Avatar - A Lenda dos Twul

7 - A Mancha na Pétala

Dyali e os garotos se esgueiraram por cima das pedras, do lado do acampamento que ficava oposto ao lago. Andaram devagar e sem fazer barulho, tentando ao máximo não chamar atenção, ainda esperando que a qualquer momento Lefty fosse aparecer voando e entregar sua posição. Havia muitos guardas vestido com as roupas da Lótus Branca, mas a menina estranhou suas formas, pois eram diferentes das que vira na mansão da montanha.

-Eles fizeram prisioneiros. – Tane falou depois de um tempo, com os olhos fechados.

-É o lance da terra... - Kiozan explicou, ao ver o rosto confuso da garota.

-Sabia que eles não podiam ser coisa boa. – Disse Dyali para si mesma, um pouco triste por saber que seus pais tinham participado daquela organização. – Você consegue ver o Kai?

-Não é tão preciso assim, menina. Só consigo saber onde eles estão, não quem são. – Retrucou Tane, incomodado. Ela voltou seu olhar para o acampamento, fazendo uma contagem rápida com os olhos. Haviam pelo menos 8 guardas fora das barracas, e outros. – São 15 ao todo, se é isso que você quer saber.

-Era sim. – Devolveu a menina, emburrada. – Não podemos fazer nada ainda. Temos que esperar alguma notícia sobre o Kai, ou qualquer sinal. Então saberemos o que precisamos fazer.

Como se ouvindo o que a garota falasse, uma das barracas, que era nada mais que uma cobertura de pano amarrada, se soltou de suas travas e foi atirada no céu por uma onda de ventos. Ela era a maior de todas no lugar, e os garotos, de sua posição um tanto alta, puderam ver os dois homens que batalhavam. Kai e um outro, de cabelos grisalhos.

-Aí está o seu sinal. – Falou Kiozan, ligeiramente preocupado.

-Está certo. Ele vai precisar de ajuda. – Ela falou, correndo em direção ao acampamento no momento em que viu outros guardas avançarem em direção à Kai. O homem era bom, mas não aguentaria tanto tempo.

-Tá aí sua chance de testar suas aulas, Kiozan. – Desdenhou Tane, também correndo compenetrado. O outro o olhou feio, mas não respondeu nada. Durante o caminho, Dyali teve uma ideia.

-Tane, me atira no meio deles! – Ela exclamou, e o garoto a olhou confuso. – Apenas faça!

Ele obedeceu, usando sua dobra de terra para a atirar no ar. Dyali foi jogada com tanta força que seus olhos secaram, se elevando mais de uma dezena de metros no ar. Tentando se concentrar, apesar da queda, ela mirou nos guardas que estavam avançando, e conjurou uma potente dobra de fogo, que cobriu grande parte do terreno, desacelerando sua queda ao mesmo tempo.

-Dyali! Saia daqui! – Gritou Kai ao vê-la, precisando esquivar de várias pedras grandes que voaram em sua direção. O outro cara não estava para brincadeiras.

-Você nos ajudou lá atrás, agora é nosso dever retribuir. – Ela retrucou, enquanto os homens sobre o qual ela havia dobrado fogo saíam de debaixo de uma cúpula de rocha, feita por um dobrador de terra.

-Uma garota, Kai?! Ela deve ter o que, dezesseis, dezessete? Não achei que estivesse nessa agora. – O outro homem desdenhou, enquanto uma lufada de ar era jogada em sua direção, que invocou uma parede de rocha à sua frente.

-Cala a boca, Dom, seu maldito! – Gritou Kai, um tanto raivoso.

-Eu te falei que esses caras não eram boa coisa, Kai! – Gritou a menina, enquanto atacava com várias rajadas de fogo bastante potentes os homens em sua frente. Ela estava em menor número, portanto precisava continuar atacando para que eles não a colocassem na defensiva. Porém aquilo estava a cansado rapidamente.

-Não é a Lótus! – Gritou o homem, logo depois de ter que saltar para o lado, pois uma imensa rocha caía do céu onde ele estava.

-Não saia falando coisas desnecessárias, Kai. É claro que somos a Lótus! – Gritou Dom, com uma gargalhada, logo depois olhando para os homens. – O que estão fazendo?! Deem conta dessa pirralha logo!