Capítulo 17

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Derek Mountain

Bea acredita em mim.
Acredita.
Eu normalmente não estaria com tanto medo de invadir um lugar, mas não dá pra ficar tranquilo quando o lugar em questão é o Arsenal, um enorme espaço repleto de armas .

Bea me assegurou que as câmeras são apenas externas e que eu entrasse direto de dentro da fábrica daria mais certo e foi o que fiz, vim pra fábrica hoje à tarde na desculpa de que precisei pegar umas coisas no "subsolo" o que todos sabem que é o Arsenal e me mantive escondido numa cabine do banheiro.

Passam das 01:00 , horário em que os turnos dos seguranças tem um intervalo de três horas ( por causa da pausa de todos os seguranças, ao que pareçe é um número pequeno deles e o revezamento às vezes falha), tenho duas horas para pegar o máximo de asas que conseguir e enfia-las no jeep do Xerife.

Abro a porta da cabine já ligando a lanterna.

Bem, é hora da ação.

Saio do banheiro iluminando o corredor escuro que por toda sua extensão exibe asas dentro das caixas de vidro.

As que estão fixas na parede não dá pra levar. Talvez tenha alarme. Bea não me disse NADA sobre alarme.
E se a polícia for acionada por esse alarme ? E se estiverem vindo? Se os seguranças decidiram mudar os turnos?

A lanterna caí da minha mão por desleixo meu e respiro fundo me agachando para apanha-la.

Nada de pânico.
Nada de surtar.

Quanto mais rápido isso for mais rápido verei Sue.

-Ok. - Digo em voz alta chegando ao espaço principal.

Tudo vázio, sem sombra de ninguém, exatamente como deveria ser.

Vou até a parede com o vidro do chão ao teto protegendo várias asas, de suas diversas variações de cores e acerto o vidro com a lanterna.

Um simples trincar.

Seguro a lanterna pelo lado da luz e dou algumas batidinhas no vidro trincado. Aos poucos as linhas vão se formando. Feito os raios gravados nas paredes externas do Arsenal. Faço mais força e ouço o leve estalar que me faz saltar para trás.

A parede de vidro desmorona de uma vez.

Graças aos céus foi rápido .

Agora vem a questão; Como vou levar tudo isso pro carro?

***

As asas pesam mais do que pensei.
Carreguei de duas em duas. Levei uma hora e quarenta minutos para limpar a parede e quebrar mais uns sete ou oito quadros.

O porta malas, banco traseiro e o banco do passageiro da frente acomodam as asas. Sorte o jeep ser grande.

Bebo um gole de água da garrafa que acabei de comprar no posto de gasolina. Passam das 6h e estou dirigindo há horas para o Leste, para o endereço que Bea me deu.

A paisagem está mudando aos poucos. Os pinheiros estão desaparecendo dando lugar a enormes campos limpos ou repleto de espécies coloridas de árvores.

Estou perto.

O frio no fundo da minha barriga só aumenta e olha que a temperatura está quente, não fria como em Windmill.

É tudo por causa dela. De estar chegando perto de seu corpo.

Eu a vi ontem e estou morrendo por dentro . Sou insaciável quando se trata dela. E é muito diferente me sentir assim, feito um bobo adolescente apaixonado.

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