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Assim que acordo de manhã Jeff não está mais lá. Ele havia sumido, sento na cama e deito pra trás, para a minha surpresa me deparo com Pelo sentado sobre a poltrona que fica ao lado da cama de Mike.
Daniela: Pelo?
Pelo: Sim, sou eu.
Daniela: O que te trás aqui? Outra mensagem de Jeff?
Pelo: Não, uma mensagem minha mesmo
Daniela: Bom... pode falar então
Pelo: Não. Não posso. Tome um banho, vista uma roupa e vamos sair
Daniela: Mas eu quero esperar os outros - disse outros pensando em Mike.
Pelo: Ele não vão voltar se você não vier comigo Daniela.
Daniela: Ok, mas eu não tenho roupa
Pelo: Cuidei disso - ele falou e tirou uma sacola debaixo da poltrona com sua boca.
Daniela: Isso é pra mim?
Pelo: Espero que goste, presente de Jeff. Ele não troca...
Abro a sacola e me deparo com uma calça jeans escura rasgada no joelho, uma blusa branca escrita " I Love the Killer " e um casaco xadrez, provavelmente do próprio
Daniela: Ele tem bom gosto assim ou alguém escolhe pra ele?
Pelo: Ele tem bom gosto... e claro, uma cara assustadora pra perguntar para a vendedora qual seria a melhor escolha pra uma menina de 15 anos...
Rimos bastante até que entro no banheiro para tomar banho
Assim que termino de tomar banho, me seco e me troco. Saio do banheiro e pelo está sentado no cama
Pelo: Vamos?
Daniela: As pessoas não vão estranhar eu falar com um gato?
Pelo: Vão sim, mas eu posso ser humano, uma gaivota, um peixe ou uma mosca! Eu posso ser tudo, só escolher!
Daniela: Você é uma gracinha - Digo fazendo uma voz ridícula e carinho em seu queixo até que ele se transforma em um menino de aparentemente 17 anos, moreno com os cabelos vindos ao ombro, um piercing no septo e lindos olhos castanhos.
Pelo: Você se surpreendeu? Eu posso ser mais feio! - disse e mudou de aparência para uma cara terrível, cheia de olheiras, muitas manchas avermelhadas na cara e sobrancelhas grossas...
Daniela: Pode ser a outra aparência, eu prefiro...
Pelo: Claro que sim - e mudou novamente
Daniela: Posso te perguntar uma coisa?
Pelo: Pode, mas seja breve.
Daniela: Você pode se transformar na aparência da minha mãe?
Pelo: Não posso - falou com os olhos trêmulos - só se você já viu ela...
Daniela: Mas eu já devo ter visto ela, eu vi ela quando eu nasci
Pelo: Mas não deve se lembrar da aparência dela, não posso Daniela sinto muito.
Daniela: Mas devia, sabia?
Pelo: Eu não quis te causar nenhum mal Daniela, sinto muito
Daniela: Pois devia sentir mesmo - cruzei os braços e virei o rosto
Pelo: Vamos Daniela, por favor...
Daniela: Você não pode nem tentar? - me virei e segurei em suas mãos.
Pelo: Não consigo, e mesmo se conseguir o máximo que eu iria parecer é com a sua imagem dela, aquela que você imagina ou até sonha.
Daniela: Tá...
Pelo: Vamos vai!
Daniela: Promete tentar? Só uma vez? Depois tá?
Pelo: Vou tentar, vou pensar ok?
Daniela: Ok - disse aflita, com angustia ou ansiedade, ou quem sabe uma mistura dos três batida no liquidificador com uma colher de sopa de esperança. Um prato cheio pra minha curiosidade...
Pelo: Não prometo nada, mas só depois que formos.
Abri a porta e saímos, assim que descemos meu estômago fez um barulho, então entrei na cozinha e peguei uma maçã, assim que ia morder pelo a arrancou da minha mão.
Pelo: ESTÁ LOUCA DANIELA?
Daniela: Por que estaria é só uma maçã!
Pelo: Shi... - falou colocando o dedo sob meus lábios em forma de dizer " cala a boca que eu to sentindo algo errado ". Logo depois falou - Eu acho que não estamos sozinhos, você Ainda tem a marca?
