A minha história

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- Oiii.- Mary aparece no meu armário.

-Oi Mary.

-Como foi seu dia ontem?

-Bom.- fecho a porta do armário.

-Nossa, curta e grossa ein?!

Olho para ela.

-Tava brincando Kris, calma.- ela ri.

Começo a andar. Ela me acompanha.

-Eu sei, você não está acostumada a ter amigas, mas eu estou aqui pra mudar isso.

Eu paro, e olho pra ela.

-Tá bom, eu vou te dar uma chance.

Ela sorri.

-Não vou te decepcionar.

*~*~*~*~*~*~*
Na hora do intervalo, Mary foi merendar, ela insistiu para eu ir também, então acompanhei ela.
Ela pegou o lanche e foi se sentar, sentei do lado dela.

Enquanto ela comia, eu me peguei procurando alguma coisa no refeitório, pra ser mais sincera, alguém. Até que eu acho.
Em uma das mesas, estava sentada Anne, suas amiguinhas diabólicas e os jogadores de basket. Ele estava lá. Rindo de alguma coisa que acabaram de contar pra ele. Aquele sorriso...

E então... Ele me pega olhando pra ele.

Droga, droga, droga!

Desvio o olhar rapidamente, e começo a conversar com Mary, só pra disfarçar.

-An... Então Mary, onde você mora?- perguntei.

Ela olha para mim de um jeito estranho.

-Só te conheço á dois dias, mais eu sei que quando você puxa assunto com uma pessoa quer dizer que tem algo errado.

Reviro os olhos.

-Sério, quantos anos você tem?

-Eu moro bem no centro da cidade, na avenida principal.

-Ahn... Interessante.

Alguém chega na nossa mesa e senta na nossa frente. Não precisei nem olhar pra perceber quem era.

-Iaí garotas?- Jake fala. Eu olho para ele.

-Ah, oi Jake, nem tinha te visto.

Ele sorri pra mim, como quem quer dizer eu vi você me olhando.

E... Não pude evitar, eu também sorri.
Nós dois estávamos lá, sorrindo um para o outro, até Anne chegar.

-Mozinho, vem, tem que se preparar para o jogo.

-Já estou indo Anne.

Ela fica séria, olha pra mim, e sai.

-Se vocês quiserem ir ver. É depois da aula.

Acho que por ele eu até iria, mais só de saber que Anne estaria lá, não havia mais nenhuma possibilidade de eu ir.

-Não, desculpa, gosto de ir pra casa assim que acaba a aula.

Ele fica um pouco desapontado, mais assente e sai.
Olho para Mary.
E me arrependo. Ela estava com uma cara muito estranha, e um sorrisinho no rosto.

-Nem vem Mary.

-Agora sei qual seu problema.- ela diz, e ri.

-Nanão, nada disso.

-Sim sim! Não tem outra explicação. Você gosta dele e ponto.

Reviro os olhos.
Já tinha esquecido como é ter uma amiga.

*~*~*~*~*

Jogo a mochila no chão e me jogo em cima da cama com os braços abertos. O que aconteceu hoje comigo?
Não importa o que tenha acontecido, eu NÃO gosto daquele garoto. Eu estou bem sozinha, não preciso de um namorado.

Visto um vestido azul bem confortável e vou passear na praia. A lua já está radiando no horizonte.

Vou até a parte onde as ondas já molham meus pés. Olho para a lua.

-O que está acontecendo comigo lua?

Fecho os olhos por um instante.
Caminho um pouco, mais não muito. Não sei o que eu faria de visse Jake de novo. Me sento.
Os meus cabelos voando com o vento da noite.
Estava tudo tão bem... Até que escuto passos atrás de mim.

O que será dessa vez?

Olho para trás e... Era ele.

-O que está fazendo aqui?- eu pergunto. Ele se senta do meu lado.

-Não sabia que encontraria você. Eu só... Tudo bem, eu tinha a esperança de encontrar você.

Olho para o mar. Um pequeno, bem pequeno sorriso se forma no meu rosto.

-Aquela é a sua casa?- ele aponta.

- Sim.

-Parece escura, seus pais não estão lá?

Qualquer resquício de sorriso que tinha no meu rosto sumiu.

- Eu não... Eu moro só.

- Sério? Isso é muito legal! Meus pais nunca me deixariam morar só.

-Não, isso não é legal. Mas, mudando de assunto, como foi o jogo hoje?

-Foi ótimo. Ganhamos com 23 pontos de diferença.- ele falou bem animado.

-Parabéns.- eu sorri.- E a sua namorada?

-O quê? Eu não tenho namorada.

-Mas e a Anne...

-Ela não é minha namorada. As vezes ela finge ser, mais não é. Eu até tentei namorar ela um tempo atrás, mas eu não sinto nada por ela sabe.

- Sei...- olho para as ondas.

-Toda noite você vem aqui?- ele pergunta.

-Sim. Não tem uma noite em que eu não venha. É assim desde que eu me lembro.

-Interessante não é?- olho para ele, e ele estava olhando para o mar.- Elas nunca param.

Tinha certeza que ele estava falando das ondas.

-É... Eu sempre perguntava isso pro meu pai.

-O que ele dizia?

-Ele dizia que as ondas nunca param pôr que elas tem um motivo para nunca pararem, é como se o amor delas estivesse aqui, na praia. Mas elas nunca acham ele, nunca.

Fecho os olhos por um instante, imaginado seus olhos verdes, o calor do seu abraço...

- Ele dizia que eu era o motivo pra ele sempre voltar pra casa depois do trabalho. Mas um dia... Ele não voltou.- minha voz já começou a falhar.

-O quê? Ele te abandonou?

-Não. Ele nunca faria isso. Ele foi assassinado.

-Oh... Sinto muito Kristy. Acharam o assassino?

- Não. O caso já foi cancelado porquê, tudo o que eles tinham era uma foto de uma câmera de segurança da rua. Era perto de uma floresta, estava de noite, chovendo, não tinha ninguem como testemunha e a pessoa usava um capuz. Simplesmente impossível procurar essa pessoa.

-E sua mãe?

- Ela morreu no meu parto. Eu morava com minha madastra e meu pai. Ela nunca gostou de mim, nem do meu pai. Nunca intendi porque meu pai convivia com aquela mulher. Então... Um dia depois que a gente soube do assassinato dele ela foi embora. Ela simplesmente abandonou uma criança de 7 anos sozinha.
É por isso que eu não me apego á ninguém. Porquê na hora de se despedir eu não consigo.

-Sinto muito mesmo Kristy. Mas... você tem a mim. Eu não vou te abandonar.

Olho para ele. Ele passa um braço por meu ombro e eu deito a cabeça no ombro dele.

-Jura?- Pergunto

-Juro.

AloneOnde histórias criam vida. Descubra agora