C.12

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Gelamos um pouco, mas logo David atendeu.
David: Alô? - fez uma cara de pânico, não como se tivesse ouvido "sete dias" ou coisa assim, pânico como se tivesse ouvido "Estou com seus pais e eu vou cortar a garganta deles" - Está sim, quem é.
Miguel: Alguém aqui viu uma assombração. Eu acho - deu uma coçada na cabeça.
David: Claro que sim, só um segundo. - engoliu em seco e entregou a Mike.
Mike: Mike na linha - é como ele atende o telefone - Não, isso não aconteceu. Não mesmo. Obrigado e boa noite. - ele falou desligando o telefone sem paciência nenhuma - David, posso falar com você?
David fez que sim com a cabeça, então eles subiram a escada com uma certa tensão e fora para algum quarto
Daniela: O que será que aconteceu?
Vitória: Acho que ele ouviu alguma coisa relacionada a mãe.
Daniela: Mas como assim, alguém me explica, ele mora aqui ou não?
Miguel: Não deveria, ele tem uma casa a quatro quadras daqui. A tia dele a Carla não tem condições digamos... Adequadas para comprar outra casa, então ele mora na mesma casa onde ocorreu aquilo - assim que ele disse a última frase, quase todos desviaram os olhares como se não quisessem falar sobre isso, quase como se a culpa fosse deles. Quase. - então a mãe do David deixa ele ficar aqui de dias de semana e de fins de semana às vezes ele vai pra casa da tia.
Vitória: Agora, relacionado a mãe, que está desaparecida a uns 6 meses, não que ele a visse antes, mas ela não é vista por ninguém esse tempo todo... Ele ficou preocupado.
Theodor: Nossa que difícil deve ser pra ele. Meu pai também era horrível.
Vitória: Era? Ele morreu?
Theodor: Não, ele está na cadeia. Mas não acho que ele vá ficar por mais muito tempo, ele vai ser solto daqui a um ano...
Daniela: Como assim você nunca disse isso pra mim Theo? Como você tá reagindo a essa notícia?
Vitória: Você me permite te dar um abraço Theo? - por alguma razão eu shippei Vitória e Theodor. Mas acho que é só coisa da minha cabeça - por favor?
Theodor: pode sim
Jogamos conversa fora por mais uns doze minutos, até que a campainha toca.
Miguel: Eu atendo. Fiquem aí, pode ser o bicho papão - disse caçoando dos nossos respectivos gritinhos de medo do som sinistro ecoando da porta.
Cara da pizza: São 80 reais por favor
Miguel: Só isso? Caraca, que barato! - o pior é que é realmente barato!
Daniela: Eu vou lá em cima avisar os meninos, vai que eles não ouviram esse som de "sino de igreja em tempo de funeral" - disse e ri.
Assim que subi perdi o fôlego e por uns estantes minha vista ficou embaçada. Achei estranho mas podia ser somente besteira.
Logo olhei pros lados a procura de uma porta aberta, não achei. Andei até o fim do corredor, e voltei, não encontrei eles. E de novo, então e fui observando cada canto do andar de cima, as plantas, as portas levemente desgastadas devido ao tempo, e até algumas ranhuras nas paredes. Talvez seja loucura, mas eles na estão nessa casa. Acho que eles devem ter pulado a janela ou não sei...
Olhei mais uma vez em cada quarto, até que chego a uma simples conclusão. Eles devem tem decido e eu não reparei, mas assim que desci, todos estava, com cara de apavorados. Quase como se o Diabo tivesse passado por ali, mas não era o Diabo, eu sei quem passou por ali, mas me recuso a acreditar.
Daniela: O que houve aqui gente? - disse olhando principalmente para Vitória, que parecia ter vomitado a pouco tempo.
Miguel: Ele está aqui, ele está aqui, aqui - disse sentando no fundo da sala, se enrolando na blusa de David.
Daniela: Ele? - disse em tom levemente sarcástico de um jeito que somente "ele" entenderia.
Me viro e, direção à cozinha, onde dou de cara com aquilo, de novo, me assombrando. Antes que a criatura pudesse pronunciar o meu nome tapei sua boca e o levei mais para o fundo, para ninguém ver que eu estava conversando com o próprio demônio
Jeff: Apressada heim não-escolhida? - disse tentando desviar da dispensa onde eu queria colocá-lo
Daniela: O que você quer aqui, seu assassino bizarro, dono das sete trevas de num-sei-o-que- lá
Jeff: Somente Jeff é uma boa sabia?
Daniela: Por favor, suma daqui
Jeff: Me diga Daniela, você não quer saber o que eu quero antes que eu desapareça?
Daniela: Depende. O que você tem a dizer é importante?
Jeff: Menos que a minha vida, mais que a sua - deu uma risada sinistra como se quisesse dizer algo
Daniela: Fala logo então sua aberração
Jeff: Você tem sorte que eu não possa te matar, Daniela. Tanta sorte, por que se não seu pequeno pescoço já estaria cravado no chão.
Daniela: O que você quer? É a minha vida? Leve-a, tire ela de mim, eu não tenho planos, eu não tenho família e eu também não tenho - não deixou eu terminar e me cortou
Jeff: Preciso da sua ajuda
Daniela: Pra que!? - disse com espanto.
Jeff: Tem que me ajudar, eu não consigo parar
Daniela: Novamente, pra que? coloquei impaciente.
Jeff: Você... É lerda, bem lerda - deu uma risada alta, tive que tapar sua boca para que não fizesse muito barulho
Daniela: Me diga agora ou vá embora, o que?
Pode ser só coisa da minha cabeça retardada, mas eu juro que vi ele desaparecer. Como fumaça, acho que foi a coisa mais sinistra de todos os tempo, ele parado na minha frente e de repente -PUFF- não está mais, senti minha respiração mais ofegante que o normal fui então em direção à sala onde estavam todos.
Estavam, mas não estão mais, sinto então que vou desmaiar - droga de pressão baixa! - tento não me desesperar, mas não dá, onde estão todos? Onde está Mike? Theo? Vitória? Aonde? Sinto então que estou pesando mais que o normal, minha respiração mais ofegante do que nunca. Desabo então no sofá, com lágrimas nos olhos e cabelo na boca. Eu preciso de resposta, e não mais dúvidas, por que é isso que estou tendo, ainda quase morrendo recebo um telefonema em meu celular.
Daniela: Alô? - digo tentando esconder que estou desesperada o suficiente para ter um infarto.
Mas sem resposta acabo pensando em desligar, até que uma risada sinistra do outro lado da linha me faz pensar melhor
Daniela: Jeff? Por favor me diga onde eles estão? Eu te ajudo, por favor, por favor. Deixe eles em paz eu te ajudo - a risada persistiu até que eu terminei a frase, então ela foi substituída por um chiado, terrível. Como se alguém estivesse colocado um gato se afogando na linha. Novamente uma risada e depois somente o barulho que meu celular faz quando acaba uma ligação, nada...
Mais desesperada do que nunca resolvo tomar um gole de água vou até a cozinha e me deparo com algo estranho, perco o fôlego novamente. Isso só pode ser

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