C.4

151 5 0
                                    

(visão de Theo)
- O que está acontecendo? - sussurro, não consigo ouvir quem está ali, ou sentir cheiro. Na verdade parecerem tem um cheiro de terra e água suja. - Daniela? Você está aí?
  Sem resposta tento levantar, acho que estava sentado em algo molhado. Não cheira tão mal. Tento tatear ao redor mas não a nada aqui. Só paredes que fedem a mofo e a sei lá o que...
Sem resposta, eu acabo caindo, escorreguei em algo, aquilo parece na verdade um pano. Dou um grito e nada...
  Sem resposta acabo por ficar encolhido no chão e esperar o melhor de Daniela

(Visão de Daniela)

  Acordei com um cheiro bom. Bolo provavelmente. Olhei em volta e eu estava em uma sala branca, deitada numa maca.
  Minha perna doía muito, acho que era de ter forçado quando corri ontem. Nada demais
  Um homem entra e sorri ao me ver, segura uma prancheta e anota algo. Logo depois se vira pra mim e fala:
- Daniela Basfal?
- Eu sim, quem é? - nunca tinha escutado esse sobrenome em toda minha vida.
- Seu irmão te trouxe aqui, falou que perdeu os documentos. Ele já pagou também, já que teve alta, aqui está o papel que ele mandou te entregar. Sigilo-médico paciente, fique tranquila eu não li
- Irmão? Documentos? O que? Não senhor isso foi um mal en...
- Ah... Ele comentou que a pancada foi forte, sabe por que está aqui?
- Na verdade não - dei uma risadinha sem graça.
- seu irmão disse que estavam brincando na casa da arvore, levou um susto e acabou caindo de lá
- Ah... É verdade... Será que o meu irmão disse pra onde ia?
- Não creio que tenha dito, mas provavelmente foi pra casa não é mesmo? Haha
- Claro, é claro que foi pra casa... haha
  Seguro o papel e abro, estava meio surrado e sujo de terra. No papel estava:
   "Rua Prove Boze 221. Aquele cego"
  Ele fala do Theodor? Tenho que ir rápido então! Não posso perder tempo
  Olhei pela pequena janela que estava posicionada bem a minha frente e o menino que me deu um susto estava sentado abaixo de uma árvore no Jardim do hospital
  Apertei meus olhos mais um pouco para ter certeza de que ele estava lá. Até que ele fez sinal de "Shhh" com a mão e sumiu no ar. Fiquei me perguntando se estava louca ou coisa parecida
  O doutor então entrou na sala e deu uma risada da minha cara ao ver que eu estava com cara de tonta
- Já autorizei sua saída no hospital, pode voltar pra casa. Ou prefere que eu ligue para seus pais?
- Não, não precisa ligar. Eu vou pra casa, não ligue não, não tem necessidade de ligar - disse um pouco desesperada.
- Seus pais devem muito bravos, não precisa se desesperar, não ligarei, fica tranquila Dani. Mas vá direto pra casa! Está muito tarde para sair sozinha de casa, quer ao menos que eu ligue para seu irmão?
- Não há necessidade doutor... - tentei ler seu crachá - Heleno. Mas muito obrigada
- Deixe que pelo menos meu filho a acompanhe, por favor! Não vai querer sair nessas ruas escuras.
- Acho que não precisa, está tudo tranquilo
- é muito perigoso, mas já que não vai deixar eu te ajudar, não vejo outra alternativa. Pode ir então
- Obrigada Heleno
- Sem problemas querid... - antes que pudesse completar a sua frase, seu filho bateu na porta e entrou...

Diferenças Onde histórias criam vida. Descubra agora