Capítulo 12

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Nossa, que chuva. Faz tempo que não chove desse jeito aqui em São Paulo. O que é bom, porque esse clima seco não faz bem para a minha saúde. E para a pele, é claro. Assim vou envelhecer mais rápido.

Adoro esse tipo de clima. Ainda mais quando coincide com o final de semana. É perfeito para a minha preguiça suprema. Cama, edredom, maratona de série e pipoca. E ainda tem gente que prefere achar felicidade em balada. Meu bem, felicidade é ter conta na Netflix.

Hoje nada me incomoda. Nada me estressa e tampouco me tira do sério. Depois da conversa que ouvi entre Senhor Fitz e Guilherme, o nosso editor-chefe, senti ainda mais nojo dele. Como alguém pode ser tão duas caras?

Se eu pudesse nunca mais voltaria para lá. O problema é que a realidade é algo bem diferente, e ela consiste em pagar contas, contas e mais contas.

Sério mesmo que o único emprego que eu consegui, o dono tinha que ser o Senhor Fitz?

Putz, Lizzie, que mulher de sorte é você.

Estou deitada na cama quando ouço o interfone começar a tocar. Que estranho. Não estou esperando ninguém hoje, ao que me recordo.

Ah, talvez seja Clarice. Seria mesmo bom que ela passasse uma tarde aqui comigo. Com certeza é ela.

Levanto da cama, a duras penas porque estava terrivelmente quentinho e aconchegante. Saio do meu quarto e vou até a cozinha atender. Sofridamente.

- Pois não! – Digo, já meio animada com a ideia de Clarice ter saído de sua casa para me ver.

- Será que eu poderia subir? É urgente.

Tremo.

Bem. Esta não é a voz de Clarice. É a voz do Senhor Fitz. O que ele faz aqui? Na minha casa? Oh céus, o que pode ser tão urgente que não esperou até amanhã para me falar no trabalho? E porque sua voz estava tão tensa no interfone?

Balbucio apenas um ok e clico no botão que libera a entrada. Como ele descobriu o meu apartamento? Deve ter pego na minha ficha do trabalho.

Ah não, ele me deu aquela carona outra noite. Mas mesmo assim, ele precisaria saber meu número. Será que Senhor Fitz além de duas caras é stalker? Tipo aqueles caras que perseguem suas presas e coisas assim? Ou sou só eu que assisto séries de investigação demais?

Sinto que estou nervosa. Senhor Fitz está subindo para o meu apartamento exatamente agora. E eu aqui de pijama. Uma blusa de alcinha, sem sutiã e um short. Ah claro, minha pantufa de ursinho.

Será que dá tempo de trocar de roupa? Que droga!

Não. Não dá tempo. A campainha está tocando. Se eu demorar muito ele vai achar estranho e pode até desistir e ir embora. Bem, isso tudo é bem estranho, para ser sincera. Mas estou relutantemente curiosa para saber o que o trás aqui a ponto de deixar que vá embora sem falar comigo antes.

E não, ainda não consigo imaginar a razão que faz Senhor Fitz aparecer bem no meu prédio em uma tarde chuvosa de domingo e pedir para entrar.

Abro a porta. Oh céus, como ele está sexy. E acho que ele pensa o mesmo de mim porque se demora olhando para as minhas pernas. Acredito ser a primeira vez em que Senhor Fitz me vê vestida mostrando minhas pernas. E diga-se de passagem, não são tão feias assim. Vamos combinar que eu também tenho lá meu charme.

Abro a porta de modo que ele possa entrar e assim o faz.

Senhor Fitz está todo molhado pela chuva lá fora. Algumas gotas caem de seu cabelo fazendo plinc plinc no meu piso da sala. Nossa, como eu adoraria tirar essa sua camisa colada ao seu corpo, mostrando o quanto seu tórax é definido.

Um encontro com Sr. DarcyOnde histórias criam vida. Descubra agora