Três dias inteiros já haviam se passado desde que o grupo chegara ao pequeno templo da Nação do Ar naquela ilha. Naquela terceira noite Dyali, Tane e Kiozan estavam comendo em cima do pequeno templo que os abrigava, enquanto olhavam o mar.
-Tem certeza de que não ouviu nada, Kiozan? – Perguntou Dyali, se referindo a Kai. Ela não havia visto Jinora durante esses dias naquela ilha, o que era surpreendente, porque não era um lugar tão grande assim.
-Não... a Mestra Jinora não tem saído muito do salão de meditação. Daw me disse que ela mal tem comido, apenas procurando por qualquer traço da energia espiritual do Kai. – Respondeu o garoto, jogando pequenas pedras nas árvores abaixo da encosta. Tane controlou as pedrinhas restantes antes que Kiozan pudesse voltar a atirá-las, e girou-as com os dedos. – Ei!
-Não pode ser uma coisa boa. Os Nômades do Ar são os mais ligados à assuntos espirituais, e ela deve ser a expert no assunto, pelo que percebi. Se ela não consegue encontrar o cara, não acho que outro alguém possa fazê-lo.
Dyali suspirou, e encarou o horizonte por vários segundos. A lua não havia saído aquela noite.
-Não desse modo. – Ela retrucou, para os companheiros. – Eventualmente a Lótus Vermelha irá se mostrar de novo, então nós iremos capturar um deles e fazê-los falar.
-Você viu o que eles fizeram no acampamento, como venceram o Kai. – Tane rebateu, a olhando um tanto desconfiado. – Acha mesmo que vai conseguir fazer isso? Achá-los antes que eles a achem?
-Eu cansei de ser a presa acanhada e indefesa, Tane. É a minha vez de tomar a dianteira. Eu vou, de um jeito ou de outro, fazer esse jogo pender para o nosso lado. – Ela retrucou, o encarando firmemente, e então o garoto soltou uma leve risada.
-Gosto disso em você, Dy. Essa determinação ardente. É típico dos dobradores de fogo. – Ele retrucou, mas a garota não deu uma resposta. Kiozan, contudo, fitava Tane com uma certa curiosidade.
-Você não parece muito interessado em encontrar o Kai. – Ele comentou.
-Não é verdade. – Rebateu Tane, e o garoto levantou uma sobrancelha.
-Sabe, eu nem preciso sentir as vibrações do chão para saber que está mentindo, Tane. – Retrucou mais uma vez, e o garoto se deitou no chão, com um longo suspiro.
-Falo a verdade, moleque. Eu sou grato ao Kai por ter salvado nossa pele lá em Omashu e tudo o mais, mas... Não sei, acho que apenas estou cansado. – Ele respondeu, e Dyali percebeu que ele estava sendo sincero ao dizer aquilo. O dobrador de terra parecia agora muito mais velho do que era. – Quando isso acabar, eu vou pra Cidade República. Vou recomeçar lá. Talvez ser um jogador de pró-dobra, ou um policial. Seria legal...
-Um policial. Você. – Desdenhou Dyali, e o garoto a olhou feio, mas não ofendido.
-É. Seria uma boa mudança de vida. – Ele retrucou, virando-se de costas para os outros dois. – Me afastar disso tudo...
-Se afastar de que, Tane? – Perguntou Dyali, mas o garoto não respondeu. Apenas suspirava levemente, como se tivesse caído no sono.
-Qual é, ninguém dorme rápido assim! – Protestou Kiozan, e Dyali abriu um pequeno sorriso.
-É porque ele não está dormindo... - Ela falou, e voltou a encarar o mar, ouvir as ondas batendo na costa. Em Tyoka, não havia lugar algum perto do mar, mas seu pai, Andros, sempre a falava sobre o mar. Os seus olhos brilhavam quando ele falava dos seus dias de pescador, antes de ser preso pelos homens de Kuvira, tantos anos atrás.
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Avatar - A Lenda dos Twul
FanfictionO Avatar pode é o único mestre dos quatro elementos. Sempre foi. Mas ele não é mais o único que pode controlar mais de um elemento. Dyali nascera no reino da terra, 10 anos após a queda da Grande unificadora Kuvira pelas mãos da Avatar Korra e seus...