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"Ele me mandou embora!" – É a voz de Emanuela a ecoar pela casa, a fingir seu choro, sem lágrimas, de uma voz aguda e irritante, ela faz mimo a mãe de Lucas, a única que naquela casa ainda acreditaria nessa tristeza da garota.

Falsa! – Ele pensa. Ele não irá ficar a lamentar por ela, Lucas tem alguém a procurar, ele ergue-se novamente, toma seu capacete e sai em sua moto de volta ao grande hotel do centro.

No balcão de entrada, há uma recepcionista diferente, não é a mesma da noite passada, o que dificultaria ainda mais a descoberta de Lucas. Mas ele não iria dar para trás, ele vai seguir, ele tem que descobrir quem é essa tal ruiva!

– Boa tarde.

– Boa tarde, senhor. – Ela é educada, como deve ser!

– Eu estive aqui ontem a noite com uma mulher. Ela está no quarto 707, gostaria de saber se ela ainda está no hotel?

Lucas é sutil, mas a recepcionista o estranha desde que entrou pela grande porta automática, a mulher sabe que o garoto motoqueiro não tem nenhuma ligação com o luxuoso hotel.

– E você? Que é?

– Sou o Lucas.

Ela acha graça na ingenuidade do rapaz.

– E o que você quer Lucas?

– Quero falar com a mulher do quarto 707.

– Sim.  – A mulher é sarcástica, seu riso irônico, zomba dele. – E a que se trataria?

– Como disse, estive aqui ontem a noite e acabou que... – Ele precisa de uma desculpa ligeiro eficiente, e num pensamentos de instantes, ele vacila, mentiras pulam de sua boca:

"É que... eu... eu estou com o celular dela"

– Dela? Mas quem é ela?

– A mulher do quarto 707.

– E ela não tem nome?

– Bem... é que... eu não sei.

– Não sabe?! Então porque não liga para um desses contatos dela e pergunta. Não está com o celular dela?

Ele sabia logo que disse a mentira que ela não iria muito longe.

– Moça, você não entenderia... Eu estive com ela ontem a noite aqui e...

– Garoto! Lucas, não é?

Ele acena afirmando

"Você não é o primeiro a querer invadir o quarto das damas que veem até o nosso hotel. Saber o número do quarto dela não lhe dá razão a nada".

– Então eu posso ficar e espera-la?

– Não! – A recepcionista é grossa. – Se pensar em fazer isso, eu chamo um de nossos seguranças.

"Vá embora, garoto Lucas!"

A RuivaOnde histórias criam vida. Descubra agora