Capitulo 32 - Encontro Com A Morte

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A dor parou, de certo modo é familiar porque não é a primeira vez.
Tenho certeza disto.
Eu morri novamente.
Será que foi Klein que me matou?

"Você acha sinceramente isto?"
"Análise?!"
"Não, atrás de você ."

Eu não sei se tenho como me virar para olhar, mas de algum modo vi um homem magro e alto vestindo amarelo, de pele pálida com cabelos negros bagunçados. Ele está acompanhando de pássaros com rosto de mulheres e um cavaleiro montado em um cavalo morto-vivo.

"Diga me, como estar passando por isso de novo? Morrer, no caso."
"Eu não sei... Esqueci como foi a primeira..."
"É claro, seu nome foi falado tantas vezes que só pude deixar a memória de que foi um atropelamento."
"Meu nome...?"
"Sim, o preço para renascer neste mundo. Seu bem mais precioso, a memória mais importante para você."
"Então... Você é..."
"Sim, você e alguns daqueles que nos assistem agora já sabem quem sou. Sou Ceifador, Thanatos, Puro Osso, Azazel, Shinigami, M..."
"...Morte?!"

Eu olhei ele novamente de cima a baixo.

"Você não parece a morte."
"Sempre dizem isso."
"Veio me levar?"
"Isto não é meu trabalho, minha função é apenas existir. Eu vim observar o desenrolar de sua aventura, escolhida."
"Oh... OK."

Ele levanta a sobrancelha surpreso.

"Não vai perguntar...?"
"Olha, tanta coisa já aconteceu comigo que ser a tal "escolhida" era meio óbvio agora."

Nos encaramos em um silêncio desconfortável, eu acabei de deixar a morte sem reação.
Então ele fez uma tosse falsa e continuou.

"Então, você tem 3 opções: renascer em um novo mundo, deixar o ciclo de renascimento e ficar neste mundo como um espírito vaguante ou deixar o Deus da Justiça deste mundo te julgar."
"É... Então, esse Deus da Justiça meio que está me vigiando... Por umas tretas que fiz, sabe?"
"Eu sei, venho observando você a tempos. Impressionante como tantas vezes estive tão perto de você e ainda assim dá um jeito de sobreviver. Tamanha determinação em viver mesmo quando minha chega é inevitável é o que torna mortais tão interessantes."

Ele não parece ser mal, mas também não parece bom.
Deve ser meio chato existir apenas por existir e trazer tanta tristeza e medo aos outros, sinto pena dele porque parece solitário.

De repente, eu sinto alguma coisa me puxando para baixo, não é alguém que Morte mandou, está vindo de outro lugar.

"Você matou nosso amigo!"

São diabretes como aquele da maldição, estão buscando vingança!!

"Ei me salva! Ajuda!"
"Não podemos, você está fora do meu domínio agora. Mas recomendo que peça o julgamento. Há chance de retorno imediato e 45% de chance de ir para o paraíso."
"Ok! Deus da Justiça! Eu não quero ir lá pra baixo de novo! Eu sou escolhida, me ajuda aí vai? Por favor?"

Neste momento quando eu estava de braços erguidos, vi uma anja de armadura bonita voando em minha direção com uma lança e um escudo, senti novamente a dor no abdômen e ao segurar a mão dela abri meus olhos e meus pulmões se encheram de ar!

Olhei ao meu redor, Alura ainda estava lá, mas agora enfrentava Klein, ao meu lado estava um dragonete morto por um corte no pescoço, vejo o chifre sujo de seiva laranja e olho meu abdômen com a ferida se curando.

"Mag, você está bem!"
"O que aconteceu?"
"Você tem sorte, foi um ferimento fatal, mas Alice conseguiu te curar."
"Sério?! Obrigado Alice!"
"Eu nem sabia que eu tinha magia branca e negra, só usei azul até hoje. Goetia que contou após me analisar."

Eu vi um monte de coisas bizarras, mas depois conto a elas, no momento estou mais preocupada com Klein lutando contra uma deusa dragão e se Zefferi está bem ou não.

A dragoa verde está distraída cuspindo fogo no escudo encantado de Klein, então saco meu arco e concentro minha magia na flecha do mesmo modo que aprendi a fazer com a espada e atiro.
A flecha atingiu Klein no ombro, mas não errei, na verdade eu a carreguei com minha magia aprendida do EXP do anjo.

Ele ficou mais forte e suas feridas foram curadas, já que estou sem meu cajado e usar a forma de Asura agora seria arriscado para meu corpo, vou ficar de suporte com Alice.

"Alice, canta algo sobre curar e dança para diminuir o poder dela!"
"É... OK! Eu faço!"

Ela canta vários versos sobre anjos e médicos e dança com seus pés envoltos em uma energia azul sombria, cada passo enfraquece um pouco Alura e cada verso nos recupera.

Os goblinóides não vão contra sua deusa, exceto Klein que mesmo agora não levantou sua arma contra ela, então eu miro no olho da dragoa e atiro outra flecha, então corro e me escondo entre as árvores.

"Deixem de ser insolentes! Essa herege ousou profanar meu nome e por isso deve morrer!"

Análise!
Tem algum modo de acalmar ela?
[ Resposta: Sim. Quando você morrer, ela... ]
Algum modo que não envolva minha morte!!

Ele demora a responder, isso me assusta e então sinto a presença assassina de Alura me mirando e eu pulo para fora de onde estou e vejo chamas queimarem as árvores.

"Nossa!!"

[ Resposta: Peça ao indivíduo Zefferi para falar com ela, são conhecidos. ]
Zefferi? É mesmo, ele mencionou que conheceu o pai dela e os outros!
Preciso chegar na caverna novamente!

Eu olho o céu e vejo a dragoa serpente voando ao meu redor, ela está me caçando como um predador, mas eu não vou me deixar ser pega de surpresa novamente!
Eu vou viver!

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