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Com as patas sobre a janela o pastor alemão, o Duque, que se coloca de pé a abanar seu rabo. Late alegre ao ver sua dona.

  – Vai deitar, Duque! – Emanuela ordena, dá uma visão geral do quintal, mas além do cachorro, não havia mais ninguém.

Emanuela torna a fechar a janela, mas não volta a sua pose, para essa noite o que tinha para ser curtida já passou. Ela manda embora seu amante, Fernando, que demora mais do que normalmente para colocar as calças. Foi só uma desculpa do rapaz para ter mais tempo e insistir para que eles continuassem, mas Emanuela tinha perdido o clima, foi o que ela respondeu a ele.

Não muito longe daquele quarto pecaminoso, Lucas anda por aquelas ruas a encarrar o calçamento de pedra, desanimado, ele nem vai em direção de sua casa, o garoto desceu mais alguns quarteirões. Se antes ele não conseguia dormir, não será agora que vai pegar no sono.

A imagem que viu, por mais escura e pouco nítida que tivera sido é horrível. Ele nunca viu sua garota daquele jeito, sempre era ele o cara que estava por cima dela, não o outro que assiste de fora. 

Como dói a traição! Arde o peito, ele nunca sentiu essa dor! 

Emanuela era muito mais do que uma namorada, ele a amava. Sua família gostava tanto dela, quantas vezes, quando era só um menino ouviu que os dois um dia seriam namorados, e aquelas vizinhas idosas que insistiam em dizer isso, ao final estavam certas, ela foi a garota que Lucas mais amou em vida! Mas por que esse amor não tinha retorno?

Ele conhece Emanuela. Conhece tão bem... Não há como crer no que ela fez! Por que ela faria o que fez?! Logo com ele... Logo com ele...

Lucas segue a andar sem destino, por aquela avenida iluminada, porém solitária, ora ou outra um carro passa por ele, mas Lucas não dá atenção a nenhum, até que um para ao seu lado, era um jeep alto, branco, certamente era importado, um veículo muito caro, isso sim ele soube!

Atraído pelo veiculo que estaciona ao seu lado, não vê quando o vidro do carro misterioso abaixa, e uma voz feminina sensual toma os ouvidos desse garoto perdido:

– Ei garoto??

Ele para os passou, olha para dentro daquele jeep e encontra uma linda mulher, cabelos ruivos, pele branca, olhos verdes, de uns peitos lindos que era inevitável não perceber.

– Está indo para onde? – Ela perguntou, já que nada ele disse.

– Lugar algum. Só andando mesmo?

– Andando? Não é perigoso?!

– Sou do bairro, ninguém vai me fazer mal.

Ele diz em tom sereno, mas ainda não entende como está tendo essa conversa.

– Você não parece bem. Tem certeza que não quer uma carona?

– Tenho. – Ele responde depois de horas com seu cérebro implorando para que ele aceitasse, mas Lucas sabe muito bem que um garoto como ele nunca teria tanta sorte de ter uma mulher como aquela.

– O que foi? Eu não vou morder. – A voz dela é irresistível. – Entra!

Mas envergonhado ele não responde, ele já não tem coragem de nega-la tal pedido, ele quer ir, ele é uma vítima fácil, isso sim o que ele é! Louco para entrar naquele carro, apertar aquelas coxas, ter aquela mulher em seu domínio.

"... está tendo uma festa no centro –  Ela fala enquanto sorri, um sorriso lindo –  e pelo que estou vendo você está precisando de uma noite de curtição e eu... bem, eu preciso de uma boa companhia. 

Os olhos verdes encontram-se com o rapaz "Que tal?!"

"Prometo que só será umas danças, umas bebidas... Nada demais, certo?"

Ele acena. E por tão convidativo aquele sorriso e aquelas palavras tão bem escolhidas, Lucas não resisti, a ruiva encanta aquele guri, que nem se demora a entrar no carro, com esse seu aceno e um sorriso maior que o rosto.

A RuivaOnde histórias criam vida. Descubra agora