Capítulo 8 - Intenso

1K 147 16
                                    

Com o tempo surgem às responsabilidades, o tempo pesa, as marcas se aprofundam, mas quando você está esperando um filho você sabe que a partir de agora sua vida é dele, você deve toda atenção a ele, um pouco de quem ele vai se tornar depende de você, apenas um pouco, porque a partir que a criança sai de sua mãe, ela já está sozinha, já corre riscos, como criança é seu dever de mãe protegê-lo e ensiná-lo. Um filho. Um pedacinho de você com mais alguém, sua continuação, e às vezes o seu reflexo. Eu havia feito a ultrassom e soubemos que seria uma menina, uma garotinha, seu nome seria Violet, minha bonequinha.

Havia aquelas noites em que eu ficava alisando a barriga e sentira ela chutar. Eu pensava que me acharia abominável, grávido. Um homem, grávido, nunca poderia imaginar, mas aqui estou eu, carregando minha filha, nem veio ao mundo, e já é tão amada, não só por mim, mas por todos, nunca poderei agradecer o suporte de todos neste momento. Caius é tipo um pai coruja, não sai de perto de mim, é super hiper mega protetor, mudou muito sua personalidade séria e fechada, às vezes ele até conversa com Violet na minha barriga e eu o deixo a alisar.

Sarah é outra que vive paparicando Violet sem nem mesmo ter nascido, pelo menos uma vez por semana ela traz um novo presente novo para acrescentar ao quarto. Segundo ela, Violet deveria usar cores escuras, nada de rosa e não ter bonecas e sim carrinhos, isso a faria crescer durona. Sam era muito coruja também ficava ao meu lado, sempre me acompanhava aos meus passeios no bosque, e sempre dormia comigo. Yaxley apenas observava, Lena paparicava e eu tinha certeza de que ela mimaria minha filha como uma princesa e patricinha.

Elena me visitava duas vezes por semana, sempre com algum presente para Violet, ela foi à primeira, a saber, que seria menina, ela deu pulos de alegria gritando:

"– Eu vou ter uma netinha!"

Tia Eliza me visitava e me contava estórias de como é difícil a dor do parto, e quer estar comigo. Luna viajou para Londres e não tenho falado com ela.

Faltava alguns meses para Violet nascer, a barriga pesava, minhas costas doíam muito, só conseguia fica em pé se estivesse em movimento porque parado a dor aumentava. Lana estava 24 horas comigo no último mês, assim como Caius. Sarah havia sumido, segundo Sam ela havia viajado, para onde eu não sei.

Eu estava constantemente entediado, odiava ficar em casa, só tomava chá, qualquer outra bebida me enjoava, minha roupas eram folgadas. Às vezes ficava duas horas na banheira, li vinte e oito livros em um mês, assisti milhares de filmes. Charlie estava grande, mas eu havia castrado ele, então ele não saíra muito, ele gostava de se perder entre as árvores da floresta, mas logo voltava, ele aprendeu a conviver em uma casa cheia de lobisomens.

Ultimamente tenho tido sonhos estranhos, onde me encontro perto de uma árvore e está chovendo muito forte, o céu está escuro com vários trovões, eu controlava os trovões, eu estou diferente, estou obscuro. Será que Violet seria parecida comigo ou com Eric? Eu a via em meus sonhos. Eu havia superado Eric, ele estava distante de mim, parecia que conforme Violet cresceu em mim meus laços com Eric se enfraqueceram, eu não o sentia direito, acho que ele também não me sentia coo antes.

Sábado á noite, chovia forte, só estava eu e Caius em casa, os outros foram ao cinema. Eu estava deitado no sofá, coberto por um cobertor pesado, o frio me assolava naquele momento. Caius estava sentado em uma poltrona ao lado apenas bebendo uma cerveja.

– Você quer um chocolate quente? – ele me perguntou.

– Não obrigado.

– Uma cerveja? – ele riu.

