Capítulo 15 (Sem Revisão)

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Aiden viu Yolande passar pelo hall, subindo as escadas como uma corsa em fuga. Parecia estar triste com algo. Giana passou correndo por ele, mas antes que pudesse ir ao socorro da aia, ele interrompeu segurando-a pelo ombro.

- Pode deixar, Giana. Eu irei.

A menina assentiu e observou enquanto o patrão subia as escadas, indo em direção ao quarto da amiga.

Aiden bateu suavemente na porta do quarto cinco vezes e como não obteve resposta entrou. Yolande não estava na sala de visitas do quarto, mas ele ouviu soluços vindos da cama. Ao se aproximar deparou-se com ela deitada de bruços, o rosto enfiado no travesseiro e o corpo sacudindo levemente. Ela estava chorando. A visão da mulher sempre forte e determinada, mas agora frágil e desprotegida cortou o coração dele. Aiden deu a volta na cama, sentando-se do outro lado é tocou de leve as costas dela, acariciando eternamente.

- Se alguém souber que estou sozinho no quarto de uma dama ficarão chocados. - Disse. - O que houve?

Ela continuou deitada da mesma maneira, apenas sinalizando negativamente com a cabeça. Já não soluçava mais.

-Yolande, sabe que pode contar comigo para qualquer coisa. - Ele continuava acariciando as costas dela.

De súbito Yolande virou-se deitando-se lado, olhando para ele. Tinha o rosto inchado e rosado e os olhos irritados pelas lágrimas.

- O pai que eu julgava um covarde, só queria me proteger... Winterburg ameaçou meu pai quando ele foi em busca de justiça. Me usou para impedir que meu pai tentasse fazer algo. A apatia do meu pai após a morte de minha mãe, foi pra me proteger!

Aiden levou a mão ao rosto dela, acariciando a bochecha. Yolande a segurou, acariciando as costas da mão dele com seu polegar.

- Este homem não tocará em um fio de cabelo seu, Yolande. Eu mesmo me certificarei disso! Mas, algo me diz que não é apenas isso que te incomoda.

- Meu pai, Aiden. Está muito doente. Não quer assumir, ofereci ajuda e ele recusou! Sei que não devia, mas eu o vi eu...contrariei sua vontade, levei ele para casa no porto, me desculpe... - Lágrimas rolavam pelo rosto, descendo pela ponta do nariz até o travesseiro.

Aiden deitou-se ao lado de Yolande, o rosto próximo ao dela, lhe acariciando os cabelos.

- Vamos até lá amanhã, Yolande. Eu só sairei de lá quando tiver certeza de que seu pai ficará bem.

O olhar dela se iluminou e o belo sorriso que sempre carregava voltou.

-Você faria mesmo isso? - Ela o abraçou, afundando o rosto em seu peito.

- Claro! O que lhe fizer feliz...

Yolande ergueu a face para encarar Aiden, aproximando até que seus lábios se tocassem num beijo terno e livre de malícia.

- Yolande, eu acho que...que eu te amo. - Ele disse, tímido como ela pensou nem ser possível.

Ao ouvir esta simples combinação de palavras o coração dela se encheu de alegria. Nunca havia sentido-se assim antes, tinha certeza de que sentia o mesmo, mas apenas agora se dava conta.

- Pois eu acho que sinto o mesmo, e é incrível.

Yolande voltou a beijá-lo, agarrando-o pela nuca. Aiden puxou a forquilha que prendia os cachos castanhos dela, libertando-os no travesseiro.

- Eu prefiro você assim... - Voltou a beijá-la e estremeceu ao sentir que a mão delicada descia por sua barriga, de encontro a área mais sensível de seu corpo. Gemeu, mas segurou-a. - Yolande, eu quero muito. Mas eu, eu preciso fazer algo primeiro... - Não tinha coragem ou jeito para contar que iria morrer sem parecer um maluco. Sorriu. - E, mais importante, não quero que fiquemos na escuridão, como se estivéssemos cometendo um crime. - Sentou-se e lhe beijou a testa. - Em breve tudo estará resolvido e poderemos nos entregar, de verdade.

A despeito dos protestos silenciosos dela se levantou e saiu. Yolande ficou ainda deitada por mais algum tempo, mas já não sentia mais medo ou dor, por que agora já não estava mais sozinha.

Aiden desceu, dando de cara com Linton e Giana, que cochichavam calorosamente. Os dois surpreenderam-se com a chegada do patrão.

- Parem de fofocar a vão trabalhar! Linton, peça para avisarem ao doutor Willis que o quero aqui amanhã, na primeira hora possível. Giana querida, os lençóis não se dobram sozinhos!

Os dois se atrapalharam, esbarrando-se e saíram apressados para direções opostas. Aiden ficou parado rindo, até que ouviu a voz senil que tanto odiava ecoar dentro de sua cabeça.

- O tempo está passando, jovem conde. Queremos resultados!

O sorriso imediatamente morreu, dando lugar a uma expressão taciturna.

- Terá o que quer, de uma forma ou de outra, mas gostaria de mudar o prêmio, se possível. - Aiden serviu-se de whisky no aparador.

A voz riu.

- Acha mesmo que pode barganhar os assuntos da vida e da morte, criança tola? A mulher representa apenas uma distração em sua vida, e como eu já disse, não há forma de ficarem juntos!

- Pois eu vou lutar! Lutar não só para justiça, mas agora também pela vida. Pois tenho um motivo para viver!

- Engane-se o quanto quiser, mas se apresse! Esperamos resultados!

Aiden atirou longe o copo, estilhaçando o vidro é quebrando a conexão mental com a besta atormentador.

No dia seguinte a pequena comitiva composta de Aiden, Yolande e o Dr.Willis partiu para a área portuária, para encontrar com Claude Lacroix. Ao chegarem lá perceberam que já havia uma carruagem na porta.

- Quem poderia estar visitando papai? - Yolande ergueu as saias afim de não arrastar a barra nas poças de lama e entrou na taverna, seguida pelos dois homens. Ao chegar lá dentro ficou paralisada com a cena: Oswald Vanderville estava tranquilamente sentado em uma das cadeiras, conversando com seu pai.

- Bom dia, Srta. Lacroix! Faz um lindo dia hoje, não é verdade? - disse com um brilhante sorriso revelando os dentes perfeitos.

O Conde Diabólico(Concluída - Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora