Capítulo 5 - Ultrassom

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As pessoas em minha volta estavam mudando o rumo de tudo. Parecia que a insanidade reinava na mente de todos. Todos aceitavam essa loucura tão bem; de início eu também, mas quanto mais eu sentia que havia uma criança dentro de mim mais eu sentia o pesar de uma responsabilidade. Agora minha tia também sabia de tudo, Caius me ajudou a contar a ela, no início ela riu escancaradamente, depois ela nos olhou séria e ficou submersa no silêncio por uns cinco minutos, nem ela conseguia acreditar na insanidade que nos rodeava.

E eu me perdendo cada vez mais dentro de mim mesmo, me afundando em coisas que me faltavam ou me sobravam. Caius havia assumido um papel de meu pai, sempre cuidadoso e preocupado, vinha me ver no mínimo três vezes ao dia. E Sam sempre me ligava. Já havia se passado uma semana desde a descoberta e hoje eu faria exames com Helena. Era onze e meia da manhã, Caius buzinou. Apenas peguei meu casaco, sai correndo e entrei no carro.

– Bom dia. – Caius disse.

Ele usava um óculos escuro e uma jaqueta de couro preta, tudo o fazia parecer um bad boy de Hollywood.

– Bom dia. – falei.

– Está frio, você vai só com esse casquinho?

– Foi o que eu peguei. – falei colocando o cinto de segurança.

– Tome, vista isso, você precisa estar aquecido. – ele falou tirando a jaqueta.

– Não precisa. – neguei a jaqueta.

– Não me obrigue a vestir você com isso. – ele arqueou a sobrancelha.

– Tá. – suspirei e vesti a jaqueta que ficava grande em mim, porém era bem quente.

– Vamos. – ele deu partida e fomos em silêncio até o hospital.

Eu não sabia o porquê de Caius estar agindo como meu pai, ele tinha apenas 27 anos, mas parecia um velho rabugento, raramente o via sorrir, e quando sorria alguém estava machucado, porém ultimamente ele tinha mostrado um lado sensível e protetor, acho que essa era uma característica dos lobisomens, eles são protetores demais. Eu convivia com isso e aceitava proteção de Eric, e era só a dele, agora tenho a proteção de Sam, Caius, Sarah, e até mesmo Lena. Não conhecia bem Yaxley para poder interagir com ele.

– Chegamos. – Caius parou o carro no estacionamento.

– Acho que Elena já nos espera. – falei saindo do carro.

Fomos para o hall de entrada e caminhamos até o balcão onde havia uma atendente. Caius tirou o óculos, era incrível como uma barba rala fazia um homem parecer mal, em todo caso Caius era mal. A mulher o secou por inteiro, e parecia que eu podia ler a mente dela e ver as sacanagens que ela imaginava fazer com ele. Esqueci aquela situação. Quando eu ia perguntar algo à atendente, Elena apareceu em seu jaleco branco.

– Olá. – ela sorriu. – Vocês são bem pontuais. – ela cumprimentou Caius.

– Sim, confesso que estou um pouco ansioso. – falei colocando o cabelo atrás da orelha.

– Não fiquei nervoso querido, são só alguns exames, que serão feitos por mim. – Elena disse alisando minhas costas. – Então me acompanhem.

– Nós seguimos Elena até uma sala onde havia uma cadeira com um suporte para o braço, e algumas outras coisas.

– Vou tirar sangue?

– Sim, mas não vai doer.

Elena disse me indicando a cadeira, então me sentei. Eu não gostava de hospitais, aquele cheiro de álcool me deixava nervoso.

– Eu sei, já tirei sangue inúmeras vezes. – falei tirando a jaqueta de Caius e entregando a ele.

Puxei a maga da blusa que eu usava expondo meu braço branco. Sim eu precisava tomar sol, mas aqui quase não fazia sol, era quase um milagre.

Darkness of Heart | Livro II | Romance GayOnde histórias criam vida. Descubra agora