Capítulo 14

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Acabei dormindo no apartamento de Clarice. Tínhamos muito o que conversar. E também porque Clarice queria uma telespectadora para quem desfilar os inúmeros looks para o tal encontro com Charles.

Nesse meio período, entre entra e sai de saia, calça jeans, calça de couro, calça legging, camisa de botão, camisa de alcinha, camisa t-shirt, vestido longo, vestido curto florido e, oh céus, ela iria me mostrar todas as roupas do guarda-roupa dela? Clarice acabou me contando a história completa e aparentemente sem furos, entre ela e Charles.

Clarice sempre foi atraente e divertida. Então, vamos lá, não foi tão difícil assim para Charles se sentir atraído por ela. Eles já se olhavam na Revista por um tempo. Havia flerte e isso, ao que parece, estava mais do que ciente para os dois. Só faltava, o que poderia se pensar, certo empurrãozinho.

Segundo as políticas da Revista, nunca houve qualquer problema com relação a envolvimento entre funcionários, de modo que, se ambos quisessem, que mal haveria?

O empurrãozinho aconteceu naquele evento em que fomos ajudar na cobertura e que eu, ofensivamente fiquei bêbada e Senhor Fitz me levou de volta para casa.

Lembra que quando Senhor Fitz se aproximou de mim e Clarice junto com Charles em uma hora, antes, de eu me embebedar feito retardada? Charles chamou Clarice para dançar.

Acontece que eles dançaram e conversaram a noite toda. Muito animadamente, vale ser salientado.

Clarice não tem carro, então voltaria de táxi para casa, mas Charles não permitiu. Meio óbvio, né não? Assim como Senhor Fitz cuidou de mim depois da festa, de um modo bem bizarro, mas ok, Charles fez o mesmo com Clarice, só que de um jeito mais "acolhedor". Se é que me entende.

Charles levou Clarice até seu carro. Ela tinha bebido um pouco. Ele, eu não sei ao certo. O que eu sei foi que a conversa ficou extremamente animada. De modo que, foi sem graça quando chegaram ao apartamento de Clarice, porque eles precisariam se despedir. Mas antes que isso acontecesse, Charles já estava enfiando a língua dele dentro da boca dela, palavras de Clarice.

Aquela vulgar!

Poupando-nos de detalhes mais íntimos, porque eca, não quero saber sobre isso. De jeito algum. Eca. Não quero detalhes sobre certos detalhes do melhor amigo do cara a quem acabei de dar um fora.

Clarice convidou Charles para subir e passar a noite. E desde então quase todas as noites ele ia para o apartamento dela.

Como que eu não consegui perceber isso? Eles realmente sabem manter um segredo. Eles queriam que ninguém soubesse de nada a princípio, até ver onde de fato esse relacionamento todo poderia ir. Só que Senhor Fitz, o bisbilhoteiro, descobriu. Bem, daí o resto você já sabe.

Eu não contei que Senhor Fitz tem uma parcela altamente grande no rompimento inicial dos dois. Acredito que não valeria à pena. Só faria Clarice ficar ainda com mais ódio dele e bem, a fila de pessoas odiando o Senhor Fitz deve ser grande o suficiente. Mais um, menos um, ta bom assim. E até porque ele explicou o que aconteceu e Charles e Clarice parece que irão reatar e até passar para algo mais sério. Vou meter minha boca onde não sou chamada pra quê? Deixa estar.

***

Três semanas haviam se passado desde todo aquele alvoroço entre Senhor Fitz , eu, Clarice e Charles. Os dois já estavam oficialmente namorando desde o segundo encontro. Fiquei tão feliz quando soube da notícia, porque sei que minha amiga realmente gosta dele.

Clarice sempre gostou de política, então logo que saí do seu apartamento naquele dia em que confessei sobre Senhor Fitz e seus sentimentos comigo, ela recebeu uma ligação de uma revista, que não me recordo o nome, específica na área. Já era algo que queria escrever há tempos mas não tinha tido oportunidade ainda. A princípio será apenas como freelancer. Mas pagam bem e com a vantagem de poder ser efetivada de acordo com seu rendimento.

Um encontro com Sr. DarcyOnde histórias criam vida. Descubra agora