Sidestory 9 - O Passado Do Pacifista

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Nos seus mais de 200 anos de vida, Zefferi manteve uma promessa a alguém que fez ao final de sua primeira vida: que nunca mais iria tirar outra vida.
Exatamente, outra vida.

Em sua primeira vida, na Inglaterra, na época em que surgiam as primeiras câmeras fotográficas e o boxe estava deixando deixando de ser uma briga de rua entre jovens arruaceiros para se tornar o esporte como é hoje, o biólogo havia cometido um crime sem volta.
Algo que o atormentou por toda sua segunda vida e jamais contou a ninguém.
Ele havia se vingado de outro assassino, aquele que matou sua esposa por um simples colar que não valia muito além do valor sentimal.

Zefferi lutou brevemente para se vingar, usando apenas seus punhos, espancou o bandido, mas o seu inimigo tinha uma faca.
No fim ele prometeu nunca mais tirar uma vida e reencontrar sua amada do outro lado, mas até hoje ele não a reencontrou.

Quando recebeu sua segunda chance, Zefferi desejou ter uma vida pacífica então renasceu como um elfo no reino do rei elfo e herói lendário Arion Souker, localizado nas costas de uma Tartaruga Ilha.
Curiosamente, Zefferi chegou a conhecer quase todos os heróis que acompanharam o guerreiro elfo que agora é rei, incluindo o pai daquela que viria a ser chamada de deusa serpente, o dragão Aladromos.

Foi profetizado para ele por Arumi, a lendária heroína xamã e mãe da magia moderna, que para encontrar sua amada deveria buscar por "alguém que possui a minha ligação com a natureza e os espíritos, o intelecto de Kao Dromos, a audácia de Arion Souker, o poder bruto de Kaida e as trapaças de Ariel Oda Newgate. Esta pessoa pertence ao povo das árvores, na mesma floresta onde outra vez confrontará seu maior inimigo."
Foi realmente uma profecia bem específica.

E após 180 anos desde que foi profetizado, Zefferi acidentalmente encontrou essa pessoa após atrair para a mesma um problema de seis punhos.
Zeff acredita que estando com Maggie, poderá encontrar sua amada novamente, porém infelizmente, seu velho inimigo o encontro primeiro...

[aqui volta a narração em primeira pessoa]

Estou tentando proteger Magneria como posso, mas não há nada que eu possa fazer se eu continuar no nível 1.
Mas...
Não, eu não posso.
Eu prometi a ela, mesmo que eu não lembre mais seu rosto e nome, eu vou reencontrar ela.

Eu ouço um barulho nas folhas que me tirou dos meu pensamentos, me viro rapidamente e vi duas silhuetas correndo.
Segui as duas pessoas em silêncio e vi que eram um elfo das profundezas e uma garo, ambos vestindo roupas esquisitas, mas logo em seguida desapareceram no ar.
Não me lembro de magias de teletransporte, mas ouvi lendas sobre pessoas que podem viajar por diferentes mundos e planos.

Mas não percebi o quanto fui tolo em seguir a dupla, eu cai na armadilha de um dríendo.
O cipó envolve minha perna de modo que quanto mais eu puxe, mais preso fico, é uma armadilha de caça para capturar javalis e outros animais.
Então vejo o dríendo, contraparte masculina das dríades, descendo das árvores com uma faca de osso.
Faca...

"Ugh!"

Por um momento, eu revi a cena, aquele bandido desgraçado.
O dríendo é bem velho, já tem uma pele como casca de madeira, não é macia e verde como a pele de Magneria.

"Hehe! Que beleza, hoje foi melhor do que esperava!"

O dríendo sorri, não parece que tem intenção de me soltar.
Mas é familiar...

"Oie! Passe tudo que tiver nos bolsos loirinho!"
"...?!"

Não pode ser!
Não mesmo!

"Você! É você mesmo seu maldito?!"
"Hã? Cala boca sua fadinha sem asas!"

Esse idiota não sabe nada de taxonomia, nós dois somos do filo Neraidomorfa.
Droga Zefferi, não é o momento para isso! Concentração!
Mais uma vez, ele tem uma faca e eu não tenho nada no momento porque só vim estudar a flora da região...

"Eu mandei esvaziar os bolsos seu crápula!!"
"Argh!"

Minha cabeça doí, vejo mais uma vez o bandido com a faca suja do sangue da minha esposa.
Ele diz "Eu mandei esvaziar os bolsos seu crápula!!"
Não, não pode ser...

"É você! O bandido que matei!"
"Você! Você é o miserável que me matou!"

Eu não pensei mais, só ataquei.
Pulei pra frente e senti o cipó apertar mais meu tornozelo prendendo a circulação, mas eu não me importo.
Eu acertei o soco no rosto do desgraçado, ele cambaleia e dá dois passos para trás recuperando o equilíbrio!

A madeira é dura e sinto meus dedos doendo, mas eu não me importo.
Ele ataca outra vez, mas acerto um chute na cabeça com minha perna livre, ele para tonto.
Sou grato a boa flexibilidade e reflexos dos elfos.

Peguei a faca rapidamente e cortei o cipó, então em um efeito elástico ele recuou rápido enquanto o pedaço prendendo minha perna afrouxou.

Ataquei o miserável com a faca dele, mas a pele de madeira dura o protegeu outra vez.
Ele então se aproveitou da força superior para me subjugar, mas eu tenho mais agilidade e inteligência, foi fácil descobrir como escapar e não ser esmagado ou jogado pelo homem de madeira.

Ele socou e desviei, então soquei o dríendo com um gancho de direita e ele abaixou e socou meu queixo, me jogando para trás.

"Hehe!"

Eu me recupero e ele atacou de novo, mas ao contrário deste maldito eu não fiquei preso ao boxe nos últimos 200 anos, então dei um chute giratório que aprendi com outro renascido de um país das Américas.
O chute acertou a cabeça dele e quase quebrei meu pé, mas o derrubei no chão.
Logo depois eu peguei o cipó e usei para amarrar seus braços.

"Ei! Me solta seu...!"

Eu chutei o rosto dele novamente.
Amarrei ele em uma árvore com o resto do cipó, então em fúria decidi me vingar outra vez espancando ele.
Eu continuei por um bom tempo, meus punhos já estavam vermelhos e a madeira dele rachando, mas...

"Zefferi! O que está acontecendo?"

[ Continua... ]

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