Sleep Paralysis.

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Paralisia do sono.

Acordei uma noite, deitado de bruços na minha cama, incapaz de me mover. Isso já tinha acontecido muitas vezes comigo. Me foi dito por um médico que era paralisia do sono, e que podia ser desencadeada por alterações no padrão do sono, estresse, dormir em uma determinada posição, comer certas coisas antes de ir para a cama, o consumo da álcool, e etc. Às vezes, eu via coisas. Ela variavam de gatinhos inocentes na minha porta para demônios terríveis que arranham a minha pele. Isto era chamado de alucinações hipnagógicas, e eram aparentemente normais, segundo o que me foi dito. Apenas uma perturbação no ciclo REM, nada a temer... Esta noite em especial, e os acontecimentos que se seguiram, foram diferentes.

A janela do meu lado estava aberta, uma brisa fria soprou as cortinas acima de mim. Eu não tinha ido para a cama com a minha janela aberta. Eu senti como se estivesse sendo vigiado. Através da minha visão periférica, eu vi uma menina em pé na minha janela. Ela tinha cabelos pretos com aparência de pele bem suave, e justamente, usava um vestido branco. Sorrindo muito, ela apertou o dedo nos lábios.

- Shhh!

Ela riu e em seguida a janela se fechou brutamente. De repente, senti um peso enorme nas minhas costas, eu não consegui mais respirar. Longos fios negros de cabelo, pingando em óleo, estendiam-se sobre o meu rosto de ambos os lados. Duas mãos frias e úmidas entrelaçaram nas minhas, dedos ossudos interligados com os meus. Então empurro meu corpo contra a cama, forçando meu rosto contra o travesseiro. Eu ouvi um sussurro fraco. Ele ficou mais alto e mais rápido, até que ele era tão alto que meus ouvidos doíam. As palavras eram afiladas e rápidas, como uma espada sendo desembainhada. È difícil descrever a voz, ou vozes que ouvi. Era como um canto em Latim, mas contando ao contrário, com um som musical deformado e distorcido. Violinos arranhados, batidas frenéticas de um piano, e um assobio constante das palavras "suicídio" e "silêncio". Isso tudo aconteceu de uma vez, e continuou durante o que pareceu horas. E eu continuava lá, paralisado. Eu ainda podia sentir o seu corpo frio, molhado contra o meu. Eu não queria pensar sobre a criatura, eu só podia imaginar como aterrorizante ela parecia. È a voz era suficiente para me enlouquecer. Eu comecei a me sentir fraco, como se eu fosse cair em uma espécie de sono profundo. Minha respiração ficou mais lenta e mais espaçada. Lábios frios roçaram minha nuca e uma mão ainda mais fria acariciou minha bochecha. A criatura então emitiu um grito horrível, terrivelmente de gelar a espinha antes de finalmente me libertar. O peso foi retirando de minhas costas. Não havia mais sussurros. Havia finalmente terminado.

Rolei na cama e pulei para o chão, correndo para o interruptor de luz. Parecia ter levando mais tempo do que o habitual. Algo ainda não estava certo. Eu acendi a luz e olhei ao redor do meu quarto. Tudo estava em seu lugar. Abri a porta e olhei para fora. Dois gatinhos siameses de olhos azuis sentados no fim do corredor. Eu podia ouvi-los ronronar em uníssono. Algo estava muito errado, poiso eu não possuía nenhum gatinho siamês, quanto mais, dois... Caminhei lentamente em direção a eles. Eles pareciam bastante inocentes, afinal de contas, eles eram uma mudança e tanto do que quando aquele demônio tinha me prendido em minha própria cama. Abaixei-me e olhei para eles. Eles olharam para mim, miando e inclinando a cabeça para o lado. Eu estendi minha mão. Ambos os gatinhos começou a lamber meus dedos. Alucinações ou não, eles eram adoráveis. Tentei pegar um deles, mas os dois miaram agressivamente e com um movimento rápido de sua pata, cortou meu rosto. Deixei os dois gatinhos, e eles sumiram para longe com o pelo das costas eriçados.

E então do nada, como num piscar de olhos eu estava de volta na minha cama. Era como se nada tivesse acontecido. Rolei na cama e me levantei lentamente antes de ligar a luz do quarto. Desta vez, tudo estava normal. Sem gatinhos estranhos. Eu estava realmente acordado neste momento. Caminhei pelo corredor até o banheiro. Acendi a luz e olhei para o espelho. Para meu horror, meu pijama estavam manchados de graxa preta, e eu tinha três marcas de garras na minha bochecha, com sangue ainda fresco. Entrei em pânico. Eu ainda estava preso no meu pesadelo? Ou será que tudo foi real? Ambos os pensamentos me aterrorizava. Eu só me lembro de cair no chão do banheiro.

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