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Por mais empolgada que eu estivesse, o nervosismo me acompanhava, eu achava que eles estavam brincando, e que não seriam tão loucos a esse ponto, me enganei, eles são doidinhos, Julie e eu passamos o dia todo arrumando as nossa mala para fugir,  roupa comida, bebida, fingimos estar doentes para ninguém suspeitar de nada. Não fomos para as aulas. Breno ligou para Julie e disse que foi pegar algum dinheiro no banco, e que foi comprar "suplementos" no mercado. Palavras dele.

Estou muito nervosa, parece estar em um filme, o medo de se a gente for pego e mandarem nós voltarmos para cá novamente, e ao mesmo tempo empolgada para finalmente viver um pouco, vou sair desse maldito cativeiro que chamam de escola. Eu sei que eles estão muito mais tempo que eu, e sei que estão mais empolgados ainda, só de olhar pra Julie eu percebo, já que ela está bem animada e ao mesmo tempo nervosa, assim como eu, acho até que estou bem mais que ela.




   Já são 20:15 e aqui estamos, esperando Breno chegar para abrir o portão já que ele saiu e levou a chave. O combinado era as 20 em ponto, ele está atrasado.

–Cadê o Breno? Se alguém passar por aqui vai nos ver.- Hayle fala, ela parece está bem inquieta e muito nervosa.
–Calma gente, ele deve estar vindo. -Julie tenta acalmar-la.

Se passou alguns minutos até a gente ouvir um barulho de carro. Niel, ele chegou, e nada do Breno.
Quando Andrew ia reclamar ouvimos o pequeno portão sendo aberto, era Breno, ele estava com o Niel.

–Oi povo, me encontrei com Niel no caminho, então já peguei carona. -Breno fala rindo.
–Breno, você quase matou nós de preocupação. - Reclama Hayle.
–Ai tá desculpem. - Breno abre o portão e da passagem para nós.
–Parece tensa, Analu.- Ele diz quando passo por ele.
–É, um pouco, eu acho.- Falo rindo e ele ri também.

Breno me ajudou a descer o gramado. Niel estava dentro de uma camionete, 4x4, como ele a conseguiu? Colocamos nossas coisas na parte de trás no cargo, eu Julie e Hayle fomos na parte de trás, Niel e Andrew estavam na frente. Nolan, e Breno foram junto com as malas.

  –Para onde vamos senhores? - Pergunta Niel ao ligar a camionete.
–Qualquer lugar longe daqui.- Hayle fala arfando.
–Vamos visitar Nova York?.- Andrew propõe.
–A gente consegue chegar até lá? Sabe o caminho Nilo?.- Julie pergunta.
–Ah mais é claro que não, porém eu tenho GPS para isso haha . - Diz Niel todo orgulhoso.
–Então vamos, estão esperando o que em? - Fala Julie toda animada.
–Bora bora.- Nolan e Breno batem na lateral da camioneta gritando.

Niel ligou o carro e saiu dilatado logo após ponhar no GPS o nosso próximo destino. Ele disse que foi alugar a camionete, porém assim que saiu ele quebrou localizador que tinha, e claro deu um nome diferente e um trocou o chip de telefone a claro e trocou a placa. Ele foi em um ferro velho trocar escondido, afinal ele gastou uma parte do dinheiro com águas e algumas "alimentos", que ele chama de chips, chocolate e essas coisas fáceis e rápidas de comer.

Depois de algumas horas paramos em uma posto perto de Nova York para abastecer o carro, os meninos e a Julie reclamaram de fome, então resolveram para em um restaurante japonês. Nolan disse que teve uma ideia de onde irmos.

Eles fizeram os pedidos e agora está comendo, eu e Hayle não pedimos nada, eu porque não queria mesmo, Hayle não gosta de comida japonesa.

–Diz sua ideia, Nolan. -Julie fala de boca cheia.
–Quando eu e Niel éramos pequenos, íamos visitar nossa tia avó - Ele começa enquanto pega um sashimi. - E onde ela morava, lá perto tinha uma floresta, eu e Niel, construimos uma casa na árvore gigante. Poderíamos ficar lá por um tempo, até a gente resolver onde realmente ir. O que acham?
–Besteira, e se eles nos encontrarem lá? - Breno retruca.
–Na verdade, a floresta era uma reserva da nossa tia, e ela morreu anos atrás, e deixou para nossos pais, que logo passaram para nós, ou seja -Niel fala. - Ninguém pode entrar lá.
–Bem, para mim tá ótimo. -Andrew fala, também de boca cheia.
–E onde fica? - Pergunto.
–Em Nova York, vai demorar um pouco até lá mas, acho melhor do que nada. -Niel me responde.- Lá perto tem um lago com uma cachoeira linda, da pra tomar um banho em.
–Ok, partiu casa da sua tia, uhuuuuuu.- Julie comemora.

Agora estávamos eu e Breno no cargo, os outros estão lá dentro. Breno está dormindo como um bebê, os cabelos deles estão todos bagunçados, os cachos se atrapalham uns nos outros, é até fofo.

Fecho meu olho imaginando como será minha vida daqui pra frente, não quero voltar a ser o que era, estou com medo de tudo der errado, e o pessoal, tenho certeza que estão nervosos também, mas estão mais calmos que eu, eles se conhecem a tempos e eu, bem eu acabei de chegar.
Me sinto uma intrusa.

–Cara de quem pensa muito.- Ouço uma voz e ao olhar para o lado vejo Breno me olhando.
–Ah você me assustou.- Digo colocando a mão no peito.
–Desculpe. -Ele fala rindo.
–Acordou agora ou já fazia tempo.
–Eu não estava dormindo, estava apenas observando você me observar. -Quando Breno termina de falar eu coro instantâneamente. –Que fofa você ficou vermelha.
–P-para com isso, até parece, você me deixa envergonhada.

Digo me virando para o outro lado, e vejo que ele continua rindo, deixo escapar um risada fraca também. Percebo que ele também não para de me olhar.

–O-O que tanto me olha? - Pergunto e ele ri mais uma vez.
–Estava te admirando, você é bonita.

Ele fala abrindo ainda mais o sorriso. Puta.



Viver É Aprender. (REVISANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora