Capítulo 5

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-Vamos Sue - Dan pede impaciente - No círculo vermelho amor. No círculo, não em todas os pinheiros ao nosso redor, acerte a droga do círculo.

Respiro fundo.
Odeio arco e flecha.
Odeio a besta.
Odeio armas.

Os últimos 3 dias foram de treinamento em vão. Não tenho mira. Pareçe que um cego tem melhor pontaria que eu, em qualquer tipo de arma.

O arco e flecha é o último.
Caleb tentou com armas de fogo no primeiro dia e o mais perto que cheguei do coração do boneco foi na barriga. Meu pai tentou me ensinar com a besta ontem, sem sucesso, a força da parte elástica voltando me desequilibra sem falar que a flecha nunca acerta o alvo.

Dan está tentando me fazer acertar o círculo vermelho pintado no do meio. Temos cinco pinheiros á 12 metros a frente. Acertei 4 pinheiros. Várias vezes. Mas nenhum foi o certo.

Está nevando muito.
E hoje ainda tenho que ir a Portland mas só poderei largar o treino na hora do almoço.

Solto a flecha e ela acerta em cheio o pinheiro do lado esquerdo do pinheiro marcado.

-Será que não dá pra mim só arrancar as asas e fim de história? - Pergunto largando o arco. Dan me olha sério negando com a cabeça. - Porque eu preciso sair pra Caçar ? Tem gente que só fica lá no Arsenal de bobeira!

-Quem não caça em campo caça de outro jeito. - Ele diz vindo para perto de mim e aperta meus ombros - Eles são os que saem e se misturam com os Caídos. Que se passam por amigos ou simplesmente conhecidos. São quem os afasta do bando para que possamos entrar em ação.

-Pareçe mais fácil que acertar o alvo. - Murmuro me aconchegando nos braços dele - Mas aposto que meu pai não me deixaria chegar tão perto de um Caído.

Dan ri deslizando os dedos nas minhas costas.

-Ele não deixaria mesmo. - Consigo sentir que ele sorri em meu ombro - Mas você não pareçe que terá melhoras nas armas. Talvez ele deixe você apenas ir nas caçadas sem precisar usar alguma arma.

-Eu estaria indo só para olhar? Pode isso?

-Bem... Acho que sim. - Dá de ombros me soltando e olhando para mim abrindo um sorriso branco - Você não tem cara de quem se arrisca Sue e eu te conheço - Ele tira a franja dos meus olhos - A última coisa arriscada que te aconteçeu foi o assalto no fim de semana.

Olho para ele .
Dan as vezes é tão presunçoso.
Como eu gostaria de gritar que vendi o carro dele para pagar a dívida de um estranho que tinha um pai viciado em apostas.
Ou contar que Derek tirou minha virgindade.
Ou contar que vejo Derek.
Ou me gabar por conseguir arrancar asas na primeira tentativa.

Há uma fagulha de maldade brotando no fundo da minha barriga.

Sorrio e agarro o cós da calça dele.

-Vamos deixar o treinamento para lá? - Pergunto usando a voz mais sensual que consigo - Podemos nos divertir um pouco aqui...

-Sue. - Derek pede em tom de advertência. Ele está usando um shorts fino e chinelos de dedo. Está parado ao lado de Dan mas minhas mãos estão no cós dele. - Não faça isso. Será estranho quando nos vermos em Portland.

-Tem razão.

-Quem tem razão? - Dan pergunta confuso.

Sacudo a cabeça e volto a atenção para ele. Dan. Derek se foi.

-É melhor treinar. - Minto me afastando sentindo a fagulha de raiva se transformando em vergonha.
Desejei estar com Derek para me vingar do meu namorado. Mas Dan nunca saberia. E eu sei que ninguém saberia mas mesmo assim desejei Derek. Não Dan.

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