Anjos Perdidos

Capítulo 15

Sue Vollute

Sei que deveria odiar estar aqui mas não dá pra odiar essa casa, nem essas pessoas. Meu Deus. São exatamente a não típica porém feliz família.

As gêmeas são engraçadas e adoram falar em uníssono, acham que possuem uma espécie de super poder de gêmeas.
Amy é carrancuda na maior parte do tempo e culpa a puberdade tardia dela mas nem sempre ela disfarça os sorrisos, é uma garota de atitude.
Rose é... Um amor, uma mini-garota muito linda e inteligente.
Sebastian se veste muito mau mas é um dos caras mais gentis e bem humorados que vi na vida.
Geremiah é um senhor mais observador que falante, acho que ele quer que eu me adapte a tudo antes de começar a falar -porque ninguém não tocou no assunto Caídos por aqui, nem na razão de eu ter vindo especialmente pra cá.

A Theresa é linda. É surpreendente, eu achava que jamais veria alguém mais linda que Ádele e derepente vejo uma mulher de 40 e poucos anos com cabelos louros escuros ondulados, olhos verdes brilhantes, maçãs do rosto à lá Megan Fox e um corpo escultural escondido por vestidos longos. Só vi toda beleza dela quando os acompanhei até o lago.

Estou na mansão desde sexta, faz cinco dias. Cinco dias que voaram mas minha angústia não se ausentou um segundo sequer.

Não dá pra... Pra seguir com a vida aqui, são pessoas incríveis sim só que Derek não está aqui... E eu sei que não há possibilidade de felicidade sem ele, não mais. Não conseguir contacta-lo está acabando comigo. Não faço ideia do porque... Não pode ser a distância, estavamos em estados diferentes e eu ainda o vi. Vivemos vidas diferentes e compartilhavámos os mesmos sonhos. Somos perdidos e estamos juntos numa força celestial então essa ausência dele acaba comigo. Preciso dele. Falar ou... Apenas ver Derek... Qualquer coisa...

Suspiro bolando na cama ficando de bruços.

Essa casa é muito boa.
O meu quarto me surpreendeu. Todos os quartos são personalizados de acordo com as crianças mas os de hóspedes são quartos estilo hotel clássico de séculos atrás.

A cama é de madeira escura com a cabeceira enorme. As colchas em tons claros num degradê marrom.
As janelas vermelhas de vidro estão abertas deixando o ar suave entrar no quarto.
Arrumei minhas roupas na cômoda antiga. Tenho um banheiro com banheira só para mim. Uma poltrona virada para a janela e uma estante de livros que ainda não toquei.
Não tenho saído muito da cama.

Todos são ótimos e vem até mim, nas refeições converso com eles mas ao decorrer do dia não sinto vontade de me juntar a eles. Não sem Derek.

Gemo.

Está ficando insuportável.
Como de repente ele se tornou tão importante?
Sério? Meu subconsciente bufa e gemo novamente.

Não foi derepente que ele apareceu. Admito. Quando nos encontramos no Mc Donalds pela primeira vez ele já era importante, já fazia parte da minha vida.
Todas as vezes que o vi, que o senti, que estive com ele fisico e mentalmente foram maravilhosos.

Flashes do ano novo, dele escovando os dentes distraído na hospedagem na cidade , dele sorrindo, dos olhos azuis faiscando quase em neon, das cicatrizes prateadas, de nós fazendo sexo, dele dormindo, tomando banho... Momentos em que estive e que não estive com Derek. O impossível se tornou possível. Eu o vendo, ele me vendo sendo que kilometros separavam nossos corpos mas jamais diminuindo a presença um do outro.
Foi muito fácil me apaixonar por ele.
Inevitável e deliciosamente tóxico.

Sorrio e agarro os lençóis gemendo frustrada. E ele está longe das duas formas. Quero muito ver Derek.

Sento na cama e tiro a camisola pela cabeça.
Abro a cômoda , visto uma leggins preta e um blusão cinza de mangas longas.
Calço os tênis e vejo meu reflexo no espelho enorme com moldura dourada.