Capítulo 17

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Oh céus. O que eu faço? Não deveria ter bebido. Definitivamente.

Ele parece gostar do meu tom de voz e da minha suposta insinuação porque abre um sorriso mais sexualmente lindo que eu já vi na vida.

Isso vai acabar mal. Tudo com Senhor Fitz me cheira a acabar mal.  Como se o meu extinto dissesse para correr para bem longe dele enquanto posso.

Ou seria o meu subconsciente me burlando como sempre faz e afastando todos os homens que passaram pela minha vida?

Não que eu já tenha tido muitos. Coitada de mim, mas ainda assim. Sempre me burlando. Sempre afastando qualquer cara que demonstrasse o mínimo interesse por mim. Daí depois ia eu chorar as pitangas porque "estava solteira. Ninguém me ama, ninguém me quer. Estou solitária. Queria ter alguém".

Sim, sou complexa e estranha a ponto de nem eu mesma entender minhas atitudes. Como agora, flertando com Senhor Fitz.

Esse cara disse que estava apaixonado por mim. Falo poucas e boas sobre ele. Some do mapa, me deixando um email explicativo demais. Reaparece semanas depois como se nada tivesse acontecido.

O que há conosco? O que há com ele? Ele ainda está interessado em mim? O que há comigo? Afinal de contas, é recíproco? Eu sinto o mesmo por ele?

Porque se eu não souber, é bom que eu descubra logo. Não quero ferir ou magoar os sentimentos de ninguém. Até porque sei que essa arrogância e frieza toda do Senhor Fitz é apenas uma capa.

No fundo bate um coração bondoso que se preocupa com o bem-estar da família e amigos.

Ele ainda está me fitando e segurando meu braço. O toque de sua pele com a minha tão quente e suave. Talvez, talvez fosse fácil se apaixonar por esse homem. Apenas talvez.

Senhor Fitz não responde nada sobre meu comentário. Nossas bebidas são entregues pelo barman. Senhor Fitz dá um belo gole em sua Guinness. Não foi ele que disse que nunca bebia? Bem, olha quem fala também. Me sento novamente, já sem a mão dele em mim, e beberico o meu drink.

- O que você está fazendo aqui? – Quero saber.

Se eu vou realmente ficar, quero pelo ao menos saber como ele conseguiu me achar aqui.

- Bebendo, senhorita. – Diz, enrugando o cenho e batendo o seu copo com o meu, brindando.

Muito engraçado.

- Digo, aqui no pub. Aqui no Guarujá. Enfim.

- Não deveria ser o contrário? – Pergunta, me fitando tão profundamente, com um sorriso malicioso que meu coração começa a bater descompassado.

- Como assim?

- Eu que deveria perguntar o que está fazendo aqui.

- Bebendo? – Brinco.

Ele ri. Uma risada gostosa e aconchegante, que eu nunca vi vir dos lábios de Senhor Fitz antes.

- Eu moro aqui.

Oi?

- Isso é sério?

Ele sorri.

- Bem. Tenho uma casa aqui. Um apartamento, para ser mais exato. Mas só vinha nos finais de semana. Ultimamente tenho ficado por aqui e ido esporadicamente para a capital ou só quando é preciso.

Então era aqui no Guarujá que ele estava se escondendo para não me ver, depois do nosso incidente? E então ele me encontra justamente aqui?

- Eu sinto muito.

Um encontro com Sr. DarcyOnde histórias criam vida. Descubra agora