Capítulo 04 - James Bond

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Sabe aquela sensação de algo está para acontecer? Então, eu estou tendo agora. Sinto que algo bom vai acontecer mas ao mesmo tempo algo ruim. Só espero que eu não morra.

. . .

- Mas olha só, Paulo Augusto Castagnoli, não durma tarde. Porque se você dormir, eu vou saber e amanhã você tem que estar bem. Mas muito bem. Sem nenhuma olheira, ou eu vou te dar uma surra. Isso é um aviso. - Caíque avisou e eu apenas revirei os olhos.

Me senti em um filme do Jackie Chan ou então do Adam Sandler. São sabia que achava ameaçador ou engraçado. Só sei que a única reação emocial que isso me causou - levando em conta que ele queria me deixar assustado e com medo - foi estresse. Eu já estava ouvindo ele falar à quase uma hora. E eu? Fiquei quieto esse tempo todo. Tudo isso por causa de um maldito vôo de volta para São Paulo.

- Eu não posso mesmo ficar aqui mais uns... Sei lá, dois dias? - Caíque suspirou e olhou para Nathan.

- E você vai cantar por onde? Por chamada ou Skype? Ou melhor, já sei! Vai mandar a letra da música pelo WhatsApp. Acertei? - ele ironizou.

- Deixa ele Caíque, você tem que ser mais paciente. E não Paulo, você tem que ir com a gente. Às 07:00 no aeroporto. 06:00 se quiser ir com a gente. - ele pegou seu casaco e se levantou - Até amanhã.

- Tchau. - suspirei.

Caíque apenas sorriu e ergueu seu dedo médio para mim, que fiz o mesmo. Posso ser certinho, mas não santo. Vamos concordar.

Ir embora e deixar Nathália no Rio é a pior decisão do mundo. Mas tudo bem, eu me acostumo. O mundo é pequeno. Uma hora ou outra, nós vamos nos esbarrar.

. . .

A água quente - talvez até quente demais - caindo sobre meus cabelos, escorrendo pelo meu corpo. Mas o que realmente eu queria, era que ela levasse para o ralo os pensamentos que estavam possuídos por Nathália.

Qual o sentido de tudo isso?

Eu não posso estar apaixonado por alguém que eu mal conheço. Uma garota um tanto misteriosa. De uma coisa eu sei; ela está escondendo algum segredo. Pode até ser coisa da minha cabeça, talvez ela só goste de jogos de sedução. Mas não é o que me parece. É como se ela fosse um labirinto, enorme, com paredes de pedra e rosas em cada espacinho vago entre as rochas. Mas claro, com seus espinhos.

Um diamente ainda não lapidado, uma pedra bruta. Uma garotinha sensível, que se esconde atrás dos seus segredos e mistérios. Mas eu sei, que eu vou achar esse garotinha. E vou fazê-la minha.

Dez minutos depois aqui estou eu; com uma toalha enrolada na cintura e outra secando meus cabelos - que aliás, precisam ser cortados. No criado mudo, meu celular aceso. Pego-o, desbloqueio a tela e abro o Facebook. Centenas de mensagens. Minhas fãs me amam, eu sei.

Mas uma em especial me chama a atenção. Nathy Alonso.

" Você deveria fechar a janela."

O quê? Como? Olho para o lado e vejo a janela aberta e aquela linda garota sorrindo. Em um prédio bem ao lado, a janela de frente para a minha. Digamos que a menos de cinco metros.

" Belas tatuagens."

Ela realmente não precisava do meu número.

" Obrigado, eu tenho um corpo que favorece.", respondi as mensagens.

Paulo 05 x Nathália 06

Ela levantou o olhar para mim e gargalhou baixo. Fechou a janela e as cortinas, mas não antes de eu dar uma piscadinha para ela. Acho que vou passar a noite com a janela aberta.

. . .

" Você não vai mesmo fechar essa janela? " , ela me mandou uma hora depois enquanto eu a encarava deitada na cama apenas com um baby-doll.

" Vai ser mais seguro você fechar a sua."

" Está pensando em invadir o meu quarto com os seus 'capangas'?"

" Eles não são meus 'capangas'."

Ela olhou para mim, ainda na janela e se levantou. Meu Deus, olha o jeito como ela anda... Apoiou os braços no batente de madeira e arqueou uma sobrancelha para mim enquanto eu a olhava sério.

- Acho melhor você fechar essa janela. Espionagem é crime, James Bond. - ela gritou de lá.

- Se eu for preso, você vai junto. - gritei de volta.

- E qual foi o crime que eu cometi? - ela me olhou confusa e cruzou os braços.

- Roubou meu coração. - p&#* que pariu. Eu não acredito que falei isso. Se mata, se mata, se mata.

- Todo mundo tem direito a um advogado. - ela sorriu e fechou a janela e as cortinas novamente.

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Te Vi Passar (VERSÃO FANFIC)Onde histórias criam vida. Descubra agora