu vou com vocês.

- Isso! - deu um beijo na bochecha dele. - E você, Caique?

- Sem essa. - revirou os olhos.

- Ah Ken... - Lari choramingou. - Por favorzinho, meu lindo!

- Não. - disse firme.

- Eu juro que não vamos demorar, eu imploro! - se ajoelhou na frente de Caique e segurou suas mãos.

- Ai que chata! - revirou os olhos. - Ok, eu vou.

- E você Paulo? - Bea perguntou.

Diz que não, diz que não!

-Eu não sei não... - balancei a cabeça.

- Achei que amasse a Nathália. - Nathan me olhou desafiador.

- Eu amo. - afirmei.

- Então vamos. Sabemos onde ela está, vamos trazer seu amor de volta. - Caique me deu um tapa no ombro.

- Ela não me quer, vão vocês. - corrigi minha postura.

- Eu conheço minha irmã, ela jamais diria não para quem fosse tão longe por ela. - Bea sorriu fraco. - Sei que ela nos deixou, mas é exatamente por isso que temos que ir atrás dela. Precisamos mostrar que estamos com ela acima de tudo. Ela gosta de você Paulo, ela vai querer que você esteja lá.

- É cara! - Caique incentivou.

- E a banda? - arquei uma sobrancelha.

- Eu ligo para o João, ele vai entender. - Nathan se prontificou.

- Então você vai? - Lari me olhou sorridente.

- Eu vou. - suspirei.

Te Vi Passar (VERSÃO FANFIC)Onde histórias criam vida. Descubra agora