Capítulo 11

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            O telefone tocou.

Ele ignorou.

O telefone parou.

O telefone tocou.

Ele resmungou, abriu os olhos, e atendeu o aparelho a contra gosto.

- Alô... - Falou, a garganta ainda adormecida.

- Samuel, que merda é aquela? É algum tipo de piada?

Era Rita e ela estava furiosa. O tom de falsa-fofa havia sumido de sua voz. Ele se sentou na cama, esfregando os olhos com o dorso da mão.

-Bom dia pra você também...

- BOM DIA O CACETE! - A mulher gritava - Eu estou saindo da editora agora e eles riram na minha cara! Os capítulos são horríveis! Eu não leio algo tão horrível desde o último livro de Dan Brown!

Sam sentiu a alfinetada. A mulher sabia que Dan Brown era seu autor favorito.

- Rita, é só um rascunho... A versão final vai ficar melhor.

- Sam, querido. Eu não estou falando de melhorar... Eu estou falando de atear fogo e fingir que isso nunca existiu! Você tem um mês, Samuel! Um mês para me entregar um novo best-seller ou eu te arranco até as cuecas dessa bunda malhada! Entendeu?

A linha ficou muda antes que Sam pudesse protestar. Ele jogou o telefone de lado e esfregou os olhos, se preparando psicologicamente para abrir as cortinas e enfrentar a luz do sol.

Ele estava ferrado.

Não iria conseguir escrever nem uma cartilha infantil de boa qualidade em um mês. A editora lhe tomaria o apartamento, o contrato e a fama.

A menos que ele pagasse a multa de recisão.

Diana Siqueira.

A garota havia lhe caido como uma luva. Salvaria sua vida e seus luxos! E tudo por um texto de quatro ou cinco linhas.

Sam consultou o relógio (11:45) e saltou dacama. Ele tinha que salvar sua boa fama.ܟ?�|r

Do jeito que eu souOnde histórias criam vida. Descubra agora