Daniela: Marca? - falei, mas ele pegou meu pulso e olhou.
Pelo: Tem sim, Isso vai ser feio, você deveria fechar os olhos - e assim o fiz, fechei meus olhos e posicionei meus punhos sob os mesmo para que eu não veja nem ao menos as marca
Daniela: Mas por que? Eu não ouço nada
Pelo: Cala a boca. Agora se esconde e se suje, seu cheiro o atrai
Daniela: quem?
Pelo: Não posso te dizer. Mas se esconde, ali na dispensa - tirou meus punhos de meus olhos e apontou, ouvi um barulho na escada então nem hesitei e sai correndo
Entrei na dispensa e fechei a porta, não pude ver se havia insetos, se entrou algo a mais comigo ou coisa assim, mas tudo bem, a essa altura uma barata é o que menos importa pra mim
Olhei pros lados imaginando que a eu faria aniversário a menos de 24 horas, e nem tinha pensado nisso. Como era possível?
Brincado com os pensamentos planejo algo bem rápido e fácil de fazer, só pra não deixar passar em branco essa data considerada bem especial
Assim que retorno dos meus devaneios reparo que da pra ouvir a conversa de Pelo com a outra coisa que há ali, como sou curiosa coloco minha orelha posicionado na porta e ouço:
Pelo: Mas senhor, você não pode deixar Carolina a ser a escolhida. Você tem que trocar, tem que ser a Daniela
Voz assustadora: Não, continuará sendo Carolina, e se ele não parar, que se dane! O mundo precisa de Jeff
Pelo: Não, o mundo não precisa de Jeff! O mundo precisa de um garoto normal, o que VOCÊ não deixa ele ser - falou em tom enfurecido
Voz assustadora: Pelo, meu amigo, entenda! Eu não posso mudar a escolhida de uma hora pra outra, isso exige uma série de rituais, passagens, e o principal, tempo! Jeff não tem tempo, ele precisa matar esse Edu, só assim atingirá seu ponto fraco, o amor eterno!
Pelo: Não, ele já atingiu o ponto de amor eterno, Daniela! Essa é a escolhida por Jeff, ela precisa dele e ele dela.
Voz assustadora: Não, assim que você falar com - droga não dá pra ouvir o nome - você fala comigo, se ele permitir, eu mudo!
Pelo: Fechado - falou um pouco alto demais, o que me fez da um pulinho pra trás, mas o suficiente para atrair a criatura pra perto da porta rapidamente
Prendo a respiração, mas logo acho que não dará certo, então eu olho diretamente para um recipiente grande de molho inglês. Droga, não acredito que eu realmente vou fazer isso! Tiro a parte do plástico em volta da tampa e jogo em mim. Tudo de um só vez e corro pra traz de um pilha de saco de arroz do meu tamanho, ajoelhada é claro
Voz assustadora: Aqui está - abriu a porta da dispensa e olho pra tudo com calma, como se precisasse estar ali. A minha presença podia ser sentida e eu cheiro a medo...
Pelo: O que há de errado? - falou em tom de preocupação para a pessoa ao seu lado.
Voz: Eu sinto... eu sinto você aqui - falou na minha mente, quase como se pudesse falar apenas no meu ouvido - Daniela, saia. Eu não vou te machucar.
Daniela: Não, você vai sim! O que é você
Voz: Não vou, só se você mentir. Me responda, você ouviu a conversa?
Daniela: Eu não posso responder. Não posso, me deixa em paz.
Voz: Por favor Daniela.
Daniela: Não, não mesmo. Agora me deixe, e vá embora com Pelo, e finja que não sabe que estou aqui.
Voz: É mais esperta do que imaginei!
Pelo: O que estamos fazendo parados aqui mestre?
Mestre: Pensei que havia algo aqui dentro - Logo depois de falar isso em voz altas, na minha mente ele disse " e tem ". - mas me ocorreu um erro, me deixe ir embora.
Pelo: Claro... Pense no que eu te disse.
Mestre: Sim, pode ser. Acho que pelo o que eu vi, acho que posso atender o pedido, só se ele disse que sim
Pelo: Claro mestre, claro...

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