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1,65. Esse é o meu tamanho. 38 kg, esse é meu peso.
Todos estavam com caras preocupadas, eu mal me aguentava em pé. Mas não queria ir ao hospital ou para casa, muito menos ligar para meus pais. Essas eram as opções que me deram.

–Não, não e não, eu já disse, não quero ir ao hospital, eu não preciso. -Falo já irritada.
–Analu, nos escute, você precisa ir. Antes que o pior aconteça. -Breno tenta me convencer, todos estavam tentando a horas.
–NÃO. -Falo gritando saindo da farmácia indo até o camionete.

Fiquei um tempo olhando para o lado, sinto uma tontura forme vindo até mim, mas logo me sento em um banco

–Analu, por favor. -Hayley fala com sua voz calma. Todos estão aqui na minha frente.
–3 dias. Me dêem 3 dias para melhorar, se eu não ficar melhor, aí sim podem me levar ao médico. -Falo suspirando.
–2 dias e não falamos mais nisso. -Julie fala com uma voz firme.
–Ta bem, 2 dias.

Seguimos nosso destino para Filadélfia, todos estavam meio animados e preocupados ao mesmo tempo, eu sei que é por minha causa, mas não queria que fosse.

Um dia se passou, hoje eu tentarei comer, mesmo com dificuldade coloco uns pedaços de carne na boca, mastigo, mastigo, engoli, mas não gosto dessa sensação de peso dentro de mim, levanto e saio em uma caminhada, todos me observando de longe, estamos no meio de uma estrada, embaixo de uma ponte onde tem um rio, estou caminhando ao lado dele, logo escuto alguém me chamar. Breno.

–O que foi? - pergunto.
–Nada, só quero ir com você. -Ele diz se colocando ao meu lado. – Você sabe que eu gosto muito de você, eu so quero o seu bem, e para isso você deveria ir ao médico.
–Temos um trato lembra, eu vou melhorar prometo. -Falo com voz baixa.

Breno segura minha mão, ele para e eu também, ficamos observando e admirando o pequeno rio que desce a cascata. É um rio pequeno, mas sinto como se ele pudesse me carregar se me jogar dentro dele, não sei nadar, então provavelmente morreria afogada.

Olho para Breno e vejo uma expressão triste e preocupada. Ele logo se vira para mim e vê eu o encarando, ele segura meu queixo e me dá um beijo, seu beijo e como todos os outros é calmo e carinhoso e muito bom. Me sinto bem perto dele, perto dos outros também. Me sinto "viva".

O segundo dia mal começou e já estou vomitando. Não consigo mais evitar, isso começou a fazer parte da minha rotina, levanto com o sol ainda baixo, aproveito e vou dar uma caminhada, mas minhas pernas começam a falhar no meio do caminho, sinto que logo estarei no chão, então paro, respiro fundo. Espero uns 5 minutos, quando finalmente tomo coragem para continuar, sinto minha pulsação acelerar, meu coração está muito rápido, minhas pernas falham e minha cabeça dói. Sinto as pedras em meu rosto, eu caí de cara nelas, mas não tenho forças para levantar, me sinto inútil nesse momento. Pouco tempo depois perco meus sentidos e apago.







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