– Não posso beber. – revirei os olhos. – Não quero nada, só estou com frio.

– Posso ficar perto de você se você quiser...

– Eu agradeceria, você é quente. Não sei como não sente frio com essa regata. – Às vezes eu esquecera que lobisomens não sentiam frio.

Caius estava de calça jeans, regata branca e justa que marcava seu corpo extremamente forte. Ele se levantou e se sentou ao meu lado, eu joguei a coberta por cima de suas pernas e me aconcheguei ao seu lado como um gato numa cama macia.

– Você está convivendo com nossa espécie a tanto tempo e ainda não se acostumou com nossos costumes?

– É que tudo é tão normal agora.

Encostei a cabeça em seu ombro. Eu havia estreitado a relação com Caius, comigo ele não era mais aquele cara carrancudo que todos temiam, agora ele ria, e conversava comigo de verdade.

– Caius?

– O que?

– Você acha que Violet vai ser uma loba?

– Provavelmente, o pai dela era um. Eu por exemplo nasci lobisomem, meu pai era lobo e minha mãe humana.

– Eu não queria que ela fosse ela vai se transformar enquanto é bebê!

– Não, ela não vai, tem uma idade certa para os poderes se manifestarem, na puberdade, foi assim comigo.

– Ah tá.

O silêncio pairou sobre a sala. Comecei a analisar meus dedos, e depois de tanto tempo finalmente dei atenção a um detalhe em meu dedo anelar da mão direita, a aliança que Eric havia me dado, fiquei a observando por um tempo.

– Você sente falta dele? – Caius questionou.

– Um pouco. – respondi distante.

– Hmmm...

– Antes eu queria que ele estivesse aqui pela Violet, mas agora não preciso mais, tenho tantos que me ajudem, ela terá uma grande família.

– Assim como você tem.

Me ergui e olhei para Caius. Ele havia sido tão cuidadoso e protetor, tão presente, acho que ele seria uma figura paterna para Violet. Há algumas chances de eu não sobreviver ao parto, todos sabem, mas ninguém toca no assunto, mas posso dizer que se eu não estiver aqui ela será criada do jeito certo, com amor, de Caius, Sarah, Helena, Sam, Tia Eliza, Lena, Yaxley e até mesmo Lana.

– Obrigado. – sussurrei as palavras enquanto olhava para Caius.

Recebi uma ação inesperada, senti os lábios de Caius contra os meus, sua barba estava grossa e roçava e meu rosto, não era um beijo selvagem, apenas lábios juntos. Era confortável, eu nunca havia sentido algo assim desde que Eric me deixou, era bom. Caius se afastou com os olhos culpados.

– Me desculpe. – ele disse tão baixo que quase não pude ouvir.

Eu encarei seus lábios novamente e me voltei para eles, em joguei, dessa vez houve língua. Um calor percorria meu corpo, uma preenchimento, um desejo. Caius me fez colocar minhas pernas uma de cada lado do seu corpo, eu estava em seu colo. O beijava com vontade e calor, minhas mãos em seus ombros me dava segurança, ele colocou suas mãos em minha cintura e me puxou para mais perto. Interrompi o beijo e o encarei assustado, ele correspondeu com a mesma face.

– Preciso de mais. – falei me colando meus lábios aos de Caius, mais uma vez.

Aquilo era tão louco, eu precisava de mais, e não sentia nenhum pingo de culpa, apenas o desejo de beijá-lo. Caius me levantou em seus braços, cruzei minhas pernas em volta de sua cintura e ataquei seu pescoço, ele subiu as escadas me levando para seu quarto. Deitou em sua cama comigo por cima de seu corpo, eu só beijava, não queria mais nada, e ele mostrava o mesmo não avançando o sinal. Ficamos nisso durante duas horas, até que me virei costas pra ele e ele me abraçou. Eu me sentia seguro e quente ali, como um abrigo.

Darkness of Heart | Livro II | Romance GayOnde histórias criam vida. Descubra agora