Capítulo 09

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Seis e meia.

Analisou a própria imagem no espelho e ficou satisfeito com o que viu. A camisa branca marcava bem seu corpo e a calça jeans preta o fazia parecer ainda mais branco. Acrescentou ainda um óculos de grau, que raramente usava.

Não teve muito trabalho para achar o endereço de Diana na internet, mas era preferível que esperasse algum tempo em sua casa do que correr o risco de chegar atrasado devido ao trânsito.

Ele tinha uma missão essa noite. Descobrir qual o elogio que, na opinião da jovem Diana Siqueira, valia quinze mil reais.

***

Sete horas.

Analisou a própria imagem no espelho e não ficou satisfeita com o que viu. O vestido preto e levemente rodado era bem cintado e culminava em um arco em torno de seu pescoço, dispensando as mangas. Optara por deixar o cabelo solto, de maneira a esconder suas orelhas.

É o suficiente.

Diana tinha plena consciência que não ficaria melhor do que aquilo, mas um jantar, mesmo que de negócios, com um homem como Sam S. Oliveira merecia certa produção.

Sentou-se de pernas cruzadas em sua cama, tirando o celular da bolsa de mão brilhante que já compunha o traje.

Uma última espiada não fará mal.

E lá estava, postada a menos de cinco minutos uma foto de Caio - Com uma garota!

Sentiu a náusea. A visão turvar.

Como ele podia?

Como ele podia ser tão insensível ao que ela sentia? Como podia não lhe dedicar nenhuma lembrança?

Sabia que ia se arrepender daquilo, mas já havia se acostumado. Sua sina era se arrepender e se humilhar.

Sempre havia visto vantagem na maneira atual de se manter contato com as pessoas: A internet. Você não precisa demonstrar suas verdadeiras emoções em uma frase escrita.

"Oi Caio! Saudade de você :)"

Enviou. O alívio era imediato. O simples fato de escrever algo direcionado a ele. De sentir que ele ainda fazia parte de sua vida.

Deixou-se cair na cama. A vontade de sair para jantar neutralizada em sua cabeça. Só queria ficar sozinha.

***

Sam estava parado na sala de estar da mansão dos Siqueiras.

Da Siqueira - Corrigiu-se.

O mordomo dissera que Diana já estava pronta e que iria chamá-la, enquanto Samuel deixava que seu olhar se perdesse pelas estonteantes paredes ao redor. Era, sem dúvida alguma, uma senhora casa. Agora Sam percebia que 15 mil era apenas o preço do tapete que pisava.

Diana entrou na sala, acompanhada pelo mordomo. Estava mais bonita do que no dia anterior, substituindo o moletom e o All Star por um vestido e uma sapatilha.

- Vamos? - Ele disse, com um sorriso automático, tendo plena consciência do efeito que seu sorriso causava nas pessoas.

- Claro - Disse Diana e se virou para o mordomo - Abel, estou com minhas chaves. Não se preocupe em me esperar.

Samuel sentiu-se ligeiramente impressionado com a educação com a qual ela tratava o mordomo.

Durante o lento trajeto de carro, empacado pelo trânsito, Diana batucava nervosamente a bolsa em seu colo. Samuel queria perguntar de estava tudo bem, porém não acreditava que fosse nada sério. Talvez só estivesse impaciente para chegar logo ao restaurante. Estava pra nascer alguém que se mantinha neutro em um trânsito daqueles.

Do jeito que eu souOnde histórias criam vida. Descubra agora