Amigos para sempre

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Friends forever!

Por que você continua me procurando? Você não pode me encontrar se eu não quiser. Eu sou a noite... Mas mesmo assim, ainda estou aqui. Eu te vejo, tremendo enquanto anda pelo quarto. Você se contrai quando eu estou embaixo da sua cama, consegue me sentir.

Você sente minha respiração na sua nuca? Minhas unhas na sua pele? Você encontra meus olhos no meio da escuridão? Sim, você sabe que eu estou aqui. Eu sempre estive.

As coisas eram diferentes quando você era mais novo, seus pequenos olhos podiam realmente me enxergar. Você gritaria, apontaria em minha direção, tentando se esconder atrás das barras do seu berço e continuaria a gritar até que sua mãe te tirasse de lá; só quando ela ligava a luz e trazia a claridade para seus patéticos olhos que eu sairia de sua vista.

Isso que não fazia muita diferença, assim que ela saia - e ela sempre saia - eu voltava. Você aprendeu rápido que chorar e espernear não me faria sair, então você decidiu me ignorar, fingir que eu não estava lá, mesmo quando meu cabelo gorduroso alcançava seu rosto, e minha respiração chegava em suas orelhas, você continuava a me ignorar. Se tornou muito bom nisso.

Eu tentei, claro, fazer você me notar. Pequenas coisas no começo, um sapato fora do lugar, brinquedos rolando pelo chão, uma janela aberta... Mas isso era fácil demais. Fácil demais de ser explicado.

Você se lembra do Fofinho? Aquele ser asqueroso que você gostava tanto? Aquele que sua mãe disse que havia fugido? Eu posso afirmar que ele não foi capas de fugir 'para lugar algum quando eu acabei com ele. Você se lembra da Stacey? Aquela criança preciosa que dividia doces com você? Você sempre deu muita atenção a ela, nunca a ignorou. Eu a odiava, realmente uma pena aquele acidente ... Que destino horrível uma pequena criança ser ataca por um cachorro raivoso, como eu ri ao ouvir sua mãe dizer aquilo. Cachorro raivoso! Ela não ficou com nenhum resquício de pele no rosto, sabia? Eu fiquei muito animado, o gosto do sangue, os gritos alcançando a minha orelha... Acabei me deixando levar.

E você continuou me ignorando.

Você ficou mais fechado depois daquilo, começou a passar horas no computador, trancado no quarto. Era ótimo no começo, nós estávamos mais próximos do que nunca. Você ficava acordado até tarde, e eu ficava atrás de você, observando você pesquisar qual seria a melhor maneira de acabar com sua vida imunda. Você chegou a tentar uma vez, mas a corda acabou se partindo, consegue se lembrar? Bom, eu não podia deixar você simplesmente fazer aquilo, tão facilmente... Não podia deixar simplesmente fugir de mim, eu decido quando você se vai; sua vida é minha e eu decido quando vou acabá-la.

Nada mudou desde lá. Claro, você tem um trabalho, se mudou, mas eu o segui. Você ainda se senta na frente daquele monitor todas as noites, gastando seu tempo, pensando em coisas sem sentido para que possa deitar na cama exausto e dormir sem precisar pensar ou ver nada antes de cair no sono.

Sem precisar ver quando eu resolvo me mover no seu quarto, quando você percebe meu olhar e sente um arrepio. Eu adoro esses momentos, você me esqueceu e mesmo assim eu ainda estou aqui.

Você acende as luzes, nos seus momentos mais corajosos, resolvendo me encontrar. Mas quando você desfaz a escuridão, eu vou junto. Eu sou a escuridão, eu sou a escuridão da sua alma.

Eu nunca vou partir, pelo menos não sozinho; qualquer noite dessas você vai me ver, eu e toda minha horrível e majestosa imagem, mas eu serei a última coisa que você vai enxergar.

Lembre-se, eles estão sempre nós observando. Tenham bons pesadelos minhas crianças.

Facebook: Raphaely Dias

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