Capítulo 58 - Missão De Captura Parte 1

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A rainha nos permitiu passar a noite nos quartos de servos, mas estes quartos são mais luxuosos que a casa da Tzu'ka! Alice se sentiu em casa, servida pelos vampiros e levias como uma nobre e Tzu'ka caiu na cama e dormiu, mas eu me sinto meio desconfortável agora porque vai que tem outro vampiro invisível olhando a gente dormir. Inspecionei cada canto e perguntei aos subordinados de Alice antes de deitar.

Falando nos subordinados dela, parece que os vampiros têm uma grande rede de inteligência e informação graças a esses espiões, os Masakh. E pelo que me contaram as três espécies de vampiros que existem nesse mundo trocam coisas entre si, um grupo detém o maior poder político e comercial com outras raças, o outro espiona e informa só os líderes e o último fornece a força bruta pra guerra e pra trabalho. Parece bom a princípio, mas são vampiros. Eles escravizam ou caçam pessoas pra se alimentar, no mínimo pedem doações de sangue como rainha daqui.

No dia seguinte, eu estava observando o leviatã, pensando em como teremos que usar as armas que pedi para o rei fornecer.

"Lady Hiska, você tem um minuto?"

A rainha veio falar comigo?!
OK, eu sei que já falei com eles várias vezes agora, mas sou sempre eu que vou falar com o rei e a rainha.

"Claro majestade."

A rainha entrelaça seu braço ao meu e me guia pelo corredor onde outras nobres e servas a esperavam para segui-la, mas a rainha diz para elas aguardarem no salão principal e assim elas fazem, seguindo andando para outra direção.

"Majestade?"

Ela faz um "xiu" pra mim e eu me mantenho em silêncio ainda sem entender, mas considerando que ela é uma vampira eu fico em alerta. Seguimos para o jardim bem iluminado pela luz do sol, próximo a uma barreira mágica que separa este local da água do mar.

"Agora sim."

Ela soltou meu braço e eu andei para perto da barreira para ver e tocar, senti o mana verde correndo através dela. Estava me perguntando a dias se eles impediam a água de entrar com magia ou se podíamos ver através das paredes de uma caverna no fundo do mar, mas pelo visto a caverna era só a entrada.

"Lady Hiska, sempre que quiser compartilhar um segredo, procure um lugar bem iluminado."

Eu noto que ela ficou aonde tem sombra.

"Entendi... Aquele cara escondido."
"Sim. Eu notei que é renascida pela forma que fala com Lady Hetomero, então não é surpresa que não sabia."
"Eh?"
"Tome muito cuidado. Paredes tem olhos e ouvidos em toda Naestria, você nunca sabe quando está sendo observada."

Me sinto observada desde que renasci, até quando tomei banho no rio. Mas felizmente essa sensação nunca aconteceu quando eu estava usando o banheiro.

"Eu entendo agora."

Ela olha para os lados e pede para eu me aproximar, então eu faço.

"Cuidado com aquela que Alice diz ser. A mãe de todos nós não vai perdoá-la tão fácil se ouvir essas blasfêmias."

Alice fica gritando aos ventos que é uma rainha vampira, já sei vai dar merda em algum momento.

"Mais uma coisa."

A rainha pega um vidrinho e morde a própria mão, eu não entendo o que está acontecendo, mas ela despeja o sangue dela no vidro.

"Dê isso a Alice quando ela precisar."
"Quando precisar?"
"Quando a matriarca ou o antigo líder do nosso clã vier cobrar ela."

Eu acho que entendi, ela quer transformar Alice em vampira dando o sangue dela.

"Isso é pra quando ela..."
"Sim. Quando estiver no caminho para o mar de almas, faça ela beber."
"O que acontece se ela beber antes?"
"Eu não sei. Normalmente se tornaria uma ghoul ou uma serviçal ainda mortal, mas talvez o título dela interfira."

