13 - Peões e Reis

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Iczon sempre fora conhecido, não só por seu dinheiro e posses, mas também por sua incrível habilidade em lutas. Seu trunfo sempre fora o bloqueio de chi, aprendido diretamente dos Igualistas, grupo do qual fizera parte na juventude, mas este ele não mostrava para todo mundo. Além de tudo era um lutador cabeça fria e calculista, exatamente como sua oponente. Ziah o enfrentava em pé de igualdade, com uma velocidade e agilidade impressionante, dignas de um mestre, capazes até mesmo de a livrar dos golpes das armas do Barão.

-Você é melhor do que eu esperava, twul. Mas não o suficiente. – O barão disparou, ao acertar um chute nos braços de Ziah, que defendeu o próprio busto, mas foi jogada para trás.

-Já ouvi isso antes. Todas as vezes eu fui mais que suficiente. – Ela respondeu friamente, respondendo com uma dobra de fogo de grande poder, que foi esquivada por Iczon, que usou a parede para correr em direção à garota.

No entanto, o movimento do homem quase foi impedido quando uma pedra explodiu perto de si, atirada pela luta ferrenha de Dom contra Tane. O desequilíbrio foi o suficiente para que, usando os metais controlados, Ziah se defendesse.

-Não vai jamais ser suficiente apenas na defensiva, garota. – Iczon atiçou, tentando força-la a atacar, para atraí-la para uma armadilha. A garota apenas riu.

-Você nunca foi meu alvo, Iczon. – Ela retrucou, e começou a girar as mãos em pleno ar, preenchendo todo o corredor com faíscas elétricas extremamente perigosas, e então gritou. – Agora!

Um som que quase imitara uma avalanche preencheu o lugar, e um grito de dor foi ouvido em resposta. Dom fora catapultado por sobre todos os lutadores por um golpe de Tane, e ainda no ar fora acertado pelo relâmpago de Ziah. Houve uma explosão de luz e ruídos altíssima, e o homem caiu, esfumaçando, do outro lado do corredor, completamente inerte. Talvez morto.

-Maldição! Era uma armadilha! – Rugiu Iczon, em fúria. Tane olhou para ele com clara vitória no olhar. Ziah ergueu sua postura, com a expressão inalterada.

-Você me conhece bem, Iczon. Você achou mesmo que um dobrador de terra teria capacidade de vencer a mim? Ainda mais alguém tão afobado e furioso como ele? – Tane disse, demonstrando com a mão o homem caído do outro lado da sala. – Posso ser mais novo, mas mesmo alguém dos exércitos de Kuvira não tem a capacidade que tenho.

Iczon os fitou perigosamente, as faíscas de seu equipamento o rodeando como uma aura. Ziah ficou lado a lado com Tane, ambos o encarando.

-Eu deveria ter sabido. Se você quer um trabalho bem feito, faça você mesmo. – Iczon murmurou, sem descolar os olhos dos dois jovens. – Errei em ter dependido de outros, e acreditado em promessas.

-Parece que aceitou a sua sina. – Ziah ameaçou, entrando em posição de combate, assim como Tane. Iczon abriu um sorriso digno de um maníaco, e começou a caminhar na direção deles.

-Eu vou matar vocês dois, e vou gostar de fazer isso. – Ele rebateu, e disparou na direção dos dois. – Mas não vai ser nada rápido!

O lutador saltou com uma velocidade de alguém muito mais jovem, e quase surpreendeu os dois oponentes, que seriam acertados, não fossem quem eram. Tane rapidamente moveu-se para fora da trajetória, enquanto Ziah fez o mesmo, usando a dobra de fogo para se acelerar para longe. Iczon caiu já em um movimento de giro, mudando sua trajetória rapidamente, mas Tane estava ciente de sua posição, mesmo de costas. Ele sentiu o homem se aproximar de si com o bastão, e ergueu uma parede para proteger-se, defletindo o bastão do Barão.

-Sentido Sísmico, Iczon. – Tane riu, desafiando o barão, que chegou a rosnar de raiva. A cabeça do homem se chocou contra a pedra quando algo atingiu suas costas. Ziah havia disparado uma estaca de metal, que penetrou um dos espaços do seu equipamento.

Avatar - A Lenda dos TwulOnde histórias criam vida. Descubra agora