Capítulo 4 ( Sem Revisão)

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    Aiden nunca havia entrado em uma taverna antes, então não tinha parâmetros. Mas pela forma como Linton descrevera o lugar imaginou encontrar orgias e brigas simultaneamente, mesmo que o amigo tivesse permanecido na carruagem enquanto o cocheiro entregava o bilhete a moça no dia anterior. Era uma sala ampla e pouco iluminada, mas até que bem limpa. A direita ficava o balcão, onde um homem com um farto bigode negro gritava ordens a duas mulheres que serviam as mesas. Se aproximou afim de perguntar sobre a moça, Yolande.

- Boa noite, senhor. Procuro por Yolande Lacroix.

O homem movimentou suas espessas sobrancelhas, confuso. Olhou para Aiden de cima a baixo e soltou uma gargalhada que deixou Linton indignado.

- E quem deseja saber de minha filha? - O homem tinha um forte sotaque francês.

 Por Deus, este homem era o pai da moça? Agora foi a vez de Aiden examiná-lo. De pele morena, alto e extremamente corpulento o homem colocaria medo em qualquer um. Pegou-se subitamente imaginando se a jovem se parecia com o pai. Caso fosse, certamente estavam bêbados os homens que a classificaram como "beleza exótica". Antes que ele pudesse se apresentar Linton se encarregou de fazer as honras.

- Este é lorde Aiden Peterson, conde de Hampshire. Foi enviada uma nota a Lady Lacroix, informando que lorde Peterson desejava conversar com ela, senhor...?

 O homem prestou atenção a tudo, soltando mais uma de suas expansivas gargalhadas, fazendo com que Linton desse um salto para trás.

- Eu sou Lorde Claude Lacroix, conde deste maravilhoso estabelecimento. - Fez uma reverência exagerada, em deboche. - E a "senhorita" Lacroix está na última mesa, de muito mau humor. Então aviso que tenham cautela na escolha das palavras.

 Linton franziu as sobrancelhas, cada vez mais indignado.

- Obrigado senhor. - Aiden agradeceu  com um discreto aceno de cartola, puxando consigo o amigo, que ainda encarava o taverneiro.

 Lá no fundo, na parte mais escura do estabelecimento, a moça o encarava. Os cabelos negros cacheados cascateavam, livres de qualquer adorno, por cima dos generosos seios, cobrindo parcialmente. A pele levemente bronzeada brilhava a luz das velas. Os olhos castanhos da cor de avelãs tinham um formato felino, rodeados por longas pestanas. Chegando mais perto Aiden constatou que sardas quase imperceptíveis salpicavam-lhe o nariz. O decote oval do vestido verde oliva se elevava no ritmo de sua respiração, que ficava mais profunda à medida que ele se aproximava. Ele sorriu. Apesar de moribundo ainda causava este efeito nas mulheres. De repente não havia mais música, nem bagunça, nem mesmo pessoas. Só ela. Aiden cogitou que seria muito bom também tê-la em sua cama, isso poderia ser discutido depois.

- Senhorita Yolande Lacroix, presumo.

- Lorde Aiden Peterson. - Aiden teve quase certeza de que seu nome saíra daqueles lábios rosados com um certo desdém.

-Posso me sentar? - Ele inquiriu gentilmente, tirando a cartola.

 Yolande sinalizou positivamente com a cabeça. Tão logo os homens se acomodaram ela soltou:

- Vou ser bem clara e direta. Não sei exatamente o que ouviram sobre mim, mas não sou prostituta e nem me iniciarei agora, não importa a quantia!

 Aiden  riu, enquanto Linton soltou uma exclamação estarrecida, corando violentamente.

Sem dúvidas era uma moça muito bonita, e obviamente cigana, pelo menos pela parte do pai. Devia ouvir muito este tipo de proposta indecorosa. Era assim que a maioria dos homens tratavam as moças de origem zíngara, mas não ele. Aquela que viesse a deitar-se com ele o faria por prazer, não pelo compromisso firmado a troca de algumas moedas.

 Yolande deu mais um gole na cerveja.

- Então, o que diabos vocês querem?

- Será que a senhorita consegue falar uma única frase sem proferir algum impropério? - Céus, Aiden! Parece que teremos muito trabalho pela frente!

Yolande encarou feio o rapaz loiro. Quem ele pensava ser? Certamente que era um lacaio, mas falava de uma forma arrogante e se dirigia ao patrão somente pelo primeiro nome.

- Senhorita Lacroix, a proposta que temos não é simples, mas serei o mais claro o possível: Quero que me ajude a prender um maníaco.


N/A: Peço desculpas pelo capítulo minúsculo(tem menos da metade do tamanho que costumo escrever, além de ter demorado demais para sair), mas tenho sentido dores de cabeça terríveis, me impedindo de raciocinar. Espero que compreendam e compensarei assim que possível. Muito obrigada por ter chego até aqui, sua leitura é muito importante para mim.

O Conde Diabólico(Concluída - Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora