Epílogo

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Rose reduz a velocidade do carro vendo que chegou a seu destino.

-Não saquei o que viemos fazer aqui. - Jared reclama carrancudo - Achei que nossas férias de verão seriam mais divertidas do que vir a uma cidade fantasma perdida no Oregon.

Ela solta a respiração tentando não se irritar com o namorado.
Jared é um cara legal mas a obsessão por "aproveitar cada segundo " das férias de verão está ficando insuportável. Rose promete a si mesma escolher os programas que farão nas férias seguintes porque tudo o que Jared planejou é mais fútil do que... Verdadeiro, assim ela pensa.
Não consegue descobrir o que um salto de paraquedas pode lhe transmitir , ou no que aprenderá nas aulas de surf amanhã quando estiverem em Los Angeles.

-Amor você não precisa descer do carro está bem? Só preciso ir até lá e jogar umas coisas fora.

-Viemos a Windmill pra você jogar seu lixo fora - Ele ironiza abrindo o porta-luvas e pegando uma máscara para os olhos (as que ele usa secretamente nas palestras da faculdade quando as luzes se apagam) . Jared estala a língua. - Me acorde quando estivermos de volta a Seattle tá? Minha bunda está doendo então vou dormir, não me acorde, quero ter energia pro show daquela banda indie hoje á noite e faz o favor de ser rápida Rose, temos três horas para voltarmos pra Portland.

Rose olha para ele perplexa.

-Me lembre de não me casar com você. - Ela diz mas sabe que Jared só está sendo chato porque passou 7 meses planejando esta viagem pelos EUA - Não vou demorar nem 5 minutos, seu egocêntrico!

Jared ri sonoramente enquanto inclina o banco ao máximo que consegue sem estar olhando e cruza os braços sobre o peito ignorando-a.

-Estúpido - Ela desliga o carro e abre a porta - Volto já.

-Te amo e vê se não cai do precipício! - Ele zomba e Rose saí do carro deixando o namorado para trás.

Vai ao porta-malas e abre a porta .

Jared não viu o conteúdo que ela trouxe.

Rose puxa o ar para os pulmões antes de pega-las. São mais pesadas do que pareçem.

Ela segue a trilha de cascalho e para de andar quando está quase a beira do precipício.

Rose dá uma última olhada nas duas asas que protege em seus braços.
São a única lembrança de Sue, Derek e todos os Cross, de todos os Anjos.
Uma negra , pertencente a Vollute que honrou o sobrenome até mais que qualquer antepassado.
E a outra branca, completamente branca e perfeita, pertencente ao herói de uma mãe e irmão... E de Rose, ela jamais esqueceria aquele casal.

Eles eram Anjos juntos e morreram por um bem maior. Sem sofrimento na terra e sem sofrimento lá em cima.

Ela solta as asas e as observa caindo enquanto se abraça.

Mesmo sendo verão está sentindo frio e um certo calor interior graças ao que acaba de fazer.

Há anos tem sonhos onde jogava essas asas para eles, seja lá onde estiverem estão vendo-a agora e isso a conforta.
Rose quer que saibam que ela está bem. Superou as perdas. Aprendeu a não ter mais Amy. A não ter mais aquela família. Ela evoluiu e tudo graças a Theresa que todos os dias a fazia se encarar no espelho e sentir orgulho de tudo o que havia se tornado.

Rose Cross está na faculdade.
Tem um relacionamento sólido.
Um apartamento só seu perto do campus em NY.
Uma mãe viva.
Amigos novos.

E olhos azuis e amarelados. Um de cada cor. As vezes ambos prateados.
Ela os via ali, diante do espelho, todos os que se foram... Ela está vivendo por eles.

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