Passaram-se 3 dias desde que falei com a rainha, nestes três dias eu estive passando as instruções para os soldados e magos de batalha do rei para realizarmos o ataque ao leviatã. Zefferi ainda é contra e decidiu não ajudar e está cuidando de Goetia, que é jovem e indiferente demais para ajudar, mas Klein e Alice estão ao meu lado nessa. Lá se vai meu plano baseado em MOBA e War Games.

Estive treinando na água também, graças a minha habilidade [ Seleção Automática ] meu corpo mudou assim que fiquei completamente submersa, criando guelras como as de Alice e nadadeiras cresceram no meu corpo e voltou ao normal quando sai e me sequei. Me movimentar livremente em três dimensões dessa maneira e respirar água é estranho, mas não é tão difícil.

Os levias me ensinaram a nadar e lutar, mas tenho que tomar cuidado ao subir e descer porque meu corpo não é adaptado para aguentar uma mudança muito repentina na pressão da água. Consegui caçar alguns peixes com o arpão e com minha besta, além de aprender como a magia mudam na água. Magia de vento fica inútil pois faz um monte de ondas e bolhas e magia de relâmpago tá terminantemente proibida por razões óbvias. Tzu'ka mostrou que não dá pra usar fogo, mas dá para ferver a água com a magia que faria fogo e magia de lava forma pedras quentes que liberam muita fumaça tóxica, então dá para ela usar defensivamente. As outras magias permanecem praticamente inauteradas, apesar da magia azul está em seu potencial máximo aqui.

Então finalmente chegou o dia, hoje vamos iniciar o ataque.
Os militares do reino mobilizam veículos e montarias para posicionar as balistas e canhões, começamos antes do amanhecer enquanto a criatura está dormindo.
A chefe da guarda que me enfrentou na arena aproveita para vir onde eu e Alice estávamos nos preparando.

"Alguma de vocês já montou um dragonete marinho? Ou qualquer outro animal? "
"Bem... Eu montei em um dragonete uma vez... Mas não posso dizer que sou experiente com isso."
"Eu sei montar! Meu avô criava cavalos."
"Ele não...? Sabe...?"

Eu sinalizo um corte no pescoço com a mão e como se colocasse a cabeça na cama de alguém.

"Que? Ah! Ah... Não, claro que não! Isso é coisa de filme, não é assim que a mafia funciona. Não machucamos animais. Não a minha família pelo menos."
"Renascidos e suas conversas estranhas... Enfim, eu vou emprestar um dos dragonetes da minha tropa então."

Ela chama um subordinando levantando o braço e o cavaleiro trás o dragonete marinho, uma criatura draconica quadrúpede com focinho alongado, membranas nas patas e nadadeiras membranosas como a dos levias na cauda e da nuca até a base do pescoço como uma crina.
O dragonete olha para nós duas como se fossemos bastante apetitosas.

"Não se preocupe, esse tipo de dragonete só come plantas e peixes"

Más notícias: nós somos uma planta e um peixe!

"Eu quero montar!"

Alice sobe no dragonete sem grande dificuldade, ela parece um pouco desconfortável com a diferença de um réptil marinho para um cavalo e o animal ia morder ela mas parou com o olhar da chefe da guarda.

"Você também, eu te ajudo a subir."
"Certo..."

Eu subo no dragonete com medo, é a segunda vez nas minhas duas vidas (três se você contar que eu praticamente morri e voltei) que eu monto em um animal. A chefe da guarda me entrega um arpão e uma aljava melhor e um capacete que emana um brilho azul para Alice.

"Isto vai permitir que você respire a água marinha. Lembre-se, é apenas emprestado."
"Tudo bem, obrigado pela ajuda."
"Valeu pelo capacete!"

A chefe da guarda parte para perto de seu esquadrão, Alice guia o dragonete para o campo de batalha.
Estamos prontas para lutar lado a lado...

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